Sp.Braga conquista Taça de Portugal; Super-André Silva bisou, brilhou mas o FC Porto caiu nos penaltis; Marafona foi o herói dos gverreiros; Conjunto de Peseiro foi superior mas azuis e brancos continuam sem vencer títulos desde 2013; Equipa de Fonseca pouco criou; Hélton, Chidozie e Marcano estiveram desastrados

FC Porto 2-2 SC Braga (André Silva 61' e 90+2'; Rui Fonte 12' e Josué 58')

Quem não acredita em coincidências, é melhor repensar a sua postura. Foi há exactamente 50 anos, neste mesmo dia, que o Sporting de Braga conquistou a única Taça de Portugal da sua história. Hoje, dia 22 de Maio de 2016, conquistou a segunda para o museu após ter batido o FC Porto nas grandes penalidades depois de um empate a 2 no final do tempo regulamentar e do prolongamento. A final foi bastante parecida à do ano passado, mas desta vez os minhotos puderam sorrir e levam o troféu para o Minho. O FC Porto acaba por pagar pelos dois golos que ofereceu ao Sporting de Braga numa péssima primeira parte, mas o jogo azul e branco fica marcado sobretudo pela exibição incrível de André Silva, que carregou a equipa para o empate. A derrota na final deixa os dragões em branco nesta temporada e, mais do que isso, sem qualquer título conquistado desde 2013.

No que diz respeito à final, o FC Porto entrou melhor, com mais iniciativa e conquistando alguns cantos. No entanto, foi o Braga a primeira equipa a criar perigo, com Josué a bater um livre lateral e Hassan a não conseguir encostar quando estava em situação privilegiada. No entanto, a formação bracarense viria mesmo a abrir o marcador, aproveitando um erro incrível da defesa portista, com Helton a desentender-se com Chidozie e Rui Fonte a roubar a bola e depois a empurrar para a baliza deserta. Os dragões não conseguiram reagir e, mesmo tendo mais bola e jogando mais tempo no meio-campo adversário, até ao intervalo o equilíbrio manteve-se, com muita luta na zona central do terreno e sem que nenhum dos conjuntos conseguisse criar ocasiões de golo. Ao intervalo, Peseiro trocou Chidozie por Rúben Neves, recuando Danilo para central. Os azuis e brancos voltaram a entrar melhor, mas desta vez com oportunidades de golo. Primeiro foi Brahimi a isolar André Silva, com Marafona a anular o lance com uma bela e corajosa saída, e depois foi Herrera, na sequência de um canto, a fazer a bola passar muito perto do poste. O FC Porto conseguia agora melhor qualidade na circulação, mas o Braga conseguiu ampliar em mais um erro inacreditável do sector defensivo dos dragões, com Helton a fazer um passe à queima para Marcano, que dominou mal e permitiu que Josué lhe roubasse a bola, com este a não perdoar na cara do golo. Logo de seguida Paulo Fonseca tirou Rui Fonte de campo (entrou Stojilljkovic) e Marafona voltou a estar em grande, num lance confuso na sua área. No entanto, a formação portista conseguiu mesmo reduzir após uma jogada pela direita, com Brahimi a rematar para nova defesa do guardião bracarense, mas com André Silva a surgir oportuno na recarga e a encostar. A turma do Minho conseguiu sacudir um pouco a pressão em algumas transições, mas os homens da Invicta estiveram perto do empate, com André Silva a trabalhar bem, mas a ver o seu remate bloqueado por mais uma boa intervenção de Marafona. Peseiro trocou Sérgio Oliveira por André André, enquanto que do outro lado Paulo Fonseca se viu forçado a trocar de centrais em virtude da lesão de Ricardo Ferreira (entrou Boly). O técnico portista arriscou tudo (entrou Aboubakar para o lugar de Varela, passando a dispor-se num 4-4-2, com Herrera a descair na direita), enquanto que o treinador dos gvuerreiros fez entrar Pedro Santos (saiu Josué). O FC Porto ia tentando o pressing final, enquanto que o Braga tentava ao máximo quebrar o ritmo de jogo e segurar a bola na frente. Já no tempo de descontos, momento alto no Jamor: canto para os dragões (Helton também subiu), com a bola a sobrar para Herrera, que cruza para André Silva e este a fazer um golaço de bicicleta, empatando a contenda e mandando o jogo para prolongamento. Nos 30 minutos adicionais o FC Porto controlou as operações (o Braga recuou e jogou declaradamente para os penaltis) mas, à excepção de um lance onde André Silva (sempre ele), já dentro da área, demorou um pouco a rematar e fê-lo contra André Pinto, não foram criadas mais oportunidades para desfazer a igualdade. Na decisão por grandes penalidades, Marafona foi herói, defendendo os remates de Herrera e Maxi Pereira, com os jogadores bracarenses a não desperdiçarem nenhum e a conquistarem assim a Taça de Portugal.

