11 combinado de Benfica e FC Porto

Ao longo dos últimos anos, nenhum jogo da Liga Portuguesa tem tido maior impacto na classificação que o Benfica-FC Porto. Ora, esta temporada o choque entre Águias e Dragões não foge à regra, já que surge numa fase decisiva para as contas do campeonato, interferindo não só com o decurso das campanhas dos emblemas que repartem entre si as últimas 13 conquistas da prova mas também com o Sporting. Desde logo, para os Bicampeões Nacionais representa a oportunidade de confirmar a enorme subida de rendimento apresentada nos últimos 2 meses, afastando da luta um rival directo (que ficaria a 9 pontos) e colocando imensa pressão noutro, que só joga Sábado. Para os Azuis e Brancos, é uma espécie de "match point", já que depois da fase mais conturbada da época, com várias derrotas e uma mudança de treinador, só a vitória interessa aos homens de José Peseiro (mesmo o empate pode significar ver o Sporting a uns longínquos 8 pontos a 12 jornadas do fim). Finalmente, também o Sporting tem bastante interesse no que suceda no Estádio da Luz, já que do recinto Lisboeta podem sair diversos cenários pontuais para as próximas jornadas, desde uma luta a dois até ao fim da Liga (em caso de vitória do Benfica), passando por um ressuscitar do FC Porto e terminando na possiblidade de ver ambos os rivais perderem pontos. Assim, ninguém ficará indiferente ao encontro de sexta-feira e, neste sentido, o Visão de Mercado começa já a projectar o embate, elegendo o onze combinado de Benfica e FC Porto, com base naquilo que tem sido o rendimento apresentado pelos elementos de ambas as equipas.

Júlio César (Benfica) - Vão estar dois gigantes nas balizas, mas o nível do brasileiro actualmente é muito superior ao do espanhol. Se o guardião das águias tem dito presente nos momentos importantes, correspondendo com grandes defesas, Casillas não dá total segurança à sua equipa e tem tremido em lances que noutros tempos resolveria com facilidade.
Maxi (FC Porto) - Apesar de a qualidade exibicional dos dragões não ser a melhor, o uruguaio não acusou a mudança de clube e mantém-se como o melhor lateral direito do campeonato, sendo mesmo um dos jogadores mais regulares da equipa azul e branca. No Benfica, Nélson Semedo estava em crescendo, mas André Almeida não tem a mesma capacidade para desempenhar as funções de lateral.
Lisandro (Benfica) - Com Luisão afastado por muito tempo, o argentino finalmente ganhou espaço na equipa e não só fez esquecer o brasileiro como superou a qualidade que o capitão ia demonstrando no início da temporada. Tem sido um dos melhores do campeonato, mostrando uma excelente leitura de jogo e grande capacidade de antecipação.
Jardel (Benfica) - Os centrais do FC Porto são um dos pontos fracos da equipa e, como tal, a dupla titular só poderia ser a dos encarnados. O brasileiro, mesmo sem deslumbrar, vai mantendo uma regularidade assinalável e é um dos pilares das águias. A evolução desde que chegou à Luz é notória.
Layun (FC Porto) - Se os centrais são uma das fragilidades dos azuis e brancos, o mesmo não se pode dizer dos jogadores que reforçaram as laterais. O mexicano vai sendo um dos reforços em evidência, dando muita profundidade ao flanco esquerdo e destacando-se no capítulo das assistências. Falta a Peseiro mais jogadores com a forma do lateral.
Danilo (FC Porto) - O médio proporcionou uma luta entre dragões e leões e está a provar que a sua contratação valeu o esforço. Com Lopetegui foi uma peça fundamental à frente da defesa e a chegada de Peseiro não alterou o seu rendimento. Fejsa dá outra estabilidade ao meio campo defensivo do Benfica, mas nesta temporada o internacional português vai tendo maior preponderância na sua equipa.
Renato Sanches (Benfica) - Não é por acaso que a viragem na época dos encarnados se deu precisamente quando o jovem entrou na equipa. O médio é claramente um talento precoce e a sua qualidade e disponibilidade para o jogo têm sido indispensáveis para Rui Vitória. No FC Porto, o papel de box-to-box teve em Imbula um flop e os restantes médios (André André, Herrera ou Rúben Neves) têm tido uma época muito intermitente.
Pizzi (Benfica) - Que grande época do médio/extremo português. Tem as características perfeitas para desempenhar o papel de médio interior, abrindo em posse e fechando o espaço central quando a equipa tem de defender, e a sua qualidade técnica e inteligência faz o resto. Vai sendo o principal servidor de Jonas e Mitroglou. Corona tem a magia, mas ainda lhe falta alguma consistência para oferecer aquilo que se espera dele.
Gaitán (Benfica) - Esteve muito tempo parado, mas quem não soubesse também não iria adivinhar. O argentino será sempre uma das figuras do campeonato e o Benfica tem claramente outras soluções ofensivas com o médio ofensivo em campo. Brahimi, mesmo com toda a técnica que vai mostrando, continua a necessitar de perceber que o futebol é um jogo colectivo.
Jonas (Benfica) - As dúvidas que foram colocadas sobre o brasileiro no início da temporada foram totalmente injustificadas. O avançado encarnado vai calando os críticos jogo após jogo, apresentando um rendimento superior ao da última época, que o vai colocando na corrida pela Bota de Ouro. É uma das grandes figuras (senão a maior) do campeonato até ao momento.
Mitroglou (Benfica) - O grego teve um início de época complicado e andava desencontrado com os golos. Não era sequer um indiscutível para Rui Vitória. Mas o clique já se deu e agora está visivelmente de pé quente, sendo uma presença muito forte na área. Aboubakar está longe de apresentar o nível de Jackson, mas tem uma clara semelhança com o colombiano: a falta de eficácia na finalização. O camaronês tem alguns dos falhanços mais escandalosos deste campeonato e não tem conseguido ser a referência de que o FC Porto necessita. 

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