Portugal desta vez não convenceu mas segurou 1.º lugar; Paciência já leva 3 golos, Mané destacou-se pela negativa; Argentina eliminada

Portugal 1-1 Argélia (Paciência 25' g.p. e Benkablia 30') 

Foi em ritmo de treino que Portugal carimbou o primeiro lugar do grupo no Torneio Olímpico, ficando à espera de adversário para os quartos-de-final. Depois do empate a 1 frente à Argélia, a equipa de Rui Jorge vai defrontar o segundo classificado do grupo C, que será disputado entre a Alemanha, México e Coreia do Sul. A partida frente aos africanos foi bastante desinteressante, como se poderia esperar de duas equipas sem nada em jogo, sendo que o grande destaque vai para Gonçalo Paciência, que voltou a marcar. O seleccionador nacional deu a titularidade a jogadores que não tinham sido utilizados anteriormente e poupou Esgaio, Podstawski e Paciência na segunda metade, mas a resposta da equipa não foi brilhante, faltando outra motivação. A surpresa da tarde aconteceu no outro jogo, com a Argentina, que à partida tinha um dos elencos mais fortes, a ser eliminada pelas Honduras. Num encontro que teve três grandes penalidades, Rulli defendeu a primeira mas nada pôde fazer na segunda a favor dos centro-americanos, sendo que Ángel Correa também desperdiçou um castigo máximo. Maurício Martínez ainda fez o 1-1 para os argentinos, mas já não valeu de nada. 

O jogo foi disputado num ritmo lento, sem surpresa. Com várias novidades no 11 (Paulo Henrique, Ilori, Tiago Silva, Pité e Mané, jogadores que não tinham sido titulares nos encontros anteriores), Portugal teve mais dificuldades para assumir o encontro, dividindo as despesas com a Argélia. O primeiro golo surgiu de uma grande penalidade inexistente, cavada por Mané após bom passe de Gonçalo Paciência. O avançado não vacilou e deu vantagem à equipa portuguesa, que pouco depois seria anulada por um golo de Benkablia. Na segunda parte, a qualidade do jogo diminuiu e os lances junto das balizas não foram propriamente muitos. Portugal somou algumas tentativas, mas a melhor oportunidade pertenceu aos argelinos já no último minuto. No final, o resultado satisfez as duas equipas.

Portugal - Rui Jorge fez o que se impunha, gerindo o plantel e dando a oportunidade aos menos utilizados (só o guarda-redes Joel Pereira ainda não se estreou). Ainda assim, a principal figura voltou a ser Gonçalo Paciência, bastante participativo na construção, servindo de referência e revelando inteligência de movimentos. Está com o pé quente e é extremamente importante que se mantenha assim. O parceiro de ataque, Carlos Mané, apresentou-se em péssimo nível, demonstrando mais uma vez as deficiências técnicas que tem. Tem demasiadas dificuldades em aspectos como a recepção e o passe e, desse modo, o seu jogo é inconsequente. Pité e Tiago Silva, mais evoluídos tecnicamente, não conseguiram, porém, fazer uma exibição consistente e acrescentaram pouca criatividade. Ficaram claras as diferenças para os habituais titulares. Francisco Ramos também não esteve ao melhor nível, embora tenha tentado oferecer algum critério com bola. O meio campo português voltou a demonstrar algumas falhas na ocupação de espaços, mas a qualidade dos argelinos também não foi suficiente para as aproveitar. Na defesa, Ilori fez uma exibição sem grandes sobressaltos, ao passo que Paulo Henrique, que só tinha internacionalizações pelos sub-19 e 20, demonstrou alguma qualidade ofensiva, procurando o espaço central sempre que possível.