Benfica vence Gil Vicente num jogo de loucos; Encarnados estiveram à beira da 2ª derrota consecutiva, mas garantiram vitória nos descontos da partida

Benfica 2-1 Gil Vicente (Markovic, 90+2' e Lima, 90+3'; Diogo Viana, 69')

O Benfica somou a primeira vitória na presente edição da Liga ZON-Sagres, depois de receber e vencer o Gil Vicente por 2-1. Os encarnados estiveram a perder até ao minuto 90', mas conseguiram dar a volta ao resultado, graças aos golos fora de horas de Markovic e Lima. Uma vitória sofrida, mas merecida, que poderá oferecer a confiança que tem faltado ao conjunto de Jorge Jesus.

O primeiro tempo ficou marcado pelo domínio encarnado. O Benfica tomou a iniciativa da partida desde o apito inicial de Paulo Baptista, assumindo o controlo da partida, embora a um ritmo lento. Contudo, e apesar do início algo tímido, os encarnados aproveitaram a inércia do Gil Vicente e dispuseram de várias ocasiões para abrir o activo. O primeiro lance de perigo surgiu à passagem do minuto 13', na sequência de um grande passe de Enzo Pérez para a grande área gilista, mas Lima não conseguiu dar o melhor seguimento à jogada. Depois foi a vez de Gaitán que, na transformação de um livre directo, atirou ao poste da baliza de Adriano Facchini. O Gil apostava em transições rápidas, mas foi incapaz de levar perigo de maior à baliza de Artur. À beira do intervalo, Salvio esteve perto do golo, assim como Lima. Gaitán, depois de um belo trabalho no lado esquerdo, centrou para o segundo poste, onde surgiu o avançado brasileiro completamente sozinho a rematar por cima. A fechar a primeira parte, foi o próprio Gaitán a estar perto do golo, na sequência de um livre, com a bola a sair muito perto do poste, depois de uma saída em falso do guardião gilista.

A segunda parte começou como a primeira, ou seja, o Benfica controlava a partida, com Gil Vicente a apostar no contra-ataque. A equipa orientada por Jorge Jesus continuou lenta no processo ofensivo, e acabou por denotar algum nervosismo e ansiedade na hora de atacar a área do Gil Vicente, revelando uma enorme displicência nos remates à baliza. Foi já com Markovic em campo que os encarnados levaram perigo junto da baliza de Adriano. O jovem sérvio centrou para Luisão, mas o cabeceamento do capitão encarnado saiu por cima. O mesmo aconteceu com o remate de cabeça de Rodrigo, depois de este ter sido servido por Garay. Foi com o Benfica instalado no seu meio-campo que o Gil Vicente chegou à vantagem no desafio, quando nada o faria prever. Num lance que parecia controlado por Maxi Pereira, o uruguaio dominou mal a bola e permitiu a Diogo Viana ganhar-lhe o lance em velocidade, acabando por bater Artur. A partir daqui, os encarnados correram atrás do prejuízo. Markovic esteve perto de igualar o desafio à passagem do minuto 77’. O sérvio rematou cruzado, mas a bola acabou por sair ao lado baliza. O desassossego nas bancadas do Estádio da Luz alastrou ao terreno de jogo, com os jogadores do Benfica a procurarem o empate mais com o coração do que com a cabeça. Quando já ninguém esperava, Markovic conseguiu bater Adriano, depois de uma jogada de Djuricic, e logo de seguida foi Lima que cabeceou para o fundo da baliza da equipa de Barcelos. Sulejmani centrou do lado direito e o avançado brasileiro respondeu afirmativamente, consumando assim a reviravolta no encontro. Em suma, foi uma vitória merecida do Benfica, embora bastante sofrida. O Gil Vicente esteve perto de garantir os três pontos, mas deitou tudo a perder no último minuto do desafio. Apesar do domínio do Benfica, quer os jogadores, quer o próprio Jorge Jesus revelaram uma enorme ansiedade, acabando por garantir um triunfo importante e necessário para as aspirações da equipa, podendo ser o tónico para os próximos desafios.

Destaques:

Maxi Pereira - A forma como abordou o lance com Diogo Viana é digna dos apanhados, tal foi a displicência com que tentou controlar a bola. O uruguaio apresenta limitações técnicas e tácticas gritantes, que são disfarçadas com o seu espirito de luta e entrega ao jogo. É um jogador banal, muito limitado e sem a qualidade necessária para jogar no Benfica. Não fossem os dois golos fora de horas e a derrota encarnada seria da sua responsabilidade.

Enzo Pérez/Matic - O argentino voltou ao centro do terreno e apresentou-se ao seu nível: intensidade, velocidade, luta e garra, disputando todos os lances. Já o sérvio voltou a encher o campo, relembrando aquilo que fez na temporada passada. Defendeu, atacou, e tentou sempre levar a equipa para a frente.

Salvio/Gaitán - Os dois argentinos apresentaram-se bastantes desinspirados. Salvio esteve longe do que mostrou na pré-temporada (talvez condicionado fisicamente), enquanto Gaitán apareceu a espaços durante o desafio.

Lima/Rodrigo - O brasileiro lutou, correu, mas revelou-se muito perdulário na hora de rematar à baliza. Ainda assim, foi o autor do golo que valeu a primeira vitória do Benfica na liga portuguesa. Por sua vez, Rodrigo continua a ser um espelho de si próprio. Decide mal 90% dos lances onde tem intervenção directa, sendo uma autêntica nulidade no ataque encarnado.

Diogo Viana - Um dos melhores do Gil Vicente. O antigo jogador de Sporting e FC Porto esteve bastante interventivo no encontro, fruto da sua velocidade. Marcou um golo e deu muitas dores de cabeça a Maxi Pereira.

César Peixoto/João Vilela - Boa exibição da dupla de médios escolhidos por João de Deus. A experiência de César Peixoto é uma clara mais-valia para o conjunto de Barcelos, enquanto João Vilela mostrou-se extremamente voluntário ao longo de todo o encontro.

Markovic - Na pré-época deixou boas indicações e hoje foi mais do mesmo. O jovem sérvio tem futebol da cabeça aos pés. Estreou-se oficialmente pelo Benfica com um golo e promete dar muito que falar no futuro.

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