"Muro" Patrício não foi suficiente; Chelsea vence em Alvalade com golo de ex-Benfica; Leões estiveram desastrados na 1.ª parte, equilibraram no 2.º tempo, mas a diferença de nível entre as duas equipas foi notória; Sarr esteve desastrado, William muito aquém do que se exige na Champions, Mauricio cumpriu nos duelos (mas as bolas em profundidade foram sempre um problema para a defesa leonina)

Sporting 0-1 Chelsea (Matic 34')

Os leões foram derrotados pelo Chelsea de Mourinho em Alvalade (1-0), estando agora na última posição do Grupo G da Liga dos Campeões. Matic fez o único golo, numa partida onde foi evidente a diferença de qualidade entre as duas formações. A superioridade dos londrinos foi notória no primeiro tempo (muitas oportunidades claras negadas por um Patrício gigante), onde as fragilidades defensivas foram muitas, enquanto que a 2.ª metade do encontro trouxe um jogo partido, no qual os verde-e-brancos poderiam ter marcado  (o Chelsea também desperdiçou muito). Em termos individuais, William continua longe do que pode oferecer (melhorou na 2.ª parte, mas ainda é curto), Maurício e Sarr falharam muito nas bolas em profundidade ("isolaram" muitos adversários), Patrício fez uma exibição monumental (recebeu os parabéns de Mourinho no final), enquanto Nani foi um dos mais activos (falhou na decisão). No Chelsea, Diego Costa massacrou, mas perdoou muito, assim como Oscar e Schürrle.

No que diz respeito à partida, o Chelsea revelou-se, desde cedo, muito superior à turma de Alvalade e foram dispondo de oportunidades claras de golo, apenas adiadas por Patrício. Diego Costa imitou Jackson e falhou na cara do guardião português, enquanto que Schürrle foi perdoando o 1-0 por mais de uma vez. Slimani, aos 19', foi o primeiro a ameçar Courtois, mas Matic, antes do intervalo, viria a materializar o domínio na partida com um golo de cabeça na sequência de um livre. A 2.ª parte começou com os leões empenhados em agitar o encontro, embora o jogo tenha ficado muito partido numa fase inicial. As oportunidades foram surgindo de parte a parte, com Nani e colocar a bola na malha lateral, enquanto Oscar falhou na cara de Patrício. Mou lançou Obi Mikel e a partida ficou mais serena e sólida para o Chelsea. Até ao final, Salah e Diego Costa ainda desperdiçaram, sendo que o lance do egípcio teve novamente Patrício como protagonista, com uma defesa abismal.

Sporting - A equipa portuguesa foi lutadora e digna, mas essas qualidades não chegam para bater adversários do calibre do Chelsea. Na primeira parte foram completamente engolidos pelos ingleses, que pressionando a campo inteiro e fazendo uso da sua disponibilidade física, nunca deixaram os leões trocarem a bola com o mínimo de critério (cada vez que um jogador leonino recebia a bola em zonas mas adiantadas, em era logo rodeado por dois ou mais adversários). Mourinho colocou os seus homens da frente a apertar os centrais do Sporting, que perderam ou entregaram deficientemente muitas bolas, juntando-se a isso um William lento a executar. A defesa mostrou os recorrentes problemas com bolas colocadas em profundidade (muita dificuldade em "adivinhar" onde a bola cai), e o lado esquerdo mostrou pouco entrosamento, com a dupla Sarr-Silva a ser facilmente ultrapassada. Foi valendo Patrício, com um punhado defesas de elevado grau de dificuldade, embora nem este tenha valido no cabeceamento certeiro de Matic. Na segunda parte apareceu outro Sporting, com os médios mais libertos de pressão (o Chelsea baixou as linhas, e apostou mais no jogo directo), e com todos jogadores a participarem no jogo ofensivo. Embora equilibrassem o tempo de posse de bola, e chegassem mais vezes à área adversária, criaram poucas oportunidades de golo (Nani falhou a melhor, após "passe" de Fabregas).

Individualmente, Patrício foi o homem da noite, e deve ter visto a sua cotação subir em flecha. Abriu o jogo ganhando um duelo perante um isolado Diego Costa, apenas um de muitos que teve com adversários que lhe apareceram frente a frente. O internacional português foi um autêntico muro, negando golos feitos, e enchendo a baliza com saídas perfeitas tecnicamente e com timing adequado. A juntar a isso, mostrou atenção nos cruzamentos e esteve impecável com os pés (e foi muito, demasiado, chamado a jogo neste aspecto). Nani, muito marcado na primeira parte, soltou-se na segunda, e foram dele o melhores lances de ataque (é claramente o menos tímido, não tem medo de assumir, quer no drible quer no remate). No pólo oposto esteve William, muito lento e complicativo (os homens do Chelsea caíram-lhe em cima com tudo), e perdendo muitas bolas em zona proibida, mostrou ainda não ter andamento para estes palcos. Adrien foi o mais esclarecido na primeira parte, e foi o médio mais pressionante, João Mário mostrou qualidade na saída de bola na segunda parte, fazendo bons passes (Nani foi o receptor preferencial). Carrillo teve pormenores de excelência (grande arranque na segunda parte), enquanto que Slimani teve um jogo de sacrifício, mas apenas teve espaço na área uma vez. Cedric fez um jogo de grande esforço, ganhando a maior parte dos duelos individuais e mostrando uma velocidade e resistência à altura dos ingleses (um jogo à "Pereirinha"), Jonathan mostrou qualidade no ataque, com boas arrancadas e centros, mas foi permeável a defender (levou uns valentes nós de Hazard e Oscar), e os centrais mostraram as lacunas que todos conhecem nas bolas em profundidade, deixando demasiadas vezes Patrício desamparado perante os avançados contrários. Maurício esteve bem nos duelos individuais, já Sarr mostrou-se muito nervoso, sendo facilmente ultrapassado.

Chelsea - Superioridade durante grande parte da partida (o desnível entre as equipas assim ditava), mas também algum desperdício. Foram perdoados 5/6 lances de golo iminente, embora este facto também tenha sido assinalado por um grande Rui Patrício. Fortíssimos no contra-ataque (assim são as equipas de Mou), pecaram muito na decisão (muitos lances desperdiçados na cara do guardião adversário). A equipa londrina dominou a larga escala na 1.ª parte (onde foi notória a grande qualidade do elenco inglês), embora na 2.ª parte houvesse alguns momentos em que o Sporting se superiorizou (ainda que o jogo tivesse mais partido). Schürrle, Oscar e Diego Costa falharam muito onde não costumam desperdiçar, enquanto Matic fez um jogo competente (marcou e controlou a sua zona. Fàbregas foi fantástico a descobrir espaços (poderia ter saído de Alvalade com 2/3 assistências), enquanto Cahill e Courtois tiveram nota positiva na defensiva.

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