Arsenal supera Leicester no minuto 95; Gunners só se superiorizaram contra 10; Walcott mexeu com o jogo; Alexis esteve desinspirado; Kanté encheu o campo

Pode ser o momento da época. O golo de Welbeck aos 95' não só relança o Arsenal na corrida pelo título como dá uma injecção de moral tremenda, e pode ter o efeito contrário neste conto de fadas do Leicester, que esteve muito perto de roubar pontos ao outro candidato. A verdade é que a equipa de Wenger só foi mais forte depois da expulsão de Danny Simpson e após a entrada de Walcott, porque até então o conjunto de Ranieri tinha controlado (Kanté está numa forma impressionante) e até teve as melhores oportunidades do jogo. 

Incrível! Desta vez a estrelinha esteve o lado de Wenger e o Arsenal derrotou o líder Leicester, por 2-1, com um golo no minuto 95, resultado que deixa os gunners a 2 pontos do 1.º lugar. O jogo foi algo aborrecido na primeira parte, com os londrinos a demonstrarem demasiada passividade para uma equipa que precisava de ganhar. A falta de ideias do conjunto da casa permitiu ao Leicester controlar na perfeição, tendo, como habitualmente, muita coesão no seu bloco e um médio em claro destaque. Se Payet é um dos reforços do ano na Premier League, Kanté não lhe fica atrás e tem sido fundamental para Ranieri. O francês que veio do Caen parece estar em todo o lado e não se limita a destruir, apresentando muita qualidade com bola. Fantástico. A grande oportunidade da primeira parte - que não teve muitos lances junto das balizas - até pertenceu a Vardy, que perdoou de cabeça. Mas, à beira do intervalo, o inglês não desperdiçou uma grande penalidade (desta vez Mahrez não foi chamado) cometida por Nacho Monreal, o elo mais fraco deste Arsenal, e adiantou o Leicester no marcador.

O momento capital do jogo surgiu logo no início da segunda parte. Em poucos minutos, Danny Simpson viu dois amarelos e deixou o Leicester reduzido a 10. Ranieri teve de abdicar de Mahrez e lançou Wasilewski, numa fase em que a equipa já só defendia, tendo apenas Vardy à frente da linha da bola. Inicialmente, os foxes conseguiram suster a pressão do Arsenal, mas a entrada de Walcott (Wenger fez o que tinha a fazer e retirou Coquelin) veio dar outra velocidade ao ataque do conjunto da casa, que encostou o líder do campeonato. Foi mesmo o extremo a empatar a partida, num lance em que Giroud fez o "amorti" de cabeça, lance que o tem caracterizado. O sufoco acentuou-se na recta final, com Alexis a mostrar-se muito desinspirado na finalização. Schmeichel ia brilhando e adiou o golo, que surgiria apenas na última jogada do encontro. Foi mais um jogador vindo do banco a marcar (mérito para Wenger), neste caso Danny Welbeck, que respondeu da melhor forma a um livre de Özil.