Bayern 1-0 Benfica (Vidal 2')
Soube a pouco. O Benfica, que esteve quase perfeito tacticamente, foi derrotado por 1-0 pelo Bayern, resultado que deixa tudo em aberto para 2.ª mão dos quartos-de-final da Champions mas que, apesar da diferença mínima perante um colosso como emblema de Munique ser sempre semi-positivo, acaba por saber a pouco, já que Jonas teve oportunidades claras para conseguir pelo menos o empate. As águias entraram no jogo da pior maneira, ao sofrerem um golo logo aos 2 minutos, mas foram crescendo com o passar do tempo, adaptaram-se ao estilo do adversário e com uma excelente organização obrigaram os bávaros a ter um jogo previsível (muitas mudanças de flanco mas pouca criatividade) e fácil de anular. No ataque faltou uma maior eficácia para aproveitar as oportunidades e os lances de 2.ª bola que foram conseguidos, fruto da presença de Mitroglou, num jogo em que Éderson disse presente, Jardel esteve em todo o lado, os laterais Almeida (desde que teve o apoio de Pizzi) e Eliseu anularam Ribéry e Douglas Costa e Renato Sanches impressionou pela personalidade, maneira como quebrou linhas e definiu (no 2.º tempo, numa fase em que o Bayern estava partido, até foi o único a demonstrar ambição para alcançar outro resultado).
No que diz respeito ao encontro, o Benfica teve um início para esquecer, com o Bayern a colocar-se em vantagem logo no minuto 2: Bernat, com muito espaço, cruza e Vidal a aparecer na pequena área e a cabecear para o fundo das redes. Na fase inicial assistiu-se a um domínio dos homens da casa, que jogavam a toda a largura e mostrando a habitual dinâmica (Lahm, Vidal, Thiago e Muller eram autênticos “vagabundos”). Os encarnados tentavam pressionar alto em alguns momentos, mas não conseguiam ter critério na saída para o ataque. A segunda oportunidade do Bayern surgiu dos pés de Muller (o passe de Thiago é uma maravilha), mas Éderson opôs-se com qualidade. Com o passar dos minutos, as águias conseguiram estancar a avalanche bávara e conseguiram equilibrar, tendo mais bola (num lance pediram penalti de Lahm). No entanto, os visitados estiveram perto de marcar novamente, num livre estudado onde Thiago pica sobre a barreira assistindo Muller, mas com Éderson a sair muito rápido da baliza e a anular o lance. Até ao intervalo, destaque para um cabeceamento perigoso de Vidal, mas o descanso chegou com o Benfica a controlar bem e até a criar perigo em lançamentos longos. A segunda parte começou com o Bayern a ter bola, mas iam tendo dificuldades para criar desequilíbrios e até foi o Benfica a estar perto de empatar, com Jonas a trabalhar bem dentro da área e a rematar contra Neuer. Guardiola trocou Kimmich por Javi Martínez, mas foi novamente a turma da Luz a estar perto do golo num tripla ocasião no mesmo lance, mas Jonas (por duas vezes) e Mitroglou não mostraram a frieza necessária. Insatisfeito com o que estava a ver, Guardiola voltou a mexer (Coman por Douglas Costa), enquanto que Rui Vitória fez a já habitual substituição na frente de ataque (Mitroglou por Raúl Jiménez). As dificuldades do Bayern mantinham-se e só nos lances individuais é que colocaram a defesa benfiquista em sentido, com Ribéry a obrigar Éderson a mais uma excelente defesa. Já depois de Gotze ter entrado para o lugar de Muller e Salvio para o lugar de Jonas, surgiu uma grande oportunidade para o 2-0, com Vidal a fazer um passe brilhante, isolando Lewandowski, que preferiu assistir Lahm, mas o passe saiu muito mal. Até ao fim os encarnados aguentaram bem e vão para Lisboa com a eliminatória em aberto.
Bayern - Vitória em casa sem sofrer golos é sempre positivo, mas o 1-0 deixa a eliminatória completamente em aberto. Os bávaros voltaram a fazer do jogo apoiado a sua tónica e, portanto, não é surpresa que tenham dominado nos índices de posse de bola e eficiência com ela. No entanto não produziram oportunidades de golo suficientes para reclamar outro resultado e com o passar dos minutos foram ficando previsíveis, sendo que também juntaram à lentidão alguma falta de criatividade. Individualmente não há um nome que se destaque dos outros, mas os laterais (até pela preponderância que ofereceram ofensivamente) somaram boas exibições. Também Thiago Alcântara, no meio-campo, esteve em destaque, especialmente ao nível do passe. Douglas Costa e Ribery estiveram ativos na tarefa de oferecer largura para depois partir para o 1x1, mas não desequilibraram como sabem. Já na frente, Lewandowski e Müller (que jogou como “vagabundo”) vacilaram na hora de finalizar e foram quase sempre anulados pela defensiva encarnada, tendo mesmo vindo de Vidal (que fez uma exibição competente a médio defensivo) o único golo do encontro.
Benfica - Exibição competente dos encarnados, que pese o facto de terem sofrido um golo logo aos 2 minutos, não se coibiram de pressionar alto e criar algumas dificuldades ao campeão germânico. O resultado deixa a equipa portuguesa “viva” na eliminatória, mas até acaba por saber a pouco considerando as oportunidades criadas e a maneira como a equipa, que esteve perfeita tacticamente, conseguiu condicionar o jogo do campeão da Bundesliga. Em termos individuais, Ederson voltou a destacar-se cumprindo sempre que chamado (sai sem culpas no golo), tal como Jardel, que na segunda parte anulou quem lhe apareceu no seu raio de ação. Renato Sanches foi o melhor a meio campo, apresentando quase sempre clarividência no momento com bola entregando-a jogável aos colegas. Faltou no entanto uma melhor ligação até ao último terço, com Pizzi (importante no momento defensiva) e Gaitán apenas a espaços a conseguirem esticar o jogo. Os avançados tiveram prestações diferentes: Mitroglou foi presa fácil para Alaba, já Jonas (que viu amarelo e vai falhar a 2.ª mão) fartou-se de dar trabalho a Kimmich e ainda podia ter feito o gosto ao pé por duas vezes, mas pecou na finalização.
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