A revelação de 2014 em Portugal

Hernâni (Vitória), Kuca (Estoril), Deyverson (Belenenses) e Tiba (Vit. Setúbal/Sp. Braga) também deixaram o "anonimato" em 2014, mas para o Visão de Mercado a escolha foi óbvia.

No início de 2013, havia um jogador, praticamente desconhecido, que parecia perdido no futebol Belga. No Verão desse ano, regressou ao seu clube de origem, o Sporting, com poucas hipóteses de ser opção regular na primeira equipa leonina, até pela presença do muito querido pelos adeptos Fito Rinaudo. Mas, numa época, tudo este homem mudou: tornou-se indiscutível no clube, chegou à seleção, jogou um mundial e foi cobiçado por colossos mundiais. Ele é William Carvalho, o jogador revelação de 2014 em Portugal.

Aposta de Leonardo Jardim desde a primeira hora, William entrou no ano a todo o gás, dominando os relvados do nosso futebol, até ao ponto de ter chegado a Maio com um país inteiro a pedir a sua titularidade no Mundial do Brasil. Após o Verão, e muitos rumores de saídas, o seu jogo sofreu uma quebra clara, a qual já deu sinais de melhoria mas, nesta fase final de ano, parece voltar a sentir-se.

Não há dúvidas de que o melhor William é um centrocampista de raras condições. Alto, forte, com boa envergadura, tem capacidade para dominar a zona média através da sua forte capacidade de desarme. A juntar a isto destaca-se um primeiro toque de excepção que lhe permite “desafogar” o jogo, afastando-o de zonas de pressão. Em 2014, William já mostrou como pode ser um Titã de Veludo. Um colosso que se ergue sobre o campo. Mas este monstro revelou também um preocupante lado negro. Algumas carências do jogador que já eram visíveis no primeiro semestre passaram a ser, nos últimos meses, notórias: deficiências para preencher convenientemente o espaço que lhe cabe; alguma tendência para fazer faltas desnecessárias; falta de velocidade; dificuldades para se assumir como um verdadeiro diretor de jogo, como elemento chave na saída de bola e na posse. Ora, estas carências tornam-se mais notórias nos jogos grandes, nos quais, ultimamente, William muito sofre, por ser mais pressionado, por ter menos espaço e tempo para jogar, por enfrentar jogadores mais rápidos que lhe causam o tipo de problemas com os quais o jogador leonino tem dificuldade em lidar.

Fica a dúvida de saber se William limará os pontos fracos do seu jogo e voltará a ser o Titã de Veludo que encantou tudo e todos. A certeza, essa, é que 2014 revelou a Portugal um monstro que poucos conheciam. Fica a dúvida se, no futuro, prevalecerá o lado colossal ou o lado negro.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): Pedro Barata

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