FC Porto já garantiu quase 20 milhões de euros na Champions; Dragões asseguram praticamente o 1.º lugar com vitória na Bielorrússia; Herrera em grande destaque (marcou um golaço e registou duas assistências), Jackson Martínez fez o 5.º golo na Champions, Tello facturou perto do final

BATE 0-3 FC Porto (Herrera 56', Jackson Martínez 65' e Tello 89')
Os dragões somaram mais um milhão na Liga dos Campeões (ao todo são perto de 20M de euros), ao derrotarem o BATE por 3-0, assegurando praticamente o 1.º lugar no Grupo H da competição (o Athletic Bilbao pode ajudar a definir tudo hoje). O encontro esteve difícil (os bielorrusos complicaram o jogo dos portistas no 1.º tempo, que estiveram algo letárgicos), mas a eficácia, aliada a um grande Herrera, foram determinantes em mais uma vitória na LC. Em termos individuais, destaque óbvio para o mexicano. Herrera abriu o jogo com uma bomba, fez duas assistências e esteve sempre a um nível alto, enquanto que a dupla central, composta por Marcano e Martins Indi, esteve segura. Casemiro, forte na recuperação, fez uma boa exibição, à semelhança de Danilo (está num grande momento). Jackson deu muito trabalho aos bielorrussos (fez o 5.º golo na LC), sendo que Óliver, depois de uma 1.ª parte pobre, mostrou toda a sua qualidade na visão de jogo e qualidade de passe.

No que diz respeito ao encontro, além do destaque da titularidade de Marcano, este foi um jogo em que o BATE se apresentou diferente, com uma postura exclusivamente defensiva. A primeira metade foi nula em golos e emoção. O Porto tinha a posse de bola mas estava arredado da bola e o BATE Borisov, inteligente, evitava fazer faltas perigosas, mantendo os dragões à distância – a única excepção foi um livre de Brahimi que passou perto da baliza bielorussa. Na segunda metade, os elementos de Lopetegui surgiram mais intensos e esse pormenor deu frutos: aos 56’, grande recuperação de bola de Casemiro e Herrera enche o pé, fuzilando o guarda-redes adversário com um golaço. Logo dois minutos depois, contra-ataque portista e o remate de Danilo é encaixado por Chernik. Aos 65’, Herrera inicia a jogada, Brahimi devolve-lhe no coração da área e o mexicano entrega o golo a Jackson, que não perdoa. Após o 2-0, o Porto teve apenas de controlar, continuando a  criar algumas oportunidades, uma delas aos 86’ quando Herrera quase bisava a grande cruzamento de Tello. Aos 89’, magia de Óliver, passe fantástico de Herrera a rasgar e Tello tira um adversário do caminho e bate o guarda-redes, perfazendo o 3-0.

Destaques:

FC Porto - a primeira parte foi uma nulidade de jogo e ideias, sorte (e mérido pela posse) a dos portistas o facto de o BATE nem se ter dignado a sair do seu meio-campo. No segundo tempo, tudo mudou. A bola circulava com maior velocidade, as peças moviam-se com mais intensidade e valeu também a eficácia na finalização. O primeiro golo, merecido, foi um abre-latas; e quando teve de controlar o resultado, a imensa superioridade técnica dos seus jogadores fez-se evidenciar, com alguns momentos de grande magia. Quaresma, embora de poucas extravagâncias, esteve bem, a trabalhar para a equipa, defendendo e oferecendo soluções ofensivas. Brahimi, apesar da arte que demonstrou nas poucas vezes em que teve espaço, perdeu várias bolas em zona perigosa mas tentou e acabou por participar no lance do segundo golo. Alex Sandro teve de ter atenção redobrada devido às perdas de bola de Brahimi, sendo que Martins Indi e Marcano estiveram intransponíveis.

Jackson - cansou os centrais, trabalhando de forma altruísta e sem parar para a equipa. Teve direito ao golo, merecido pelo trabalho.

Casemiro - aparte uma falha na primeira parte, o brasileiro esteve imperial, com recuperações, variações de flanco e ajuda na construção. Fez a recuperação e assistência para o golo, premiando a  sua boa exibição.

Óliver - se na primeira parte foi a letargia geral, na segunda mostrou uma vez mais que o seu discernimento e inteligência, aliados à visão de jogo excelsa, fazem-no presença obrigatória neste meio-campo do Porto. A sua inteligência nos momentos em que se pedia uma circulação rápida foi determinante.

Danilo - deu profundidade ao flanco, atacando, defendendo e participando no jogo da equipa. Está num grande momento de forma. Importante na fase em que foi necessário rapidez e largura nos momentos ofensivos.

Herrera - jogão do mexicano na segunda metade. Fechava sempre que Casemiro subia, atacou com discernimento, intensidade e verticalidade. Correu quilómetros atrás de quilómetros, levando a equipa para a frente, e cada vez mais justifica a aposta de Lopetegui quando o espanhol não o deixou cair após uma sequência de más exibições no início da época. Marcou um golo de levantar as bancadas e assistiu para o segundo e terceiro golos, prémios mais que merecidos pela fantástica exibição.

BATE Borisov - tentou corrigir os muitos erros dos jogos anteriores, assumindo uma postura ultra-defensiva (era suicídio disputar o jogo contra oponentes tão superiores) e  estratégia funcionou quase uma hora, com uma organização impressionante que condicionou muito o jogo portista na primeira parte. Porém, nada se pode fazer quando a qualidade individual do adversário é tão grande como a do FC Porto (Lopetegui tem mesmo um super-plantel à disposição), não há estratégia que valha. Quando veio a hora de atacar, não houve arte para mais. Chernik não teve culpa em nenhum dos golos e não se pode dizer que a equipa, no geral, tenha estado mal - os dragões é que foram muito superiores.

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