Um eclipse que parece não ter fim

Rodrigo ingressou no Benfica em 2010/2011, proveniente do Real Madrid, com o rótulo de uma das maiores esperanças do futebol espanhol. Que realmente era (o seu fantástico trajecto pelas selecções jovens de Espanha, é prova disso mesmo). Cumpriu uma temporada de empréstimo nos ingleses do Bolton (onde não teve a utilização desejada, apontando apenas um golo na Premier League), estando desde 2011 no clube da Luz. 

Porém, ainda não conseguiu "explodir" definitivamente desde que enverga a camisola encarnada. Rodrigo viveu o seu melhor momento em Portugal durante a primeira época (em termos de golos foi também a mais produtiva, com 16), tendo o seu rendimento vindo a decrescer desde então. Na presente temporada, estamos mesmo perante um total eclipse do jogador, que mesmo com os problemas disciplinares iniciais de Cardozo, aliados a um claro sub rendimento de Lima, não conseguiu agarrar o seu lugar na frente de ataque encarnada, e quando foi chamado pouco ofereceu. Conta apenas com cinco presenças (uma na Liga dos Campeões e quatro no campeonato), visando as redes contrárias apenas uma única vez. A lesão que sofreu num jogo da Liga dos Campeões, em Fevereiro de 2012, frente ao Zenit, pode perfeitamente definir um marco no percurso do jogador no Benfica. Existe claramente um Rodrigo diferente, para pior, desde esse momento. A confiança depositada por Jorge Jesus não parece também a adequada para despertar um jogador deste calibre. Um craque (jogador rápido, potente, com boa técnica que antes de ter perdido a confiança tinha arrancadas "à Hulk"), que seria muito provavelmente titular no FC Porto e no Sporting, e é o melhor marcador da história dos sub-21 espanhóis (15 golos em 16 partidas). E isso nota-se na pressão que o espanhol exibe quando joga, sentindo sempre uma vontade de se destacar, acaba por exagerar nas suas acções individuais, o que pouco abona a seu favor (o jogo com o Barcelona na época passada é um exemplo, mas ao longo da época foram vários os encontros em que o ex-Real por sentir que tinha sido ultrapassado por Lima foi acumulando erros infantis). Vamos ver como será no futuro, os seus 22 anos permitem-lhe ultrapassar isto, mas começa a ser preocupante a tendência que apresenta para demonstrar menos a cada época que passa. A que se deve este eclipse de Rodrigo? O espanhol vai contornar esta situação (ainda só tem 22 anos)? Ou a saída é a melhor solução?

A. Carvalho 

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