FC Porto - A equipa azul e branca tentou tanto oferecer a Taça ao Braga que acabou por o conseguir. A estranha apatia da primeira parte e os erros dignos de infantis quase foram apagados por uma exibição monumental de André Silva, mas os penalties não foram amigos. O miúdo agigantou-se e, para além dos golos, impressionou por toda a qualidade que ofereceu (mobilidade, capacidade nos duelos e excelentes decisões) e pela liderança que demonstrou. Foi claramente o melhor do conjunto portista, que mudou o chip da primeira para a segunda parte. O colectivo pura e simplesmente não existiu durante os 45 minutos iniciais. A pressão era inexistente e não havia soluções para criar perigo para a baliza de Marafona. Helton comprometeu (se sai, tem de limpar) e Chidozie foi um erro de Peseiro, que o reconheceu ao intervalo quando lançou Rúben Neves e recuou Danilo. A equipa veio com outra atitude (mais pressionante e com outra velocidade de processos) para a segunda parte, o jovem médio deu mais critério ao meio campo e os azuis e brancos conseguiram fazer com que Brahimi aparecesse no jogo. Bela segunda parte do argelino, finalmente a dar alguma magia ao Porto. O segundo golo, que nasce de um disparate de Marcano mas também de Helton (passe demasiado arriscado e desnecessário), podia ter morto a equipa, mas a reacção foi imediata. A entrada de André André para o lugar de um apagado Sérgio Oliveira também teve um impacto positivo na equipa, com o ex-Vitória a dar a rotação necessária a quem procurava desesperadamente o empate. No final, o 2-2 foi uma recompensa merecida para uma equipa que não merecia, de todo, ser derrotada, mesmo com todos os erros que cometeu. O que é certo é que a Taça não vai para o museu. 

SC Braga - Os minhotos "pediram" para que lhes acontecesse o mesmo do que no ano passado, mas tiveram outra felicidade nos penalties. A equipa pareceu acusar o desgaste e recuou em demasia na segunda parte, abdicou quase por completo do ataque, e acabou por ser castigada com um golo ao cair do pano. A pressão eficaz do primeiro tempo não existiu na segunda metade e a perda de fulgor de Rafa não ajudou. Analisando realisticamente é impossível dizer que o Braga merecia a vitória, apesar da eficácia com que aproveitou os erros do adversário. À excepção dos golos, que foram verdadeiras ofertas, a turma de Paulo Fonseca pouco ou nada criou, dando-se um desconto devido ao facto de estar em vantagem desde cedo. Rafa fez uma primeira parte incrível, destacando-se pela forma como conseguia fugir à pressão, mas caiu bastante na etapa complementar e a equipa ressentiu-se. Josué também fez uma excelente partida, não só pelo critério que foi mostrando no passe mas também pelo apoio que deu a Baiano. Mauro Luiz Carlos, sobretudo este, ganharam a luta de meio campo durante 60 minutos mas permitiram que o adversário crescesse na recta final. Baiano teve problemas para travar um Brahimi em crescendo, ao passo que Goiano teve uma tarde mais descansada porque o Porto explorou prioritariamente o lado esquerdo do seu ataque. Ricardo Ferreira André Pinto tiveram pela frente um inspirado André Silva a dar dores de cabeça, mas não saem com nota negativa do encontro. 

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