As 10 melhores transferências de 2015-16

Chegados ao fim de (mais) uma grande temporada futebolística, é hora de analisar o desempenho dos principais intervenientes: os jogadores. Num ano marcado por revelações, confirmações e erros de “casting”, também houve espaço para boas contratações, jogadores que, pelo que demonstraram ao longo do ano, justificaram o dinheiro em si investido. Assim sendo, estas foram as 10 melhores transferências a nível internacional de 2015/16 para o Visão de Mercado:

Toby Alderweireld (Tottenham): Já tinha dois anos de experiência nas duas principais ligas do mundo desde a saída do Ajax, mas ainda não tinha dado o “click”, faltava a temporada de confirmação, que chegou este ano. Resgatado ao Atlético de Madrid por 16 M€, número praticamente insignificante para a realidade britânica, Alderweireld rapidamente se integrou no sistema de Mauricio Pochettino, criando uma excelente dupla no centro da defesa com Vertonghen. Totalista na Premier League (somou 49 partidas em todas as competições), o internacional pela Bélgica ainda demonstrou a sua inaudita habilidade goleadora, tendo atingido 4 golos na competição. Com viagem marcada para França, o jogador de 27 anos será, ao que tudo indica, titular (mesmo que a lateral-direito), surgindo como (mais) um dos belíssimos valores individuais que Marc Wilmots terá de gerir.

Dele Alli (Tottenham): Uma ascensão meteórica. O prodígio inglês de apenas 20 anos (completados há pouco mais de um mês) alinhava, há um ano, na League One (equivalente ao CNS português) mas finaliza 2015/16 como uma das principais referências do 3º classificado da Premier League (que, recorde-se, foi durante largas semanas 2º). Numa temporada que nem o próprio imaginaria ser possível, Dele Alli tornou-se num elemento indispensável para os “Spurs”, realizando 46 jogos, aos quais respondeu com 11 assistências e 10 tentos (um deles sério candidato a golo do ano na BPL). O reconhecimento como melhor jovem da Liga Inglesa foi um justo prémio para um centrocampista que arrisca figurar no onze inicial da sua seleção no Europeu.

Kevin De Bruyne (Manchester City): Não é fácil “aterrar” em Inglaterra com o rótulo de “sr. 74 Milhões” e, ainda assim, brilhar a grande nível. Porém, o craque belga superou alguma desconfiança inicial (pelo valor investido pelo Manchester City) para se assumir como uma das peças inamovíveis para Manuel Pellegrini, contribuindo decididamente para vitórias essenciais (ficam na retina os dois tentos apontados na eliminatória com o PSG, na Liga dos Campeões). Com 9 assistências e 17 golos apontados (apenas Agüero o superou neste capítulo), cativou os adeptos dos “citizens”, que já consideram os 74 Milhões de Euros um excelente investimento. Após uma época de estreia estrondosa, aguarda-se que venha a ser um dos elementos chave para Pep Guardiola.

Douglas Costa (Bayern Munique): Sendo os emblemas alemães um exemplo de frieza no mercado (raramente entram em “loucuras”), a contratação de Douglas Costa ao Shakhtar por 30 Milhões de Euros foi vista por muitos como um exagero. Não que o internacional brasileiro não tivesse qualidade suficiente para vestir as cores dos bávaros, simplesmente não se avistava lugar para se afirmar a tempo inteiro (apesar das lesões, havia Robben, Ribéry, Götze e Coman). Contudo, o camisa 11 silenciou, no decurso da época, os críticos, impondo-se desde logo no exigente esquema de Guardiola, com registos de luxo: 7 golos e 12 assistências nos 43 jogos disputados. Com uma estreia tão prometedora, apresenta perfeitas condições para dar seguimento à boa forma em Munique, desta feita com Carlo Ancelotti no comando.

Paulo Dybala (Juventus): No espaço de um ano, Dybala passou de um jovem com tremendo potencial para um dos melhores jogadores da Serie A. Contratado para substituir Carlos Tévez, entretanto transferido para o Boca Juniors, o avançado de 22 anos excedeu as expetativas em si depositadas, tornando-se na principal referência ofensiva da Juventus, fazendo esquecer “Carlitos”. Num plantel tão rico em avançados como o dos “bianconeri” (Zaza, Mandzukic, Morata), o argentino conseguiu ser o maior artilheiro da equipa (23 golos, recorde pessoal) e, somando as 9 assistências, comprova-se o quão fulcral se revelou para Massimiliano Allegri. Por esta altura, os 32 Milhões desembolsados na sua aquisição são “trocos”, tendo em conta o rendimento que já demonstrou ser capaz de ter.

