Bacca dá a quarta ao Sevilha; Carriço, Beto e Figueiras bicampeões; Conjunto de Emery faz história, bate recorde e permite à Espanha ter 5 equipas na Champions; Dnipro entrou a vencer mas pecou onde costuma ser mais forte

Dnipro 2-3 Sevilha (Kalinic 7' e Rotan 44'; Krychowiak 28' e Bacca 31' e 73')

Sevilha passa a ser sinónimo de Liga Europa/Taça UEFA. O conjunto de Emery bateu na final o Dnipro e levantou o troféu pela 4.ª vez (passa a ser a equipa com mais títulos). No segundo título consecutivo para Beto, Figueiras e Carriço (só o central foi utilizado), os andaluzes confirmaram o favoritismo e, apesar de terem sido forçados a uma remontada (o que não acontecia numa final desde a vitória do CSKA frente ao Sporting em 2005), bateram um conjunto ucraniano que até entrou da melhor maneira no encontro mas pecou muito em termos defensivos, onde até costuma ser forte. Bacca, com um bis, fez a diferença na frente e foi o homem da final. Mas a técnica de Banega é que acrescentou alguma arte a uma decisão que foi viva na 1.ª parte, mas que (com duas equipas especulativas era expectável) teve poucos momentos ofensivos no 2.º tempo. O ex-Braga Matheus, que já perto do fim ainda pregou um susto ao ficar inanimado, foi um dos principais destaques do Dnipro (que teve Gama no banco durante todo o encontro). Rotan também cumpriu mas houve pouco Konoplyanka.

Quanto à partida, os primeiros minutos foram demonstrativos de como seria o encontro. Os ucranianos - como fizeram nestes jogos europeus - estavam apostados em dar a iniciativa de jogo aos sevilhanos, num bloco baixo, procurando responder com ataques rápidos. Num lance de bola longa, Kalinic combinou com Matheus e o dianteiro croata fez a surpresa. Após o golo os elementos de Markevych juntaram ainda mais as suas linhas e formaram um bloco sólido em busca de segurar a vantagem. A turma de Emery jogava no meio-campo ucraniano e ia tendo muitas ocasiões de golo. Reyes era dos mais rematadores, mas seria o médio Krychowiak a dar novamente a igualdade. No seguimento de uma bola parada, o polaco ganhou uma bola perdida na área e, de pé direito, facturou. Pouco depois, e já com o Dnipro visivelmente enfraquecido e atordoado com o empate, Bacca isolou-se após passe de Reyes e bateu Boyko sem misericórdia. À beira do intervalo, um livre fantástico de Rotan resultou no 2-2. Na 2.ª metade do encontro, Emery deu, de forma estratégica, a iniciativa de jogo aos ucranianos (não é o estilo onde se sentem mais confortáveis) e optaram por uma atitude mais objectiva e pragmática. Os ucranianos só conseguiam criar perigo devido à qualidade individual de Rotan (pouco Konoplyanka), enquanto que o domínio era dos espanhóis. As bolas paradas, normalmente iniciadas de forma curta, eram lances de perigo constante para Boyko (os Dnipro não conseguia ganhar as bolas divididas), mas foi numa jogada em zonas interior que Bacca, assistido por Vitolo, fez o 3-2 final que garantiu mais um título europeu para Carriço, Beto e Figueiras.

Sevilha - Mais uma vitória europeia que premeia um clube com um projecto sólido e sustentável. Os andaluzes vencem a sua segunda Liga Europa consecutiva, sendo a primeira equipa a vencer a competição pela quarta vez e a beneficiar da nova regra que dá acesso à Champions ao vencedor, tendo a Espanha 5 equipas na próxima edição da Liga Milionária. Hoje, os homens de Emery começaram a perder mas não se intimidaram, conseguindo uma excelente reacção que lhes permitiu dar a volta ao marcador, antes de, num livre directo, voltarem a sofrer o empate. No segundo tempo, sem grande brilhantismo, o Sevilha foi superior, não permitiu que o Dnipro se aproximasse da sua área e fez valer a sua superioridade para levar o troféu para casa. Individualmente, todo o destaque vai para Carlos Bacca e Ever Banega: o colombiano é o herói da final ao apontar dois golos (no primeiro desmarca-se na perfeição, contorna o guarda-redes e atira para o fundo das redes, e no segundo está atento para receber o passe de Vitolo e disparar de pé esquerdo), ao passo que, se Bacca deu os golos, Banega deu o futebol, já que o argentino encheu o campo, sobretudo no segundo tempo, sobressaindo pela forma como pressionou, ocupou o espaço, fez circular a bola, marcou o ritmo do jogo, em suma, foi a pedra angular sobre a qual se ergueu a superioridade do Sevilha. Nota ainda para Carriço que, deu a ideia que podia ter feito melhor no 1-0, consegue o bi com o estatuto de titular.

Dnipro - Chegar à final já foi um grande feito, e nesta decisão em Varsóvia, apesar da incerteza no resultado, ficou provado que os ucranianos estão um passo atrás de conjuntos do nível do Sevilha. A equipa entrou bem no jogo, marcou cedo, mas a meia-hora que se seguiu mostrou as fragilidades do Dnipro, que foi claramente inferior ao seu adversário, concedendo-lhe demasiadas oportunidades de golo (o nível defensivo foi fraco, com uma má organização e até passividade) e permitindo a reviravolta. Depois Rotan ainda empatou mas nos segundos 45 minutos os ucranianos não criaram sequer uma grande oportunidade de golo. Individualmente, Boyko fez 3 grandes defesas mas não ficou bem na fotografia do primeiro golo, os centrais não conseguiram travar Bacca, enquanto Rotan marcou um belo golo e trabalhou bastante no meio-campo. Na frente, Konoplyanka deixou pormenores técnicos de qualidade, tentou assumir o jogo na parte final (é um craque) mas esteve demasiados minutos alheado do jogo (ficou a ideia de que se tivesse aparecido mais a história podia ter sido diferente), ao passo que Matheus (muito vertical nas suas acções) assistiu para o golo de Kalinic, que incomodou com a sua forte presença.

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