Real conquista a 11.ª; Merengues só foram superiores nos penaltis; Atlético teve um maior domínio do jogo e ainda falhou um penalidade por Griezmann; Oblak, Ramos e Casemiro estiveram em destaque; Ronaldo, apesar da exibição apagada, já tem 3 Champions no Currículo

Daily Mail
Real Madrid 1-1 Atlético (5-3 nas g.p.) (Sérgio Ramos 15'; Carrasco 79')

A "undécima" já está aí. Em nova final repleta de emoção entre as equipas de Madrid, o Real voltou a sair vitorioso, desta feita nas grandes penalidades depois do 1-1 nos 90 minutos e no prolongamento, arrecadando assim a 11.ª Champions (2.ª no espaço de apenas 3 anos). Os merengues entraram melhor no jogo, marcaram cedo por Ramos (que voltou a ser decisivo) mas depois o Atlético foi superior, chegando ao empate por Carrasco já depois de Griezmann ter desperdiçado uma grande penalidade. No prolongamento não houve golos e tudo se decidiu através da marcação dos castigos máximos, e aí o Real não desperdiçou, Juanfran mandou ao poste e Ronaldo marcou o decisivo. Dérbi que teve mais dimensão física que arte, a magia foi pouca, mas o Atlético, contrariando a ideia que tem passado, até foi a equipa que mais tentou dominar, fazer posse e jogar no meio campo contrário, no entanto individualmente, pelo menos no sector ofensivo, não foi uma boa noite para os principais craques, Griezmann falhou um penalti, Torres foi anulado, Ronaldo (que chegou à 3.ª Champions) desperdiçou nas poucas vezes que apareceu, e à excepção da boa entrada de Carrasco e de umas arrancadas de Bale, os destaques foram quase nulos. Melhor esteve o sector defensivo, com Ramos e Casemiro em grande nos merengues, e Oblak e Gabi a impressionarem nos colchoneros. Mas para a história fica a vitória do conjunto de Zidane e mais uma derrota de Simeone, que voltou a morrer na praia.

Quanto ao encontro, o Real entrou forte na partida, estando perto de marcar logo aos 6 minutos, quando Bale arranca uma falta e na cobrança do livre, Casemiro remata à figura de Oblak, já na pequena área. Não marcou aí, mas marcou à passagem do quarto de hora, com Kroos a bater um livre, Bale a desviar e Sergio Ramos, mais uma vez, a marcar numa final de Champions. Os Merengues pareciam estar bem na partida, com excelentes trocas de bola a meio campo, mas deixaram de controlar o encontro e com isto aproveitou o Atlético para espreitar a baliza de Navas. No entanto, só aos 42 minutos Griezmann levou perigo, surgindo entre-linhas para disparar rasteiro, de pé direito, a rasar o poste de Navas. O segundo tempo foi completamente diferente, muito mais rico em oportunidades de golo e numa fase inicial só deu Atlético. Logo a abrir Griezmann acertou na trave na cobrança de uma grande penalidade a castigar falta de Pepe sobre Torres e depois foi Savic a falhar à boca da baliza. Entretanto, nota para a lesão de Carvajal, que pode ter o Euro em risco, sendo que para o seu lugar entrou Danilo. O Atlético podia ter feito mesmo o empate pouco depois, mas Saúl, à meia-volta, atirou perto do poste. Seguiu-se um período menos fértil em chances de golo, mas aos 70 minutos, Benzema, depois de um brilhante passe de Modric, falhou na cara de Oblak. O Real fez entrar Isco e Lucas para os lugares de Kroos e Benzema e logo a seguir podia ter ampliado, mas Ronaldo (por duas vezes) e Bale não conseguiram encontrar o caminho do golo. Até que, no minuto seguinte, Carrasco aproveita um passe de Juanfran para disparar para o fundo das redes do Real Madrid. Estava feito o empate, de forma justa. Torres e Bale tiveram oportunidades para ainda resolverem dentro do tempo regulamentar, mas o encontro foi para prolongamento. Aí, com o Real completamente desgastado e o Atlético a procurar os penaltis, Ronaldo, após canto de Modric, teve a melhor oportunidade, mas cabeceou muito mal. Danilo ainda tirou uma bola de golo a Griezmann quando este surgia isolado e o francês, no fim do primeiro tempo do prolongamento, ainda tentou de forma acrobática, mas o último lance de perigo foi da autoria de Lucas Vázquez, no entanto, o canterano dos Blancos demorou muito a rematar. Seguiu-se a lotaria das grandes penalidades, com Oblak a mostrar-se imponente para parar qualquer remate (a abordagem não foi a melhor) e surgiu Cristiano Ronaldo para penalizar o desperdício de Juanfran, que atirou ao post,e para decidir o dérbi da final e oferecer a Undécima ao Real e o primeiro título como treinador a Zidane.

