Jonas saiu do banco para colocar o Benfica na final; Carcela e Grimaldo deram nas vistas; Braga esteve na frente (golaço de Rafa) mas péssima 2.ª parte e erro de Matheus deitaram tudo a perder

Benfica 2-1 Sp. Braga (Jonas 58' e Jiménez 71'; Rafa 19')

O Benfica, vencedor de 6 das oito edições da Taça da Liga, juntou-se ao Marítimo na final ao derrotar o Sp. Braga, por 2-1. Os encarnados chegaram ao intervalo a perder mas no 2.º tempo foram claramente superiores, sendo que a entrada de Jonas (um golo e uma assistência) acabou por ser decisiva. Rui Vitória aproveitou para poupar 8 jogadores em relação à última partida do campeonato (só Ederson, Lindelof e Sanches repetiram a titularidade) e viu Grimaldo e Carcela responderem com boas prestações num jogo que marcou o regresso de Luisão à titularidade (o que não acontecia desde Novembro). Já o Sp. Braga teve em Rafa (golaço) o elemento mais, mas uma 2.ª parte pouca conseguida (vários erros defensivos e uma inércia no momento com bola) a juntar a um erro grave de Matheus no 2-1, hipotecaram a hipótese uma 2.ª final esta época.

No que diz respeito ao jogo, o Benfica entrou a controlar e a tentar pressionar alto, com o Braga a assumir uma postura mais expectante, na procura das transições rápidas. Salvio criou algum perigo com um cabeceamento para fora, mas foi o Braga que se adiantou no marcador, com Rafa (muito espaço dado) a marcar um golaço, num remate em arco (a bola ainda bateu no poste). Logo de seguida quase que surgiu o segundo, depois de uma bela jogada, mas o remate de primeira de Wilson Eduardo saiu ao lado. Os encarnados continuavam a ter mais bola, mas era uma posse estéril, com os homens da casa a mostrarem um futebol lento e pobre, sem conseguir furar a defesa bracarense, que se mantinha muito bem organizada. A única oportunidade do primeiro tempo surgiu de uma escorregadela de Boly, com Raúl Jiménez a obrigar Matheus a uma excelente defesa. No entanto, o intervalo chegou mesmo com 0-1 no marcador. Para a segunda parte Rui Vitória trocou Renato Sanches por Jonas (Talisca recuou no terreno) e o melhor marcador do campeonato correspondeu à aposta, empatando a contenda (não vacilou perante Matheus) após bela assistência de Carcela. O Benfica intensificou a pressão e Paulo Fonseca respondeu com a entrada de Stojiljkovic para o lugar de Wilson Eduardo. Os locais estiveram perto de consumar a reviravolta no marcador, mas Raúl Jiménez, após mais um grande passe de Carcela (que melhorou muito a partir do momento que começou a jogar no lado direito), finalizou muito mal. O Braga já não conseguia sair e sofreu mesmo o segundo golo num erro inacreditável de Matheus, que saiu da baliza e falhou o pontapé na bola, deixando Raúl Jiménez com a baliza aberta e com este a empurrar a bola para o fundo das redes. Já depois do técnico dos bracarenses ter arriscado com a entrada de Níguez para o lugar de Mauro, Rui Vitória colocou Fejsa em campo (saiu Carcela), tentando fechar os caminhos da sua baliza. Até ao fim, o Braga tentou o empate, Níguez e Stojiljkovic ainda criaram algum perigo, mas o resultado não se alterou e o Benfica garantiu lugar na final.

Benfica - Mais uma vitória pela margem mínima mas que é suficiente para os encarnados carimbarem a passagem para mais uma final da Taça da Liga. Rui Vitória aproveitou para dar minutos a jogadores menos utilizados como Grimaldo, Luisão, Salvio, Carcela, Jiménez ou Samaris, porém a resposta não foi a melhor. A equipa deu meia parte de avanço e só após a entrada de Jonas conseguiu criar perigo, sobretudo pelo caos que o brasileiro traz ao jogo. A facilidade com que confunde marcações, a frequência com que troca de posição (hoje com Guedes) ou a criatividade que mostra quando recebe em zonas mais recuadas é decisiva para o futebol do Benfica. Hoje, em termos meramente estatísticos, faz um golo e "assiste" para o segundo, o que é elucidativo da preponderância do melhor jogador dos encarnados em 2015/2016. Para além do avançado, destaque para a exibição de Carcela (assumiu outro relevo quando trocou para o corredor direito), sobretudo quando pisa terrenos interiores, mostrando bem a capacidade de drible e inteligência para colocar companheiros nas costas da defesa. Nota positiva levam também Grimaldo (a ganhar pontos na lateral esquerda, inteligente defensivamente e a envolver-se bem por dentro na manobra ofensiva), Lindelof (impediu várias transições de Rafa e demonstrou, mais uma vez, grande competência com bola) e Talisca (importante quando recuou no terreno). Em sentido inverso, Sílvio somou uma má exibição, Renato, quem sabe por fadiga, teve menos acerto nas suas acções, enquanto que Salvio (várias más decisões, insistência no drible estando em desvantagem numérica) demora em voltar ao rendimento pré-lesão.

Braga - Uma equipa que se apresentou fiel ao que mostrou durante a temporada, tentando sempre um futebol apoiado, de construção, a começar pelo seu guarda-redes e a envolver bastantes jogadores: os médios mais recuados Luiz Carlos e Mauro aproximam-se para oferecer linhas de passe ao portador, os centrais incluem-se neste processo, procurando uma saída pelo corredor central para depois explorar a velocidade de Rafa e Wilson. Ainda assim, demérito nesta fase para o conjunto de Paulo Fonseca, já que, durante o 1.º tempo, tentou insistentemente esta forma de construir que os encarnados conseguiram quase sempre anular, forçando a perda de bola em zonas perigosas. Nesse sentido, foram raros os momentos em que a equipa conseguiu ter uma saída limpa que resultasse no transporte até ao último terço, sendo que as oportunidades criadas nos primeiros 45 minutos surgiram após transições rápidas, sobretudo resultantes da perda de posse de Renato e Samaris. Esta capacidade para incomodar o Benfica desvaneceu-se na 2.º parte, consequência de um baixar de linhas dos gvrreiros, também imposto por uma maior agressividade e intensidade na circulação por parte dos encarnados. Para isso contribuiu a incapacidade de Hassan para esperar pela equipa, assim como um baixar de preponderância de Luiz Carlos ou Josué, que atiraram a equipa para minutos difíceis, algo que só foi contrariado numa fase de procura pelo 2-2. Individualmente, destaque para Rafa (remou contra a maré numa partida em que a equipa desiludiu ofensivamente, criou desequilíbrios, apareceu para finalizar e mostrou um poder de decisão que é difícil de encontrar), Goiano e Djavan (melhor o ex-Benfica, já que o lateral direito pouco se envolveu ofensivamente), estando Matheus no reverso da medalha. O Brasileiro foi decisivo para o resultado final, mas pela negativa, ao ficar associado ao 2.º e decisivo golo do Benfica.

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