Pensamento: A valorização do treinador de futebol está intimamente ligado com os resultados que obtém, sendo muitas vezes descurada a forma como o consegue. Estes abarcam a carga psicológica mais elevada dentro do plantel, sendo os principais réus em caso de adversidade nos resultados/exibições e passando diversas vezes despercebidos no sucesso do colectivo, sendo os louros distribuídos essencialmente pelos jogadores. Numa jornada onde é fácil destacar estes mesmos jogadores ou encetar as mais diversas criticas e deméritos a Benfica e FC Porto, Manuel Machado e Pedro Martins foram “alvos” do paradigma acima referido. Os resultados poderiam servir por si só para destacar os dois treinadores portugueses dada a diferença de argumentos em comparação com os rivais que defrontaram, mas o mérito vai muito mais além disso. Em primeiro lugar, é importante enaltecer a postura positiva como encararam o jogo (deixando de lado o típico “autocarro”). Mesmo com os contratempos antes e durante o jogo (ambas tiveram pedras fundamentais indisponíveis por lesão/castigo e começaram a perder) os treinadores foram capazes de responder à altura, reorganizando as equipas (tanto a nível táctico como no câmbio de jogadores) e obteram as devidas transformações, como nos mostram os resultados finais; Avançamos agora para um interregno para compromissos das selecções, antecedendo uma recta final de época vibrante. Na pole-position continua claramente o Benfica (vantagem pontual, calendário teoricamente mais acessível, joga em casa frente ao principal rival e menos carga competitiva), que teve no percalço do FC Porto uma forte atenuante para mais um desaire fora de casa. Os dragões vão torcer para que esta paragem permita recuperar Jackson, elemento essencial para atacar estes últimos 2 meses. Sporting e Sporting de Braga deverão ter as suas posições definidas, enquanto que a segunda volta paupérrima do Vitória de Guimarães vem alimentando uma luta que parecia encerrada ao fim da primeira volta. Olhando para baixo, Penafiel e Gil Vicente têm-se cimentado como os principais candidatos à descida de divisão, luta essa que parece cada vez menos contar com a Académica (trabalho épico de Viterbo) e Boavista (porventura apontamento mais notável de 2014-15).
Jogador da jornada - Diego Lopes (Rio Ave): transformou o futebol da equipa vila-condense, dando-lhe maior velocidade na circulação e criatividade, sendo peça fulcral na mudança de rumo da partida. Aos 20 anos, o jovem nascido em São Paulo mas que quer representar a selecção das quinas tem rubricado a sua melhor época em Portugal e tem legitimas aspirações em ser convocado para o europeu sub 21 (tem estado melhor que Tozé por exemplo).
Jogador a seguir - Iuri Medeiros (Arouca): o jovem açoriano transpira talento. Após umas jornadas no anonimato, Iuri tem aparecido em grande na equipa arouquense, revelando-se como uma das melhores unidades do conjunto de Pedro Emanuel. Jogando na ala mas procurando constantemente movimentos interiores, faltar-lhe-á maior constância durante o jogo, pois oscila entre rasgos de génio e o desaparecimento quase total durante vários períodos na partida.
Equipa da semana - Rio Ave: escolha inevitável. Tal como já foi referido o conjunto vila-condense superou várias adversidades e cavalgou para uma vitória histórica, que a relança no que resta da época (a nível pontual e psicológico). De destacar igualmente o Nacional (por motivos idênticos) e o Boavista, que continua a fazer do Bessa a sua fortaleza, fazendo das debilidades uma força extra e que, com um plantel limitado e construído praticamente de raiz, está a um pequeno passo de garantir a manutenção no escalão máximo do nosso futebol.
Onze da jornada: Cristiano (Académica de Coimbra); Miguel Lopes (Sporting), Tiago Pinto (Rio Ave), Frederico Venâncio (Vitória de Setúbal), Carlos Santos (Boavista); Rodrigo Battaglia (Moreirense), João Mário (Sporting); Iuri Medeiros (Arouca), Diego Lopes (Rio Ave), Brito (Boavista); Guedes (Penafiel)
Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): Tiago Martins
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