Quaresma responde a Lopetegui e deixa o FC Porto perto dos oitavos-de-final da Champions; Dragões prolongaram o intervalo mas o Mustang (com a ajuda de Iraizoz) resolveu; O melhor Tello coincidiu com o pior Jackson; Maicon continua a acumular erros

FC Porto 2-1 Athletic Bilbao (Herrera 45' e Quaresma 75'; Fernández 58')

Que resposta do Mustang! Um golo do "desaparecido" Quaresma deixou o FC Porto muito perto dos oitavos-de-final da Champions. Com a vitória, por 2-1, frente ao Bilbao, os azuis-e-brancos, além de responderem ao desaire na Taça, dão um passo importante nas provas europeias. Depois de um jogo em que foram melhores na 1.ª parte, mas optaram por prolongar o intervalo e deixar o Athletic jogar sozinho nos primeiros 25 minutos do 2.º tempo. A nível individual, um Tello diabólico realizou a melhor exibição desde que chegou a Portugal, Quintero também esteve muito activo na 1.ª parte, mas as falhas defensivas (Maicon parecia uma "auto-estrada), a juntar ao desperdício de Jackson (falhou 4 golos cantados) iam deitando tudo a perder.

Quanto ao encontro, o primeiro tempo foi em grande parte dominado pelo FC Porto. Os dragões, com Quintero a titular pela primeira vez na Liga dos Campeões, iam tendo mais bola e, como é usual, apostavam na troca de bola em todo o campo, mesmo começando o momento ofensivo em zonas muito recuadas, optando por virar o centro de jogo regularmente. Aos 7 minutos surgiu a primeira oportunidade, com Martins Indi, servido por Casemiro, depois de este ter recuperado uma bola em terrenos adiantados, a atirar perto do poste. A resposta surgiu aos 26', com Mikel San José a apostar na média distância e a enviar a bola ao poste da baliza de Fabiano. Pouco depois, foi a vez de Jackson, num grande lance individual de Tello, levar perigo à baliza contrária, depois de um remate contra De Marcos. Aos 38 minutos, foi Fabiano (até então pouco em jogo) a ser posto em dificuldades, sentindo problemas para aliviar um livre lateral marcado por Susaseta (no entanto Danilo acabou por despachar). Um minuto depois, os azuis-e-brancos voltaram a levar perigo, com Danilo, a passe de Tello, depois de um grande trabalho do espanhol na direita, a atirar à malha, mas o golo só acabaria por surgir aos 45', muito graças a Juan Quintero. O colombiano tabelou muito bem com Tello e, de frente para a baliza, serviu Herrera, com o mexicano a atirar sem hipóteses para Iraizoz para o fundo das redes, fazendo o 1-0.

Na segunda parte, a história foi outra. O Athletic entrou pressionante, contrariamente à equipa da casa que reiniciou adormecida, e, depois de um remate de Quintero para defesa de Iraizoz a punhos, começou a tomar conta da partida. Aos 51’, Guillermo fez o que quis de Maicon e já quase sem ângulo atirou para defesa de Fabiano. O Athletic estava por cima e volvidos 8 minutos os bascos chegaram mesmo ao golo, em mais um lance em que está bem mostrado um dos venenos do FCP de Lopetegui, os passes arriscados em zonas proibidas. Desta vez foi Herrera o autor, no entanto a lentidão de Casemiro e passividade de Maicon (foi facilmente ultrapassado) ainda tornaram os contornos mais graves. Quem aproveitou foi Guillermo Fernández, que atirou para o fundo das redes de Fabiano. Com 1-1 no resultado, os dragões tentaram pegar no jogo e Tello, já depois da hora de jogo, esteve perto de desfazer o empate, num lance em que puxou para dentro e atirou de pé esquerdo a rasar o poste. O tempo passava e o empate mantinha-se. Foi então que Lopetegui mandou entrar Ricardo Quaresma... e o resultado não podia ter sido melhor. Aos 75’, o Mustang numa combinação com Brahimi atirou forte e fez o 2-1, contando ainda com uma grande ajuda de Iraizoz, que não esteve bem na fotografia. Até final, o conjunto do País Basco ainda ameaçou voltar a empatar, mas Fabiano voltou a dizer presente e negou o golo a Laporte, depois de um cabeceamento forte do central francês. O jogo não terminaria entretanto sem Jackson confirmar o seu jogo apagado, depois de ter falhado um golo em que Brahimi, depois de ter trocado as voltas a De Marcos, o serviu de bandeja.

Destaques:


Jackson - trabalhou bem para a equipa mas muito mal para si mesmo: muito perdulário, desperdiçou 4 golos feitos.

Tello - completamente endiabrado na primeira parte, torturou e triturou a defensiva basca com as suas arrancadas e jogadas individuais, oferecendo vários golos que os colegas não souberam aproveitar. Menos fulgurante na segunda parte, ainda voltou a criar perigo, mas acabaria por ser substituído.

Quaresma - é o ídolo do público e continua a justificar a química com os adeptos: entrou e marcou, sendo absolutamente decisivo e mostrando que é uma opção válida. Uma seta apontada à baliza adversária.

Danilo - deu profundidade ao seu flanco, aparecendo por diversas vezes com perigo na área adversária e a combinar bem com Tello.

Alex Sandro - vai do 8 ao 80: quando quer, é dos melhores do Mundo na sua posição e mostrou-o hoje várias vezes; quando não está para aí virado, é displicente e pouco interventivo. Pena conseguir ser as duas versões num só jogo.

Maicon - desastroso. Falhou em todas as jogadas de perigo dos bascos, inclusive na do golo, e foi sempre mais um perigo que uma segurança para a sua equipa.

Rúben Neves - entrou bem no jogo, segurando o meio-campo numa altura em que o jogo estava caótico. Ajudou a recuperar o domínio com serenidade e grande discernimento.

Athletic Bilbau - é mais do que os seus resultados negativos. Na segunda parte, os bascos mostraram a equipa que podem ser, mas as falhas defensivas constantes e a falta de confiança traem a vontade de dar a volta. Muniaín e Beñat entraram para revolucionar o jogo, Guillermo foi um perigo quando deslocado para o centro e Susaeta tem grande classe. Na defesa, só Laporte se salva: San José, em especial, foi um desastre. Valverde mexeu bem ao intervalo mas resguardou-se demasiado cedo.

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