N'Golo Kanté (Leicester): Vardy pode ter sido o homem-golo e Mahrez o “abre-latas”, mas sem Kanté provavelmente o Leicester não se teria sagrado campeão inglês. No início da temporada, a contratação de N'Golo ao Caen por 9 Milhões de Euros passou despercebida aos adeptos em geral. Porém, o centrocampista francês superou a dúvida para se assumir como o “pulmão” e “coração” dos “Foxes”. Com um espírito de sacrifício impressionante, revelou uma frescura física excecional, que lhe permitiu terminar o ano com a mesma forma que exibiu no início. Indispensável para Claudio Ranieri, participou em 40 jogos, 37 dos quais para a Premier League, tendo ainda apontado um golo decisivo. Venha o Campeonato da Europa.

Anthony Martial (Manchester United): Acreditava-se que não era o elemento que o Manchester United necessitava (os “Red Devils” precisavam de um atacante para ter impacto no imediato) mas o jovem gaulês provou que é uma opção para o presente e futuro. Não tendo sucumbido ao enorme peso que caía sobre si (movimentar 50 Milhões – que podem chegar aos 80 – pode dificultar a afirmação de um atleta de tenra idade), Martial demonstrou sempre uma tranquilidade extraordinária, revelando mesmo capacidade de levar a equipa “às costas” em caso de urgência (recentemente tal foi visível no desaire em casa do West Ham). No final, os 17 tentos (máximo artilheiro do conjunto de van Gaal) abrem excelentes perspetivas para o futuro, tornando claro que, a menos que algo anómalo ocorra, será uma referência do clube e da sua seleção nos próximos anos.

Dimitri Payet (West Ham): Uma valorização impensável. O francês já havia demonstrado possuir qualidades essenciais para a posição que ocupa no terreno, mas nunca as havia colocado em prática com tal evidência como durante 2015/16. Os 15 Milhões que o West Ham investiu no seu passe revelaram-se insignificantes (poderia ter saído em janeiro pelo triplo desse valor) pois o gaulês, com cavalgadas desconcertantes e golos essenciais (atingiu a marca dos 12 golos, tendo ainda assistido por outras 12 ocasiões) contribuiu decididamente para a excelente campanha dos “Hammers” (7ª posição na Premier League e queda nas “meias” da Taça). A justa recompensa foi a sua chamada para o Euro onde, caso replique o que conseguiu em Upton Park, tem todas as condições para ser um dos destaques do certame.

Mohamed Salah (Roma): Caso estranho, o do egípcio. Quando foi contratado pelo Chelsea, em 2013/14, acreditava-se que o ex-Basileia fosse capaz de fazer a diferença, contando com o benefício de um campeonato aberto, rápido, que privilegia as habilidades físicas e individuais. Porém, Salah fracassou em “terras de Sua Majestade”, mas em Itália, nação onde a tática é hipervalorizada (algo que poderia dificultar a sua afirmação), conseguiu destacar-se a alto nível. Depois da reta final diabólica na época passada ao serviço da Fiorentina, o camisa 11 foi resgatado pela AS Roma, que desembolsou 20 Milhões (entre custos de empréstimo e transferência efetiva) para contar com os seus serviços. Na capital italiana, o egípcio manteve a toada do ano transato, apresentando-se em grande forma, quer numa má fase dos “giallorossi” (com Rudi Garcia), quer numa fase em crescendo da turma agora orientada por Luciano Spaletti. Os 15 golos marcados (14 dos quais na Serie A) atestam bem a importância de Salah para o clube de Totti, deixando “água na boca” para a próxima temporada.

Julian Weigl (Dortmund): Após um ano em que nada correu de feição ao Borussia Dortmund, 2015/16 marcou o reencontro do clube com os bons resultados (2º lugar na Bundesliga e derrota na final da Taça frente ao colosso Bayern; potencialmente jogo do ano ante o Liverpool, em Anfield Road). Para isso, muito contribuiu a presença e a segurança do até há muito recentemente desconhecido Julian Weigl. Contratado ao 1860 München no mercado de verão por apenas 2,5 Milhões, o médio defensivo impôs-se rapidamente na organização de Thomas Tuchel, exibindo uma frieza que não é habitual num jovem que alinhava, há 1 ano, na segunda divisão germâmica. Após uma temporada de sonho (51 jogos disputados), coroada com a forte possbilidade de alinhar pela “mannschaft” no Euro (está na lista de 27 nomes finais), será difícil ao Borussia segurar a sua nova coqueluche.

Visão do do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): António Hess

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