Super-Carvajal e "talismã" Ramos dão Supertaça Europeia ao Real; Sevilha teve o título na mão mas caiu nos descontos; Franco Vázquez destacou-se; Asensio (que sentou James) marcou um golaço

Real Madrid 3-2 Sevilla (Asensio 21', Ramos 90' + 3 e Carvajal 119'); Vázquez 41' e Konoplyanka 71' g.p.)

Mesmo sem Bale, Pepe, Kroos e Ronaldo o Real Madrid venceu a Supertaça Europeia pela 3.ª vez ao derrotar o Sevilha (que perdeu pelo 3.º ano consecutivo) no prolongamento. Ramos, tal como na final da Champions em 2014, empatou um duelo, já nos descontos, que parecia que ia cair para o vencedor da Liga Europa. Carvajal, com uma grande jogada, resolveu no último minuto e deu mais um título europeu aos merengues. Partida em que o conjunto de Monchi teve quase sempre mais iniciativa durante os 90 minutos mas no prolongamento só deu Real, que não fosse o desperdício nem precisava de ter sofrido tanto.

Quanto ao encontro, o Real entrou melhor e chegou mesmo ao 1-0 fruto de um golo incrível de Asensio, que meteu a bola no ângulo com um remate fora da área. O Sevilha tentou responder e depois de Mariano (remate muito por cima quando estava em excelente posição) e Carriço (um tiraço para defesa de Casilla) não terem tido sucesso, Franco Vázquez aos 41' com um remate bem colocado de esquerdo fez mesmo o 1-1. Morata ainda esteve perto do 2-1 pouco depois mas Rico anulou a cabeçada do avançado do Real. Na 2.ª parte os merengues entraram melhor mas Isco e Benzema não conseguiram bater Rico e o Sevilha, que tentou sempre ter mais iniciativa, aproveitou para consumar a reviravolta com Konoplyanka a marcar um penalti na sequência de uma suposta falta de Ramos sobre Vitolo. O Real, com Carvajal em destaque, no entanto não desistiu e já no minuto 93, Sérgio Ramos foi lá à frente e de cabeça, aproveitou uma assistência de Lucas, para fazer o 2-2. Logo a abrir o prolongamento Benzema teve uma grande oportunidade para marcar mas foi lento a decidir e permitiu o corte a Pareja. No minuto a seguir Kolodziejczak foi expulso e deixou o Sevilla com 10. O Real aproveitou para carregar, Ramos marcou mas o golo foi anulado por suposta falta do central, depois foi James isolado a permitir a defesa a Rico e a seguir Lucas também não conseguiu marcar quando estava completamente sozinho. Até que Carvajal, já no minuto 119, com uma grande jogada individual fez finalmente o 3-2 e deu a Taça ao Real Madrid.

Real Madrid - Uma exibição cinzenta até ao prolongamento, disfarçada por um grande golo do Asensio, sendo claro que as baixas e o estado físico ainda débil de vários jogadores não permitiram uma melhor prestação. Todavia, a felicidade de empatar ao cair do pano e as alterações de Zidane permitiram a reviravolta no marcador. James, que num jogo sem Bale, Kroos e Ronaldo foi suplente (não é um bom sinal claramente), entrou muito bem no encontro, acrescentando a sua visão de jogo e qualidade de passe, sendo que os grandes destaques foram Ramos e Carvajal. O central voltou a marcar um golo decisivo (e viu outro ser-lhe anulado estranhamente), apesar de ter cometido uma grande penalidade, enquanto que o lateral, uma das unidades mais resistentes em campo, decidiu o encontro com uma grande jogada individual, isto numa fase em que os merengues já haviam desperdiçado muitas ocasiões. Por outro lado, Morata esteve apagado, Modric, que só entrou no 2.º tempo, ainda está a meio gás e Marcelo e Casemiro (se há posição onde a equipa pode melhorar é nesta) acumularam alguns erros. Por fim, Zidane continua a somar títulos e logo no 1.º ano no Real pode fazer o pleno a nível internacional caso vença o Mundial de Clubes.

Sevilha - Uma equipa que aparenta ter já algumas ideias de Sampaoli nomeadamente na fase de construção, onde é visível a facilidade que o portador tem em encontrar várias linhas de passe (relutância em jogar longo e preferência por um jogo combinativo) que procura explorar o corredor central na fase de criação para depois atacar pelos corredores laterais. São demasiadas diferenças para o Sevilha de Emery que se caracterizava pela força nas transições e pela agressividade na procura da baliza, assente também num duplo pivot mais posicional. Quanto ao encontro, os andaluzes tiveram mais bola, mostraram maior disponibilidade física para o jogo que o adversário, mas o golo de Ramos a terminar o encontro e a expulsão de Kolo no início de prolongamento acabaram por deitar por terra as aspirações do vencedor da Liga Europa. Individualmente, destaque para o grande jogo de Pareja, a melhor unidade do eixo defensivo, com vários cortes providenciais e a combinar com o estilo que Sampaoli preconiza (Carriço também esteve bem, com vários passes longos), Iborra (enquanto durou fisicamente dominou o meio campo), Vásquez (o elemento mais dotado tecnicamente e que não precisa de muitos metros para fazer a diferença) e Vitolo, que depois de uma primeira parte apagada foi importante ao conquistar uma grande penalidade muito duvidosa, causando, de igual forma, estragos ao colocar a sua potência em jogo e sacrificando-se no prolongamento a lateral esquerdo.

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