Tanto desperdício! Benaglio e ineficácia leonina evitam a reviravolta; Sporting foi muito superior ao vice-líder da Bundesliga mas fica limitado à luta pela Taça e 2.º lugar; Exibição imperial do trio William-Oliveira-Tobias; Tanaka perdeu 3 golos cantados; Carrillo e Cédric correram muito mas definiram sempre mal

Sporting 0-0 Wolfsburgo 

Era possível! O Sporting, correu, lutou, teve várias oportunidades para marcar mas não passou do nulo e ficou fora da Liga Europa. Um empate a zero frente ao Wolfsburgo que valoriza a super-exibição de Benaglio mas que principalmente castiga a falta de eficácia dos leões, que tiveram uma dezena de oportunidades de golo, algumas delas muito flagrantes, para vergarem o vice-líder da Bundesliga mas, que por falta de sorte, na maior parte delas competência, não conseguiram marcar. Tanaka (que voltou a dar-se muito ao jogo) desperdiçou 4 golos cantados; Carrillo e Nani também podiam ter feito melhor em algumas ocasiões, num jogo em que Tobias, Oliveira e William estiveram a um nível muito alto.

Os primeiros minutos trouxeram um Sporting pressionante e disposto a mandar na partida. Os leões conseguiam impor o seu jogo, em virtude da intensidade que colocavam em cada lance e Nani, aos 17', deu o primeiro aviso. Os alemães optavam por juntar as suas linhas e procuravam, fundamentalmente, explorar o erro dos verde e brancos. À passagem do minuto 37', Benaglio foi o grande protagonista. William obrigou o guardião suíço a uma intervenção difícil (grande remate do trinco), e no seguimento Tobias esteve muito perto de marcar de cabeça. No minuto seguinte, Tanaka falhou perante Benaglio, Adrien não foi feliz na recarga e João Mário atirou para as nuvens. Antes do intervalo, mais uma ocasião clamorosa. João Mário cruza para a área e Tanaka, ao primeiro poste, acerta no poste, com a bola a ir ter aos braços do guarda-redes do Wolfsburgo. Na 2.ª metade do encontro, o Sporting voltou a entrar por cima da partida, Nani, tal como havia feito no início do jogo, foi o primeiro a ameaçar, no entanto, o Wolfsburgo pregou um susto a Patrício, com o remate fortíssimo de De Bruyne a esbarrar no poste. Pouco depois, excelente trabalho de Nani na área dos lobos, mas o remate do internacional português voltou a ser negado por Benaglio. As oportunidades foram sucedendo e até ao final houve mais um punhado de ocasiões claras. Carrillo desperdiçou de forma escandalosa, depois de ter driblado com mérito e Tanaka ainda foi a tempo de juntar mais dois falhanços à sua colecção.

Destaques:

Sporting - Exibição que teve tanto de competente em termos de qualidade de jogo como de incompetente em termos de eficácia. Os leões apresentaram uma dinâmica ofensiva muito acima da média, com movimentações contínuas e entrosamento entre todos os sectores, dominaram o encontro do princípio ao fim, mas invariavelmente pecaram na finalização. E neste ponto esteve a diferença na eliminatória, pois enquanto os alemães concretizaram boa parte das ocasiões de que dispuseram na primeira mão, os portugueses ficaram em branco. O Sporting mostrou muita segurança de jogo, nem se pode dizer que os jogadores tenham estado particularmente nervosos, e adaptaram-se a um adversário com maior poderio físico (e que não teve problemas em usá-lo) e habituado a um superior patamar de exigência semanal. Mas quer fosse pela grande exibição de Benaglio, por falta de sorte ou pontaria, os leões não desfizeram o nulo, num jogo em que mostraram, se não superioridade, pelo menos capacidade de disputar a eliminatória frente ao segundo classificado da Bundesliga. Resta agora saber quais as consequências físicas e morais deste resultado, pois domingo joga-se cartada decisiva no que ao segundo posto da Liga diz respeito, e Quarta-feira o Sporting desloca-se à Choupana para começar a discutir o acesso ao Jamor, aqueles que são agora os 2 grandes objectivos do conjunto de Marco Silva. Individualmente, o destaque vai para William Carvalho, que não só encheu o campo como ainda carregou a equipa para a frente, ora em cavalgadas, ora com passes longo bem medidos, e ainda teve tempo para obrigar Benaglio à defesa da noite. Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo estiveram imperiais, dando uma segurança que ajudou a equipa a embalar em bloco para a frente. Tanaka podia ter sido herói, mas ficou-se pela intenção; o japonês mostrou mais uma vez sagacidade nas desmarcações, mas foi uma nulidade na hora da verdade, não conseguindo uma única vez desviar a bola do gigante suíço. Carrillo partiu os alemães com as suas arrancadas, mas nunca lhes deu a melhor continuidade e ainda desperdiçou uma oportunidade flagrante. Cédric, defensivamente seguro, correu muito no seu flanco (se fosse uma prova de atletismo ganhava destacado), mas também falhou sempre no último passe (incrível como raramente define bem), já Jonathan começou nervoso (uma 1.ª parte à Grimi), com fífias sucessivas, mas corrigiu e participou do jogo ofensivo, embora não mostrando a qualidade de Jefferson. Nani não teve medo de assumir o jogo, teve pormenores excelentes na posse e no passe, mas faltou o golpe de génio que mostrou no domingo. Adrien foi dos mais esclarecidos na primeira parte, mas acabou preterido em detrimento de João Mário, que continua a pautar o jogo leonino com enorme confiança. Destaque final para o regresso de Slimani, que obrigou o Wolfsburgo a recuar ainda mais apesar de pouco se ter feito notar.

Wolfsburgo - Os alemães vieram a Portugal segurar o resultado, apostando numa postura expectante, e sem arriscar muito no contra-ataque. Os dois médios defensivos não deixaram dúvidas quanto à filosofia de jogo do Wolfsburgo, que diga-se, não ficava em branco desde Novembro. Se na primeira meia hora ainda conseguiram controlar o jogo sem bola, a partir do minuto 37 foram completamente atropelados, e demonstraram por mais que uma vez algum nervosismo perante o assédio sofrido no seu último reduto. Ainda assim, o facto é que não sofreram golos, e na prática, do ponto de vista alemão, a eliminatória nunca esteve em perigo. A grande figura foi o conhecido Diego Benaglio (dá que pensar como passou meio "despercebido" em Portugal), um verdadeiro muro que defendeu o possível e o impossível. O suíço usou a sua estampa física para diversas manchas perante adversários isolados, e seja por sorte, por ineficácia contrária, ou por sentido de posicionamento, esteve invariavelmente no caminho da bola. Destaque para a capacidade de Luiz Gustavo, um dos poucos a conseguir ter bola, e para De Bruyne, que jogou quase "a solo" no ataque, e inventou a melhor oportunidade do Wolfsburgo, num remate ao poste após jogada individual. Bas Dost pouco apareceu (apenas no fim, num lance com final polémico), tal como Schürrle, sempre tapado pelos defesas leoninos. A dupla de centrais mostrou muita dificuldade em parar os movimentos de Tanaka, mas contou com a desinspiração do nipónico, e com o auxílio de um muro suíço.

Etiquetas: , ,