Destaques:

Real Madrid -  Nova Champions para os merengues (são já 11 na sua história, 5 no formato actual), e se em circunstâncias normais esta é uma conquista importantíssima, neste contexto do clube ainda mais, já que perder esta final significaria mais uma época de fracasso. A equipa colocou-se em vantagem muito cedo, mas não aproveitou o golo de Ramos para partir para uma grande exibição, antes pelo contrário. O conjunto de Zidane recuou muito, cedeu a iniciativa aos colchoneros mas não aproveitou isso para apanhar o adversário em contrapé, chegando o empate do Atlético com naturalidade (curiosamente chegou logo depois do Real ter tido a oportunidade de sentenciar). No prolongamento, as coisas foram ficando mais equilibradas e depois nos penaltis houve o mérito de não desperdiçar e trazer a taça para o Bernabéu. Individualmente, Carvajal lesionou-se e pode ter perdido o Europeu (Danilo entrou muito mal, sofrendo muito com Carrasco), enquanto que Ramos voltou a brilhar numa final com um golo e uma prestação defensiva impecável (já Pepe teve algumas falhas, nomeadamente a abordagem ao lance que provoca a grande penalidade desperdiçada por Griezmann). No meio-campo, foi tudo de Casemiro, que fez uma exibição espectacular, enchendo o campo com recuperações e coberturas e mesmo com bola estando a um nível bem melhor do que o normal. Na frente, Bale começou de forma espectacular, sempre levando perigo em cada ação, mas caiu muito com o passar dos minutos, ao passo que Ronaldo, apesar de ter marcado o penalti decisivo, fez um jogo muito pobre, alternando momentos em que pouco apareceu com outros em que somou más recepções e perdas de bola.

Atlético de Madrid - Mais uma final cruel para os rojiblancos. Depois de Lisboa, o conjunto de Simeone voltou a estar muito perto de sagrar-se campeão da Europa pela primeira vez, mas novamente "morreu na praia". Os colchoneros tiveram uma entrada em falso, mas depois reergueram-se, terminaram o primeiro tempo já por cima e depois na etapa complementar, com a entrada de Carrasco, tornaram-se definitivamente donos do desafio, dando mesmo a sensação que se a equipa tivesse forçado um pouco mais as grandes penalidades poderiam até ter sido evitadas. Individualmente, Oblak teve algumas intervenções importantes mas voltou a desiludir nas grandes penalidades (falta-lhe algo de instinto ou até "loucura" nesse momento"), enquanto que Juanfran, que ficará para a história como o homem que mandou aquele penalti ao poste, esteve bastante bem, fazendo mesmo a assistência para o golo (Filipe também fez uma boa exibição). No meio-campo, o "jovem" (pela forma como tem uma enorme disponibilidade para o jogo) Gabi esteve impressionante, tanto ao nível da pressão e ocupação de espaços como ainda no critério com bola e na liderança dentro do campo, ao passo que Carrasco revolucionou o jogo com um golo, muita velocidade, potência e capacidade no transporte. Na frente, Torres mal se viu e Griezmann ficará também na história do jogo por ter mando à barra uma grande penalidade que poderia ter feito com que tudo fosse distinto.

Etiquetas: , ,