FC Porto ignora aviso de Pinto da Costa e já está a 12 pontos do Benfica; Jota garantiu a vitória do Paços

Paços de Ferreira 1-0 FC Porto (Diogo Jota 80')

Pinto da Costa pediu carácter e uma resposta, mas o FC Porto agravou a crise ao perder no terreno do Paços, resultado que deixa os azuis e brancos a 12 pontos do Benfica e a 10 do Sporting. Os dragões realizaram mais uma exibição pobre, com pouca qualidade de jogo (ainda menos que nas partidas anteriores) e foram castigados por Diogo Jota já perto do fim. Peseiro, que já tinha deixado Aboubakar fora da convocatória, optou por lançar Varela e sentar Brahimi (castigo?), mas mais uma vez o ataque esteve aquém do exigido (Corona voltou a estar mal), tendo, à excepção da fase final da partida, criado poucas oportunidades; Já o Paços, que até vem de um período negativo (é apenas a 2.ª vitória desde 11 de Janeiro), acabou premiado pela audácia que teve, com Jorge Simão no princípio da 2.ª parte a lançar duas unidades para o ataque de maneira a explorar as fragilidades defensivas dos portistas.

No que diz respeito ao encontro, o início foi algo confuso, mas com o FC Porto a assumir a posse de bola. Suk deu o primeiro aviso e depois foi Corona a rematar por cima. No entanto, o Paços jogava muito recuado no terreno, com os dragões a não conseguirem imprimir velocidade e sem criarem desequilíbrios e ocasiões de golo. O mais perto disso que conseguiram foi uma jogada individual de Corona, mas com o mexicano a não conseguir finalizar. Com isto, o intervalo chegou com 0-0 no marcador, resultado que se ajustava ao que se tinha passado dentro das quatro linhas (mesmo com o domínio dos azuis e brancos). Para a segunda parte José Peseiro lançou Brahimi para o lugar de Corona, tendo os visitantes entrado melhor e mais pressionantes. Primeiro foi Sérgio Oliveira a rematar ao lado após boa jogada de envolvimento, tendo depois Chidozie cabeceado perto do poste. Já depois de um remate de Maxi por cima da baliza, Brahimi desperdiçou mais uma boa oportunidade com uma má finalização. A partir daí, o Paços foi crescendo no jogo, envolvendo mais homens no processo ofensivo e colocando algumas dificuldades ao sector recuado portista. No entanto foi novamente o FC Porto a estar perto do golo, com Sérgio Oliveira a obrigar Defendi a uma bela intervenção, num remate de fora da área. Peseiro arriscou tudo, trocando Chidozie por André Silva (Danilo recuou para central e os dragões passaram a actuar em 4-4-2), tendo o jogo ficado partido. Aproveitou o Paços para chegar à vantagem, numa jogada pela direita, com Bruno Santos a assistir Diogo Jota e este a rematar para o fundo das redes (a bola desviou em Danilo). Na resposta, André Silva esteve perto de empatar (a corresponder a um excelente cruzamento de Herrera), mas Defendi fez uma defesa milagrosa para a barra. O técnico portista trocou de laterais (Layún por José Ángel), com o espanhol de imediato a fazer um bom cruzamento para Suk, que cabeceou ao lado. Já perto do apito final, o sul-coreano esteve novamente perto de marcar, mas Defendi fez mais uma excelente intervenção e segurou o triunfo.

Paços de Ferreira - Um Paços que ganha sem ter que se exibir a grande nível, beneficiando de um adversário completamente descaracterizado e longe daquilo que mostraria numa partida com um contexto diferente. A equipa de Jorge Simão não criou oportunidades que justificassem o golo, muito menos um volume ofensivo que lhe permitisse estar perto da baliza de Casillas, mas as transições rápidas, todas elas passando por Jota, foram colocando o Porto em sentido, até que uma recuperação nos últimos 30 metros culminou no único e derradeiro golo. A título individual, confunde-se este conjunto com Jota (é a referência ofensiva, o homem que recebe, apoia e finaliza), sendo que no, jogo de hoje, as exibições de Defendi (salvou a equipa em cima dos descontos), Pelé, Bruno Santos (subiu pouco, como esperado, mas com eficácia, tendo estado na assistência para Jota) e Hélder Lopes também merecem nota positiva.

FC Porto - Numa espécie de 1.º jogo da pré-época 2016/2017, os Portistas voltaram a dar uma pálida imagem, numa partida marcada por um ambiente pouco competitivo, isto apesar de Pinto da Costa ter passado uma mensagem de exigência máxima para aquilo que resta até final da temporada. José Peseiro, que soma assim a 2.ª derrota consecutiva e começa a ver a sua situação ficar ainda mais fragilizada, optou por sentar Brahimi em detrimento de Varela, lançando novamente Sérgio Oliveira no meio-campo com uma aposta em Suk como referência na frente, mas nem assim o colectivo melhorou. Os problemas na criação ofensiva, a falta de jogo interior e as conhecidas dificuldades na transição defensiva continuam evidentes e só um Paços pouco pressionante permitiu aos dragões circular com facilidade durante grande parte do encontro. Nesse sentido, e servindo o resto da época como barómetro de quem sai e quem fica, o jogo de hoje não foi abonador de quase nenhuma individualidade. Suk é um avançado lutador e imensamente disponível para a pressão, mas naquilo que se pede numa equipa como o Porto tem estado aquém; Corona e Varela não conseguiram produzir, Sérgio Oliveira actuou a bom nível e acrescentou capacidade de meia-distância, ao passo que Herrera não foi útil no apoio ao homem mais adiantado; Mais atrás, Danilo baixou um pouco um nível, Chidozie deu continuidade às falhas de outros jogos, ao passo que os laterais voltaram a estar comprometidos (Layún falha no golo), acrescentando sempre qualidade quando sobem no terreno. Até final, destaque para as entradas de Brahimi, José Ángel e André Silva (não se entende este tipo de aposta, sempre em momentos de adversidade, não facilitando a entrada de um jovem na 1.ª equipa) ainda que sem efeitos práticos.

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