Sporting: Passo em frente ou o fim?

Em pleno período eleitoral e ainda sem todos os candidatos definidos, a única certeza para os lados de Alvalade é a fase conturbada que o clube atravessa. Sem vencer o campeonato desde a época 2001-2002, com duas épocas consecutivas muito longe do primeiro lugar, a crise ao nível do futebol é gravíssima e não se explica por mera infelicidade. A eleição da nova direcção é de extrema importância, pois na opinião do Visão de Mercado o futuro do Sporting como potência desportiva nacional pode estar em causa.  Em seguida, apresentaremos aqueles que, na nossa opinião, poderiam devolver a glória de outros tempos a um dos históricos do futebol nacional:

Presidente - Parece evidente que qualquer tipo de continuidade deverá conduzir os leões a várias épocas a 30 pontos do 1º. A ruptura com o passado parece ser uma condição necessária, pois muita (senão toda) da  culpa da actual situação dos leões se deve à incompetência dos seus dirigentes. Bettencourt foi o 1º líder renumerado nos leões, com os resultados que se conhecem, ou seja, deverá ficar na história como o pior presidente do clube leonino, o seu sucessor dificilmente fará pior, mas a sua política, o seu programa e a maneira como vai executar o mesmo, serão fundamentais para o Sporting sair desta crise ou afundar-se de vez.

Director para o Futebol - Com as funções que José Couceiro desempenha actualmente, sendo que o próprio poderá ser um dos nomes para o lugar. Este cargo deveria ser ocupado por alguém que se mexa bem no futebol português, que tenha um excelente conhecimento do mercado e saiba como funciona o mesmo. Nomes como Luís Freitas Lobo, entre outros, que têm sido falados, não reúnem nenhuma destas características, razão pela qual não seriam boas opções. Luís Duque ou Carlos Freitas, já com passagens pelo clube leonino, poderiam ser alternativas credíveis e que dão garantias, enquanto que Futre ou Figo, trunfos eleitorais de Dias Ferreira, não se enquadram no perfil. Um nome interessante seria José Veiga, que desempenhou bastante bem a função no rival Benfica, pois consideramos que esta função deverá ser desempenhada por alguém competente (independentemente do seu clube do coração, até porque Carlos Freitas é portista).

Director desportivo - Parece ser consensual entre os candidatos já assumidos. Todos pretendem que os símbolos do clube tenham um papel mais activo na vida do clube. Tendo em conta este factor, e um pouco à semelhança do que Rui Costa faz no Benfica, nomes como Sá Pinto ou Manuel Fernandes têm o perfil adequado para esta função. Não terão intervenção nas contratações de jogadores, mas serão quem protege o balneário, tentam passar uma mensagem, dão a cara nos maus momentos, e porque não, estão nos ditos túneis. Carlos Xavier ou Venâncio estão ansiosos por este lugar, mas são quem mais critica o clube e têm competência zero para assumir o cargo. A outra hipótese seria Carlos Freitas, caso o próximo presidente leonino opte por juntar a função de Director para o futebol com a de Director desportivo.

Treinador:
Português da nossa liga - Manuel Machado, Daúto Faquirá ou Rui Vitória são todos tecnicamente inferiores a Paulo Sérgio e devido ao facto de não terem um currículo forte, ao mínimo deslize seriam massacrados não só pela impaciente massa adepta leonina, mas também pela imprensa. Quanto a Domingos, já apontado a Alvalade, apresenta duas boas bases: experiência como jogador de clube grande e jogos a doer como treinador ( Liga dos Campeões e luta pelo título), contudo, é um técnico demasiado defensivo e se não alterar o seu estilo enfrentará grandes dificuldades para comandar um grande, como tal, não é igualmente boa opção.

