Beto enterra mas esta é mesmo a competição do Sevilha; Antunes sofre com Salah; Nápoles confirma o apuramento; Dnipro é o outsider das meias-finais

Noite para esquecer para os portugueses (Beto esteve desastrado, Neto comprometeu e Antunes foi massacrado, embora Carriço tenha feito história, ao passar a ser o jogador com mais jogos na LE), mas ficou provado que esta é uma competição talismã para o Sevilha. Este quadro das meias-finais da LE acaba por ajudar a UEFA, que assim pode realizar um sorteio sem limitações, algo que seria complicado se o Zenit tivesse carimbado a passagem (teriam de condicionar e corriam o risco de ter um duelo entre russos e ucranianos na Polónia).

Zenit 2-2 Sevilha (Rondon 48' e Hulk 72'; Bacca g.p 6' e Gameiro 85') -  Jogo recheado de incidências e com incerteza na eliminatória até ao final. Desta feita foi a vez dos espanhóis defenderem e dos russos correrem atrás da desvantagem. O Zenit de André Villas-Boas foi eliminado da Liga Europa aos pés do Sevilha, com um empate em São Petersburgo por 2-2. Um penálti assinalado por falta do português Neto deu ainda mais vantagem aos elementos de Emery, numa péssima 1.ª parte dos russos. Os elementos de Villas-Boas regressaram com outra atitude após o intervalo e apoiados em Hulk e Danny, com uma ajuda enorme de um azarado Beto, poderiam ter operado a "remontada", mas Gameiro fechou a passagem no final. Quanto à partida, Neto entrou desastrado e proporcionou a Bacca, de penálti, colocar o Sevilha ainda mais confortável. Os elementos de AVB a partir daí tentaram reduzir a desvantagem (Danny ainda teve duas boas oportunidades), mas a equipa da casa esteve muito mal. Lentidão de processos, muita distância entre sectores e pouca capacidade para desequilibrar. Na 2.ª parte foi tudo diferente. Houve mais rapidez na circulação, mais apoios ofensivos e a reviravolta esteve perto, muito por culpa de Beto. O guardião ofereceu o empate a Rondón com uma péssima intervenção e Hulk forçou o erro do português num remate de muito longe. Os russos, após a igualdade na eliminatória, carregaram rumo à "remontada" (Hulk, Danny e Rondon estiveram perto), mas quem acabou por resolver foi Kevin Gameiro, num contra-ataque, revelando que o Sevilha tem "queda" para esta prova. Individualmente, Neto e Beto estiveram desastrados (o central tremeu muito na 1.ª parte, o guardião teve uma 2.ª parte para esquecer), enquanto que Danny e Hulk foram dos mais activos. Mbia fez uma exibição sólida, enquanto que Banega mostrou a sua classe no critério que teve ao conduzir as transições andaluzes. Carriço esteve competente e acabou por fazer história: o defesa é agora o elemento com mais jogos na LE (45 partidas), batendo Cardozo.

Fiorentina 2-0 D. Kiev (Gómez 43' e Vargas 90'+4) - Massacre total. Depois do 1-1 na primeira mão, a Fiorentina recebeu o Dínamo de Kiev no Artemio Franchi e venceu por 2-0. O encontro foi de superioridade total do conjunto viola que fez 24 remates no total, podia ter feito 6/7 golos, mas só resolveu no último minuto. Foi aproveitando o Dínamo, que ainda viu Lens ser expulsão por duplo amarelo no final da primeira parte devido a uma simulação, e apostou tudo nos últimos 5 minutos quando ainda estava 1-0. No entanto, os ucranianos acabaram o jogo com apenas com 3 remates feitos e consentiram o segundo golo já nos descontos, com um forte remate de Vargas, que tinha acabado de entrar. Joaquín e Salah (que venceu quase sempre nos duelos com Antunes) semearam o terror na defesa adversária e também eles podiam ter feito o gosto ao pé várias vezes, principalmente o egípcio que ainda acertou no poste depois de um remate desviado. Gómez foi um dos mais perdulários, mas acabou por fazer o 1.º golo da partida, numa recepção mal feita a um passe de Joaquín (a bola foi ter ao fundo da baliza), assim como Valero e Joaquín que emprestaram sempre muito critério ao meio campo, mas também podiam ter feito melhor na hora de finalizar. Na defesa, Marcos Alonso fez uma excelente partida (à semelhança do que tem acontecido este ano), até acertou com estrondo na trave no 1.º tempo, mas do outro lado, Tomovic não ofereceu tanta qualidade no processo ofensivo. Do lado do Dínamo, poucos são os destaques positivos, no entanto o guarda-redes Shovkovskiy evitou várias vezes o golo dos viola.

Nápoles 2-2 Wolfsburgo (Callejón 50' e Mertens 65'; Klose 71' e Perisic 73') - Depois dos 4-1 na Alemanha, o Nápoles recebeu, no San Paolo, o Wolfsburgo e empatou a duas bolas, garantindo assim o acesso às meias-finais. Sem Vieirinha, Knoche, De Bruyne, Schürrle e Bas Dost no 11, os alemães começaram melhor, com Caligiuri em evidência, mas nunca conseguiram ultrapassar Andújar. O tónico do primeiro tempo foi um Wolfsburgo por cima do encontro com os napolitanos a fazerem apenas 1 remate. No entanto, na segunda parte a equipa de Rafa Benítez entrou decidida a resolver a eliminatória e em duas grandes ações de Higuaín (isolou Callejón e serviu de bandeja Mertens - que só marcou na recarga), chegou ao 2-0. A resposta surgiu depois, e logo de rajada. O central Timm Klose marcou aos 71’ e Perisic (o melhor em campo), dois minutos depois, empatou a contenda. Até final, a equipa de Hecking ainda ameaçou fazer o terceiro, mas o resultado estava feito, e a eliminatória, essa, já tinha ficado resolvida na 1.ª mão.

Dnipro 1-0 Club Brugge (Shakhov 82') - Fim do sonho. O Club Brugge levava para a segunda mão a vantagem de não ter sofrido golos em casa, mas nos últimos 10 minutos sofreu o golo que os tirou fora da competição. O triunfo dos ucranianos é mais do que justo, os belgas quase não criaram oportunidades (muito por culpa do duplo pivot do Dnipro), mas a equipa de Bruno Gama (que entrou nos descontos) precisa de apresentar muito mais para ter alguma hipótese nas meias finais. Mesmo jogando em casa, não dominaram o suficiente e tiveram de sofrer para se apurarem. Rotan encheu o meio campo e ainda assistiu, Shakhov entrou a tempo de decidir o encontro, mas na falta de Konoplyanka, que hoje esteve pouco inspirado, foi Luchkevich a desequilibrar na frente.

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