Jackson responde a Lopetegui com um bis; FC Porto (que foi superior) empata na Ucrânia depois de estar a perder por 2-0; Cha Cha Cha, que foi suplente, empatou nos descontos

Shakhtar Donetsk 2-2 FC Porto (Alex Teixeira 51' e Luiz Adriano 85'; Jackson 89' g.p. e 90'+3)

Incrível! Um FC Porto muito superior esteve perto de sofrer a 1.ª derrota esta época mas nos últimos 4 minutos conseguiu colocar alguma justiça no marcador e ao empatar frente ao Shakhtar foi do pesadelo à liderança isolada no Grupo H da Liga dos Campeões (o Bilbao perdeu frente ao BATE). Jackson, que só entrou aos 65 minutos, foi o herói portista, ao bisar, isto depois de uma partida em que (quase) tudo correu mal aos dragões: Brahimi falhou um penalti, Óliver, no inicio do 2.º tempo, ofereceu o 1-0 ao campeão ucraniano, e apesar da superioridade o conjunto português não estava a encontrar soluções para superar Pyatov.

Quanto ao encontro, foi uma 1.ª parte "estranha". Repartida, com as equipas a conseguirem desequilibrar várias vezes, Aboubakar, que se estreou a titular, entrou bem e teve logo 2 bons lances, mas sem haver oportunidades claras de golo. A melhor foi um remate cruzado de Danilo. Mesmo assim, o FC Porto devia ter ido em vantagem para o intervalo não fosse Brahimi ter desperdiçado um penalti, que o próprio sofreu. No 2.º tempo, Óliver, que era o último jogador na defesa, perdeu a bola, e Alex Teixeira inaugurou o marcador. Em vantagem o Shakhtar baixou mais as linhas e, principalmente com as entradas de Quintero e Jackson, praticamente só deu Porto. Os azuis e brancos foram acumulando situações de ataque, mas não conseguiam superar Pyatov. Para agravar a situação, a 5 minutos do fim, mais um erro individual, desta vez por Maicon, permitiu ao campeão ucraniano chegar ao 2-0 (Luiz Adriano só teve de encostar um cruzamento de Bernard). O resultado parecia feito, mas puro engano. Em cima do minuto 90 Rakitskiy cometeu um penalti, que seria convertido por Jackson, e no último minuto na única vez que Tello definiu bem Jackson fez o empate a cruzamento do espanhol, colocando assim alguma justiça no marcador.

FC Porto - Um empate que dá moral mas fica a ideia que só não ganhou pelos gravíssimos erros individuais de Brahimi, Óliver e Maicon, ironicamente três dos jogadores mais consistentes esta época. Falhar um penálti na Champions é pecado e as asneiras nos lances dos dois golos do Shakhtar são no mínimo ridículas. A verdade é que a equipa fez um bom jogo, esteve durante largos períodos por cima dos ucranianos e criou as melhores oportunidades de golo (até merecia ter ganho). A aposta em Marcano à frente da defesa foi ganha, com o espanhol a libertar os colegas do meio-campo para tarefas atacantes (Herrera mexeu-se muito e procurou dar dinamismo) e dar consistência defensiva à equipa. De facto, os portistas nunca sofreram grandes sustos e podem apenas queixar-se de erros individuais. Os dragões, mesmo depois de se verem em desvantagem de dois golos, nunca desistiram e continuaram a forçar frente a um Shakhtar que se encerrou na defesa. Tello esteve muito activo mas definiu sempre mal menos na jogada decisiva, Brahimi teve pormenores de génio e procurou desequilibrar a defesa contrária, mas nunca teve grande espaço para brilhar e Aboubakar esteve bem no princípio do jogo, descendo para ajudar a equipa a criar e usando o seu poderio físico para incomodar os centrais, mas nem tem entrosamento com a equipa nem é Jackson. Quem entrou muito bem foi Quintero, que deu um safanão no jogo e abanou a equipa; já Adrián não entrou para mais que perder bolas e, salvando a exibição, ganhar o penálti que deu início à reacção.

Danilo/Alex Sandro - o lateral-direito fez um grande jogo, bem defensivamente e a revelar grande pendor atacante. Teve várias iniciativas de qualidade e foi sempre uma dor de cabeça para o sector mais recuado dos ucranianos. Alex Sandro apareceu com qualidade a espaços mas ainda não é o Alex Sandro que se sabe que pode ser.

Óliver - esteve bem até ao golo dos ucranianos, organizando a equipa e fazendo o carrossel girar, mas o erro individual podia ter deitado tudo a perder.

Jackson - teve uma entrada brilhante em jogo e transformou a derrota num empate que sabe a vitória, sendo definitivamente o grande destaque do jogo. Ganhou inúmeras bolas, soube concretizar o penálti que teve (ao contrário de Brahimi) e depois foi matador: salvou os dragões com um golo à ponta-de-lança nos derradeiros momentos do jogo.

Lopetegui - mexeu bem no decorrer do jogo mas acabou por pagar os erros cometidos na preparação. Colocar num jogo de Champions, logo contra o Shakhtar e na Ucrânia, um jogador que nunca tinha sido titular não corresponde a nenhuma lógica. Curiosamente, o camaronês até esteve bem, mas nunca conseguiu, quer por entrosamento quer por qualidade, ser o ponta-de-lança de que a equipa precisava. O treinador compreendeu isso e fez entrar Jackson, que fez o resto. Lopetegui terá aprendido uma grande lição. De resto, a equipa estava bem montada, com pressão sobre a defesa, sector mais fraco do adversário, capacidade de circulação e vontade de inverter o mau resultado, algo que por fim premiou o bom jogo dos portistas, que até mereciam mais.

Shakhtar - Não tem o poderio de há umas épocas, principalmente quando tinha Fernandinho no meio campo. Valeram as iniciativas individuais, Douglas Costa "abriu o livro" várias vezes, e a boa exibição de Pyatov. No entanto, pelo pouco que o campeão ucraniano fez (uma outra iniciativa numa transição) era injusto saírem desta partida com os 3 pontos.

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