O estranho caso de Adam Johnson

Imagem: Daily Mail
Corria a temporada 2009/2010 e o jovem Adam Johnson chegava ao novo-rico do futebol inglês.

Depois de ter feito toda a sua formação no histórico Middlesbrough, Adam Johnson troca o ‘Boro’ pelo Manchester City, a pedido do novo técnico do clube, Roberto Mancini. "Estamos entusiasmados com a chegada do Adam. Ele é muito bom jogador e tem um potencial fantástico", comentou na altura o italiano.

Johnson chegava a Manchester com o intuito de fazer esquecer o brasileiro Robinho, que entretanto havia sido emprestado ao Santos. Com o número 11 nas costas, o jovem extremo de 22 anos encantava a plateia com o seu estilo de jogo que fazia lembrar o holandês Arjen Robben. Com a bola colada ao seu pé esquerdo, Adam flectia para o meio e desferia um remate imparável. Tudo parecia bem encaminhado para o jovem e o futebol inglês bajulava-se por ter encontrado a sua nova jóia da coroa. Fruto da sua prestação ao serviço dos ‘citizens’, Adam Johnson é chamado a vestir a camisola da sua seleção. Juntamente com nomes como Wayne Rooney, Steven Gerrard ou Frank Lampard, Adam Johnson leva o seu país ao Euro2012, depois de terem vencido o Grupo G de apuramento (no qual estava inserido Montenegro, Suiça, País de Gales e Bulgária).

Ao serviço do City, Johnson somava minutos e acrescentava golos à sua qualidade de jogo. Na temporada 2011/2012, Adam Johnson conquista o título de campeão inglês. Tendo disputado 38 jogos e apontado 7 golos ao serviço do emblema de Manchester, Adam Johnson tinha como garantido que faria parte do plantel que iria atacar a Liga dos Campeões na próxima temporada. Mas Mancini tinha outros planos em mente.

Sem espaço no plantel, Adam Johnson deixa o City no verão de 2012 e assina pelo Sunderland, clube da sua cidade, a troco de 15 milhões de euros.

O treinador do clube, na altura o norte-irlandês Martin O’Neill, atribuía muitas qualidades ao jovem inglês.

“Ele possui uma grande habilidade, grande técnica e estou certo que será um jogador que empolgará os nossos adeptos”, comentava assim o técnico dos ‘Black Cats’.

E a verdade é que o jogador acabou por ser muito importante na manutenção do clube na Premier League. O Sunderland terminou no 17.º lugar, mais 3 do que o Wigan, última equipa despromovida ao segundo escalão.

Na primeira época ao serviço do seu novo clube, Adam Johnson apontou 5 golos nos 40 jogos disputados.

Na temporada 2013/2014, Johnson dobra o número de golos da época anterior e coloca o ‘seu’ Sunderland no 14.º posto, com uma distância mais folgada dos lugares de despromoção.

Depois de ter deixado o City, Adam Johnson voltava a mostrar ao mundo as suas habilidades com o seu pé esquerdo enfeitiçado e afirmava-se no futebol.

O jovem britânico voltava a deixar o público inglês em polvorosa e a seleção voltava novamente a ser uma realidade.

Quando tudo parecia estável e encaminhado, uma bomba rebenta em Inglaterra. Em março de 2015, Adam Johnson é acusado de abusar sexualmente uma menor de 15 anos.

Não havia drible que o afastasse do tribunal. Entre treinos, jogos e sessões no tribunal, a cabeça de Johnson andava à roda e o foco já deixava de ser o futebol.

Adam continuava a jogar e a fazer os seus números, mas já não era a mesma coisa. O talento estava lá mas a cabeça já não. O clube acabou por suspender o seu contrato e permitir que Adam resolvesse o seu caso. E resolveu.

Ontem Adam pode ter feito a sua última jogada enquanto jogador do Sunderland. Apenas quatro dias após ter feito o golo do empate (2-2) em Anfield, frente ao Liverpool, Adam voltou a ser chamado a tribunal.

Quando questionado sobre as acusações de que era alvo, o inglês, de 28 anos, respondeu um simples “culpado, sim”.

Uma resposta que pode ter afastado do futebol aquele que foi um dos jovens ingleses mais talentosos dos últimos anos.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): João Miguel Cordeiro

Etiquetas: