34: Quando sofrer mais golos do que marcar chega para alcançar os objectivos

Pensamento: Belenenses (último lugar que dá acesso às competições europeias) e Jackson Martinez (título de melhor marcador pelo terceiro ano consecutivo) foram os “vencedores” da jornada que encerrava o campeonato. Olhando numa perspetiva mais abrangente para aquilo que foram as 34 jornadas, o fraco futebol protagonizado por diversas equipas acaba por ser uma nota predominante (é preocupante quando grupos que exibiram tão pouco - Académica, Vitória de Setúbal, Arouca, etc. - conseguiram manter-se). A própria luta pela Liga Europa foi nivelada por baixo, nomeadamente o sexto lugar (emblemas como o Estoril, Nacional e Rio Ave pioraram substancialmente o rendimento em comparação com a época passada) e as contratações efetuadas de forma geral foram um fracasso. Tendo o Belenenses, apesar de ter marcado menos golos do que aqueles que sofreu, conseguido o 6.º lugar. Neste capítulo, em termos gerais, apenas os 5 primeiros + o Marítimo (e aqui a diferença é de apenas 1 golo) conseguiram marcar mais do que sofrer, o que só mostra a diferença de argumentos entre os primeiros e o resto. Posto isto, e já estando dissecado praticamente tudo o que toca aos três primeiros lugares, enaltecer a excelente temporada do Vitória de Guimarães (a segunda volta ofusca um pouco o trabalho de Rui Vitória, já que o plantel nem oferecia as mesmas condições de adversários que terminaram abaixo dos vimaranenses), a permanência obtida de forma soberba pelo Boavista (em condições muito complicadas, a equipa do Bessa assegurou os objetivos com grande mérito e segurança), a boa temporada do Sp. Braga e a melhoria clara de Belenenses e Paços de Ferreira.

Jogador da jornada: Lima (Benfica) - Falou-se tanto de Jonas que todos ignoraram mais um grande jogo (e até uma grande época) do ex-Braga. Lima jogou, bisou, assistiu e demonstrou muita humildade na partida frente ao Marítimo (apesar de estar mais distante de Jackson também podia ter lutado pelo título de melhor marcador... ficou a 2 golos), demonstrando ser um jogador de equipa (também por isso Jesus não abdica dos seus serviços).
Jogador a seguir: Tozé (Estoril) - Quinto jogador com mais jogos, sexto com mais minutos, segundo melhor marcador e melhor assistente. Este foram os registos finais de Tozé no Estoril. Após um breve processo de adaptação (ganhou rapidamente a titularidade), o jogador formado no FC Porto estabeleceu-se como um dos mais regulares da equipa e acabou mesmo como um dos jogadores que oferece mais golos no campeonato. Apenas superado por Gaitán (15), Carrillo (15) e Tomané (11), o médio ofensivo fez 10 assistências no campeonato e acaba o ano com um registo de 7 golos e 12 assistências em todas as competições, o que é excelente para primeiro ano na I divisão.
Equipa da semana: Belenenses - Não tanto por esta jornada, mas sim como um prémio pela temporada, atendendo à ultima época (onde lutou até à ultima pela permanência) e à instabilidade interna do qual o clube foi alvo durante muitos períodos. Nota para a excelente temporada de Ventura (incrível a progressão de suplente do clube para uma convocatória à seleção nacional), Palmeira (que até era dos jogadores menos cotados, mas teve uma regularidade impressionante tanto a lateral como a central), Pelé (finalmente afirmou-se após uma estadia tremendamente irregular em Olhão), Fábio Sturgeon (mostrou-se mais em zonas interiores) e Nélson (a este nível ainda faz muita diferença), ao qual se pode somar a importância das meias épocas de elementos como Carlos Martins e Deyverson.
Onze da jornada: Gottardi (Nacional); Danilo (FC Porto), Aderlan (Sp. Braga), Rúben Fernandes (Estoril), Luís Rocha (Vit. Guimarães); Patrick Andrade (Moreirense), Tiago Rodrigues (Nacional); Gerso (Moreirense), Ricardo Valente (Vitória), Lima (Benfica) e Éder (Sp. Braga).

Fábio Teixeira e Tiago Martins

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