Em busca de um lugar entre os melhores

Numa conferência fortíssima, qual o papel destas equipas? São conjuntos jovens, em percurso ascendente, mas na teoria as oito posições finais parecem fechadas, com Portland, OKC, Spurs, Clippers, Houston, Memphis, GSW e Dallas.

Phoenix Suns

Supresa maior do ano passado, Phoenix parte este ano com responsabilidade acrescida. Os Suns por pouco que não conseguiam ficar com a vaga de Dallas, por isso é natural que agora sejam encarados como potencial candidato a uma vaga nos oito primeiros. A equipa pouco mudou, continua a ter no colectivo a maior força, e na inexperiência a maior fraqueza. Phoenix é um conjunto muito jovem, não tem experiência de playoff, e faltam veteranos habituados a outas batalhas, o que pode ser fatal em momentos decisivos. Bledsoe aceitou renovar, e fará novamente com Dragic um monstro de duas cabeças na posição de base. A estes dois junta-se o explosivo Isaiah Thomas, vindo de Sacramento. Apesar da saída de Frye, Phoenix continua a ser muito forte no tiro exterior, por outro lado, as posições interiores não estão tão bem preenchidas (Alex Len terá de ter um papel maior este ano). O banco, com Thomas, Marcus Morris e Gerald Green à cabeça, dá alguma confiança. É certo que existe probabilidade da História se repetir, mas o facto é que o efeito surpresa já se diluiu, e pode dar-se o caso da campanha do ano passado ser o máximo que este grupo tem para dar.

The dudes - Bledsoe e Dragic são os homens do momento, marcadores de pontos com um arsenal ofensivo extenso.
The duds - Alex Len desiludiu, sendo apontado como um dos barretes do draft.
O que esperar - em teoria, o mesmo que o ano passado. A questão está em saber se existe evolução, ou se o 9º posto foi o melhor que se pôde arranjar.
Objectivo - playoff... muito diferente do tanking com que encararam 2013.

New Orleans Pelicans

Equipa certa, costa errada. Noutro enquadramento, os Pelicans poderiam aspirar a outros vôos, mas hoje parecem fadados a andar em redor do 10º posto. Mas o futuro parece ser risonho, pois após um ano de estreia menos conseguido, Anthony Davis tem provado ter o calibre de estrela que todos lhe vaticinavam. O "sobrancelha" é claramente daqueles jogadores em torno do qual se pode construir uma equipa vencedora, e ainda está no início. Para lá de ser uma força defensiva, é forte nas acções atacantes e demolidor nas tabelas. Numa competição em que os "grandes" de categoria rareiam cada vez mais, Davis pode ser uma força imaprável, a curto prazo. Falta-lhe ainda 2/3 de um big-three, pois embora tenha qualidade a seu lado, está longe de possuir a ajuda que outras estrelas têm. Jrue Holiday e Eric Gordon são muito fortes ofensivamente, mas as lesões nunca lhes permitiram atingir o seu potencial. O mesmo se aplica a Tyreke Evans, que deve ser desviado para SF, a posição mais frágil da equipa. Omer Asik é limitado tecnicamente, mas formará com Davis uma muralha em frente do seu cesto. Já Ryan Anderson traz do banco outro tipo de argumentos, nomeadamente o lançamento longo. Os Hornets são muito fortes no capítulo do lançamento longo, o que só pode ser potenciado com a capacidade de passe de Davis, mas têm fraquezas q.b., entre as quais um banco pouco preenchido, e muitos jogadores com histórico de lesões. Estes dois factores em conjunto costumam dar mau resultado. Ainda por cima, os jogadores são inexperientes, e poucos deles têm traquejo ao mais alto nível (faltam alguns veteranos). Em suma, o talento existe, mas não é ainda o suficiente para almejar a grandes conquistas.

The dudes - Anthony Davis tem um potencial incrível. Deixe o físico, e vai ser dos mais dominantes da temporada.
The duds - o Tyreke dos números fenomenais já lá vai, ficou o Evans que roda de posição em posição sem pegar de estaca.
O que esperar - num ano com menos KD, e LeBron com (teoricamente) trabalhos mínimos, Davis pode aspirar ao prémio de MVP. Isto se o atribuírem a um jogador que fique fora do playoff.
Objectivo - caso um dos emblemas mais fortes fraqueje, New Orleans pode aproveitar. Mas um recorde perto dos 50% parece mais realista.

Denver Nuggets

Denver é o protótipo da equipa sem estrelas, colectivamente forte, muito consistente e com bastantes opções. Tem um cinco inicial forte, um banco a condizer, mas falta o tal jogador que faça a diferença. Os pontos costumam ser bem distribuídos, mas quando as mãos tremem convém ter alguém que esteja habituado a meter a bola no cesto em momentos de pressão. O factor casa é determinante (a altitude faz mossa nos adversários) e a equipa é muito rápida e atlética; Lawson é um velocista e não chamam Faried de Manimal por acaso. Afflalo e o regressado Gallinari trazem outro tipo de ameaça para lá da linha dos três pontos, e Nate Robinson é outro jogador inesgotável a partir do banco. Nas tabelas são do mais possante que existe, pese o facto da posição de poste nem estar preenchida com qualidade de excelência. Aliás, o rendimento de McGee é uma das interrogações da temporada que se avizinha. Defensivamente, Denver deixa algo a desejar, e o elevado ritmo imposto algumas vezes acaba por se virar contra si. Os interiores, embora fortes nas tabelas (os Nuggets são melhores na tabela ofensiva), não possuem muita qualidade técnica. No ano passado, as múltiplas lesões prejudicaram o rendimento da equipa, pelo que este ano é natural de que Denver apresente melhores resultados. O modelo pós-Carmelo tem funcionado, mas numa conferência fortíssima, e com bastantes oponentes recheados de talento do mais elevado nível, a fórmula parece estar esgotada.

The dudes - Lawson é desvalorizado, e Faried um animal das tabelas.
The duds - McGee é aquele típico jogador com características físicas invulgares, mas sem cérebro a condizer. Convinha que aprendesse a jogar basquetebol.
O que esperar - equipa muito forte em casa, longe de Denver deve ser menos ameaçadora. Uma marca à volta das 40 vitórias é possível.
Objectivo - é complicado determinar o objectivo de alguém forte demais para o tanking mas sem argumentos, em teoria, para se bater com os mais fortes.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): Nuno Ranito

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