Os potes da Liga dos Campeões 2016-17; 'Tubarão' deu a 4.ª dentada

Imagem: kassiesa
Concluída a final da Liga dos Campeões, com vitória do Real Madrid, ficou definido a constituição do pote dos cabeças de série da próxima edição da prova milionária. Assim sendo, o Benfica junta-se ao Real, Barcelona, Bayern, Juventus, Leicester, PSG e CSKA. Também em relação aos outros potes já dá para ter uma ideia de qual vai ser o figurino, sendo certo que tudo vai depender dos resultados no playoff de acesso à fase de grupos. Mas, Atlético Madrid, Dortmund, Arsenal, Nápoles, Sevilha e Leverkusen estão certos no Pote 2, sendo que podem ter a companhia do FC Porto e Man City. Já no 3, devemos ter o Basileia, Shakhtar, Tottenham, Olympiacos, D. Kiev, Lyon, Villarreal e Ajax; Enquanto que no 4.º o Sporting, a menos que duas equipas das mais cotadas no Ranking sejam eliminadas no playoff, tem a companhia do PSV, Plzen, Brugge, Salzburg, Celtic, APOEL e Besiktas.

Vincenzo Nibali arrecadou a Volta a Itália'2016, superando Chaves e Valverde. O Tubarão, que venceu o Giro pela 2.ª vez na carreira, conseguiu juntar a 4.ª Grande Volta ao currículo, depois de uma edição em que arrebatou a rosa nos últimos dias de montanha, fase em que parecia já nem estar na luta pelo título, dado o seu 4.º lugar a quase 5 minutos do líder. Mas mais que a vitória do italiano da Astana, que com sorte, factor equipa ou mérito, acabou por confirmar o favoritismo, na memória fica mais uma corrida frenética e muito bem disputada, com 8 diferentes líderes ao longo das três semanas, e dúvidas até aos kms finais da penúltima etapa sobre qual seria o vencedor à geral. Destaques:
Etixx - A equipa belga fez um Giro fantástico, vencendo 4 etapas (por Kittel, Brambilla e Trentin), vestindo por 6 dias a camisola rosa através dos mesmos Kittel, Brambilla e ainda Bob Jungels, e confirmando este último como um talento para provas de 3 semanas ao terminar num 6º lugar e lavando para o luxemburgo a camisola branda da juventude. Para um futuro próximo, excelentes indicações de Kittel que não parece ter oposição em chegadas em pelotão compacto.
Lotto - Soudal - 3 etapas para Greipel e 1 para Tim Wellens, a outra equipa belga teve um excelente desempenho na metade da corrida em que era, à partida, competitiva.
Lampre - Merida - Mais uma vez a única equipa italiana de nível World Tour fez uma excelente corrida na medida em que não parte com um conjunto ao nível dos melhores. Deram um grande espetáculo na etapa 4, com um grande trabalho de equipa coroado por Ulissi, e o líder da equipa esteve muito ativo e voltou a estar no lugar certo à hora certa para vencer a 11ª etapa.
Esteban Chaves - Muito regular o jovem colombiano, a confirmar-se como uma figura para corridas de três semanas com o alcançado 2º lugar. A Orica teve bem em reforçar-se com homens como Plaza ou Txurruka para auxiliar Chaves depois da última Vuelta, e o jovem corredor provou que merece ser líder e ter uma equipa construída à sua volta. A colombia continua a sua conquista do ciclismo internacional e mete 3 homens no top 10 deste Giro.
Stefan Kruijswijk - Simplesmente o homem mais forte ao longo deste Giro, sem dúvida uma figura para os próximos anos, que não teve da sua equipa o cuidado que a Orica mostrou com Chaves. A Lotto Jumbo não tem desculpa depois do último Giro e conhecendo os seus corredores como ninguém, para não ter apostado mais na equipa de suporte ao holandês. De facto, a equipa que apresentou aqui era fraquíssima na montanha. Na etapa que acabou por ser decisiva, falou-se que deveria ter lançado um homem para a fuga mas provavelmente só Battaglin teria pernas para conseguir entrar e aí Kruijswijk perderia todo o apoio na ascensão à Cima Coppi. O holandês teve azar com a sua queda, mas agora resta exigir mais da sua equipa para a Vuelta.
André Cardoso - A melhor classificação do trepador português numa prova de 3 semanas, acabando na 14ª posição enquanto foi trabalhando para os seus colegas. Quem o visse a carregar bidons nas primeiras etapas provavelmente não adivinharia ali um futuro top 15.
Vincenzo Nibali - Como qualquer outro tubarão, Lo Squalo di Messina mal sentiu a fraqueza dos seus adversários não perdoou. Foi o responsável por tirar Kriuijswijk da sua zona de conforto na descida do Agnello atacando logo à passagem do cume, uma zona muito sensível onde a quebra de concentração é normal e já levou a quedas muito feias no passado tal como a de Voigt no Tour 2009. Irrepreensível na determinação em vencer, o siciliano é um vero campeone e um adversário temível. No entanto, dos 4 GT's que venceu 3 ficam associados a quedas de adversários. No Tour com Contador e Froome, na sua primeira Vuelta com a terrível queda de Antón da qual o basco nunca recuperou, e agora com o azar de Kruijswijk.
Ainda, Valverde (pódio na grande Volta que lhe faltava) e Dumoulin (preparar-se para os JO) atingiram os objetivos que anunciaram à partida embora era legítimo esperar mais de ambos, Majka e Úran estiveram muito discretos, dado que eram os corredores com mais estatuto à partida depois de Nibali, Valverde e Landa. Hesjedal e Pozzovivo também muito abaixo das expectativas. Landa abandonou no dia seguinte a um dos dias de descanso e foi agora o terceiro líder da Sky depois de Wiggins e de Porte a passar completamente ao lado da corrida. Se em anos passados, Úran e König salvaram os britânicos, em 2016 a honra coube a Mikel Nieve que conseguiu juntar uma etapa à classificação da montanha. Nizzolo venceu pelo segundo ano consecutivo a classificação por pontos, mas mais uma vez não conseguiu arrecadar etapas em grandes voltas (até venceu a última mas foi desclassificado devido a ter feito um sprint irregular e o júri atribuiu a vitória a Nikias Arndt, da Giant).

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Luís Oliveira

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