Scolari/Manuel José - Tecnicamente muito fracos, mas com uma personalidade forte e que não se acomodam com migalhas nem com contratempos. O Sporting já há alguns anos que não tem um treinador que seja uma voz activa no banco, não só perante os jogadores mas mesmo perante os árbitros. Num campeonato como o nosso, por vezes estes pormenores são fundamentais. Com a passividade de técnicos como Paulo Sérgio ou Carvalhal, que têm uma atitude que dá a entender que tudo está bem e onde os próprios jogadores mandam mais que o treinador, o clube leonino não vai lá.

Estrangeiro - Um treinador com currículo poderia ter algum espaço de manobra e alguma protecção por parte dos adeptos e da imprensa, o que nesta fase de alguma instabilidade psicológica, seria fundamental. O argentino Marcelo Bielsa e Aragonés são dos melhores do mundo e estão livres, contudo parecem estar demasiado formatados para selecções, por outro lado, Pekerman e Boloni não passam de técnicos medianos e não seriam boas soluções. A maioria das opções internacionais são caras, contudo, é preferível um treinador caro mas que melhore os jogadores e consiga resultados do que o contrário. Outras soluções que se encontram livres são o caso de Martin O'Neill, Steve McClaren e Paul Le Guen, apesar do francês não ser muito competente na minha opinião.

Peseiro - Nos últimos 15 anos foi o treinador que colocou a equipa leonina a praticar o melhor futebol, conhece o clube, e tendo a certeza que nomes como Rochemback, Liedson e possivelmente Polga já não moram em Alvalade poderia ser uma boa escolha. Tecnicamente é de top mundial, e caso estivesse rodeado de um departamento de futebol forte e implacável, com um pouco menos de azar à mistura, seria uma opção.

Plantel - Necessita de uma autêntica revolução, visto ser o pior da história do clube. Com a entrada de 15/16 jogadores os leões poderiam formar um plantel competitivo, pois as equipas não são feitas apenas pelos titulares e mesmo os suplentes às ordens de Paulo Sérgio são de pouca qualidade (ainda no jogo de ontem entraram Maniche, Saleiro e Salomão). A defesa é baixa e muito fraca, uma  das piores da Liga e os campeonatos só se ganham com um sector defensivo forte. O meio campo é lento, pouco agressivo, baixo, sem capacidade física e a nível defensivo muito banal. Nas alas não aparece um jogador rápido e desequilibrador e no ataque ninguém faz golos. Em suma, apenas Valdés e Patrício parecem ter condições para serem titulares numa equipa que lute pelo título. Matias e Torsiglieri deverão ter mais minutos, enquanto que Izmailov, Vukcevic e Postiga apesar de terem qualidade são demasiado irregulares. Por sua vez os velhos Mendes e Maniche que jogam a passo devem seguir para outras paragens, o mesmo se sucede com Abel, Polga, Grimi, Hildebrand, Tales, Grimi, Saleiro, Caneira, Pedro Silva, Cristiano, Cedric e  João Pereira, Carriço, Vukcevic, Izmailov, Zapater, Pongolle e Djaló (estes não por falta de qualidade, mas uns por uma questão de injecção de capital e outros por não conseguirem ultrapassar a barreira da irregularidade).

Reforços - Com a injecção de capital provenientente das ditas vendas dos jogadores citados, a que se junta os ditos 30/40/50 milhões do fundo que os candidatos tem apresentado, os leões deverão apostar na contratação de 6/7 jogadores a custo zero, recuperar 1 ou 2 dos jogadores emprestados, promover um dos juniores e investir em 6/7 reforços com o estatuto de indiscutíveís. Remodelar o quarteto defensivo permitindo uma integração do Torsiglieri, apostar num meio campo mais agressivo, fisicamente mais forte e com outra velocidade no meio e nas alas, e apostar em avançados que marquem golos e tenham outro tipo de presença na área, deverão ser as prioridades. Em suma: os tais 15/16 jogadores.

Concordam que esta é uma fase decisiva para o Sporting? Caso fossem candidatos, qual a estrutura que apresentariam? 

T. Cunha

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