É desta que um sul-americano faz história?

Do Mont-Saint-Michel a Paris, o Tour vai voltar a percorrer a França de 2 a 24 de Julho. Uma Volta essencialmente para os trepadores, o que deixa a corrida mais em aberto, com a chegada a Mont Ventoux à etapa 12, que acompanha mais outras 3 etapas de montanha com chegadas em alto e outras 4 etapas que terminam depois de uma descida. Ainda, um CRI sinuoso de 37.5Km, outro CRI essencialmente a subir de 17.5Km, uma chegada para puncheurs que decidirá a amarela à etapa 2 e oito oportunidades para sprinters compõem este Tour. Para prevenir o excessivo entusiasmo que normalmente leva a um também excessivo número de abandonos por queda nas primeiras etapas, a organização coloca duas etapas que ultrapassam os 200Km na primeira semana.

Em relação ao favoritismo, este reparte-se entre o campeão em título Chris Froome, Nairo Quintana (Movistar) e Alberto Contador (Tinkoff). Dado o peso da terceira semana da prova em termos de montanha consideramos o colombiano o principal favorito, prevendo-se no entanto uma corrida muito discutida entre este trio. 

Froome é um trepador de excelência mas o percurso torna difícil aquela que tem sido a sua abordagem e que consiste em entrar muito forte e tentar garantir uma boa vantagem na primeira chegada em alto, que este ano chega apenas à etapa 9 e dá-se em Andorra, território em que Contador e Quintana terão o público consigo. No entanto, Froome conta com uma equipa fortíssima, a melhor das presentes para atacar a amarela e que inclui contra as suas melhores expectativas um Mikel Landa fresco depois do abandono no Giro.

Contador volta em 2016 a considerar o Tour como o seu grande objetivo. O madrileno já venceu a Volta ao País Basco esta época e a sua preparação parece indicar um Contador ao seu melhor nível, mas a sua equipa em ano de despedida do idiossincrático patrocinador Oleg Tinkoff pode ser um pouco curta para a alta montanha, contando para este terreno apenas com Kiserlovski, Kreuziger e Majka.

Nairo Quintana tem uma corrida com um perfil à sua imagem e uma equipa muito forte que inclui o português Nélson Oliveira, Valverde, Dani Moreno e Ion Izaguirre. Dos favoritos tem tido a época mais bem sucedida e a pressão está muito do seu lado em 2016, já que tem tudo para ser o primeiro sul-americano a vencer a "Grand Boucle".

De resto, Fabio Aru (Astana) e Thibaut Pinot (FDJ) são dois corredores que têm qualidade para muitas vezes se intrometerem entre os três favoritos, sendo até perfeitamente defensável que Aru parta em igualdade de favoritismo com o trio. O italiano lidera a sempre forte Astana que este ano traz ainda o vencedor do Giro 2016 e do Tour 2014 Vincenzo Nibali. E dado que Nibali não dominou a corrida ilatiana de fio a pavio, decidindo a corrida apenas na última oportunidade, é de especular sobre com que forma conseguirá o siciliano chegar ao Tour. De facto, contamos com um Nibali a um nível muito bom. Outros nomes importantes para animar a corrida são a dupla da BMC Richie Porte e Van Garderen, Romain Bardet (AG2R), Alaphilippe (Etixx), P. Rolland (Cannondale), W. Barguil (Giant), J. Rodríguez (Katusha), Mollema (Trek),Valverde (Movistar) W. Kelderman (Lotto - Jumbo) ou Adam Yates (Orica). Enfim, um elenco à Tour!

Nos sprints conta-se com uma receita já vista: Peter Sagan (Tinkoff) a dominar a camisola verde da classificação por pontos, e Kittel (Etixx) a dominar as chegadas ao sprint. A. Greipel (Lotto) e A. Kristoff (Katusha) são as maiores ameaças a ambos depois de Nacer Bouhanni, um praticante amador de boxe, ser obrigado a desistir de alinhar à partida depois de ferir uma mão numa escaramuça com um hóspede mais barulhento no hotel em que pernoitou na véspera dos campeonatos de França. M. Matthews (Orica), J. Degenkolb (Giant), M. Cavendish (Dimension Data), B. Coquard (Direct Energie), Groenewegen (Lotto - Jumbo) e Sam Bennett (Bora) são outros nomes a ter em conta na discussão dos sprints, enquanto Matthews terá também uma palavra a dizer na luta pela camisola verde.

Quanto aos portugueses, Rui Costa (Lampre - Merida) desta vez não parte com o objetivo principal fixado na classificação geral voltando assim à abordagem que lhe trouxe maiores sucessos na corrida francesa, ou seja, procurando conquistar vitórias em etapas. Já Nélson Oliveira terá de trabalhar para Quintana, o que irá diminuir o seu espaço de manobra.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Luís Oliveira

PS: Está disponível em www.velogames.com, um Fantasy Game do ciclismo, a já habitual liga privada do Visão de Mercado para o Tour. O objetivo é recolher o maior número de pontos com os 9 elementos escolhidos dentro do orçamento. Para tal é necessário antecipar quem terminará nos primeiros lugares na classificação geral, montanha, por pontos e também nas diferentes etapas. Os dados da liga são: League Name: Visão de Mercado;
League Code: 322116263017

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