Sporting versão 2014-15: Voltar a conseguir mais com menos; Numa nova "dimensão" a triplicar e sem a qualidade individual dos rivais (sem mais um extremo acima da média será complicado acabar com o jejum)

Algumas notas: 
O Sporting vai entrar numa nova "dimensão", e logo a triplicar: mais jogos (na época passada bastava ter 12/13 elementos competentes já que o tempo de descanso, ainda por cima os leões saíram cedo das taças, permitia ter sempre a equipa a 100%); desgaste pela presença da Liga dos Campeões (é uma prova que tem um impacto emocional importante nos jogadores, e num elenco jovem isso poderá fazer ainda mais diferença), e pressão acrescida pelo facto de serem assumidamente candidatos ao título (em 2013-14 tudo o que fosse um lugar no Top 4 era bem aceite); Três cenários complicados, mas:
- Também ninguém esperava que depois da pior época de sempre o Sporting conseguisse terminar no 2º lugar. E as indicações para este ano até são positivas: os leões conseguiram criar uma base e demonstraram que os orçamentos não são tudo no futebol (este ano, considerando o que Porto e Benfica já investiram, o clube leonino vai ter de voltar a conseguir mais com menos);
- Mesmo assim parece evidente não será fácil chegar ao título. A diferença para os rivais a nível individual ainda é grande (não só em termos técnicos mas igualmente ao nível da maturidade competitiva) e os leões vão ter de realizar alguns encaixes financeiros com a venda de jogadores. Neste capítulo há duas ideias:
- Um clube que gasta dinheiro em Heldon e que bateu o recorde de transferências num jogador que parece ser uma aposta a longo prazo (Gauld) tem de ter capacidade financeira para investir em pelo menos um extremo acima da média;
- No que diz respeito às saídas, Slimani, Capel, André Martins e Maurício deviam, caso tenham mercado, ser os candidatos. Slimani porque está cotado, os leões detém quase a totalidade do seu passe, e a sua transferência podia equilibrar o orçamento (se houvesse uma escolha era preferível vender o argelino e manter William e Rojo), e Maurício, Capel e André Martins por não demonstrarem ter capacidade para ultrapassar este nível (e há alternativas para os mesmos). Por outro lado, Shikabala e Heldon não parecem contar para Marco Silva.
- Em suma, considerando os objectivos (acabar com o jejum de títulos que dura desde 2008 principalmente conquistando o campeonato), as limitações financeiras, e a necessidade de ter no máximo um plantel de 24 elementos (até para criar condições para os jovens da B irem ganhando espaço). O Visão de Mercado apresenta, tendo como base os reforços já conhecidos, as movimentações do mercado, a filtragem necessária e os condicionalismos orçamentais, uma possível versão do Sporting 2014-15:

GR: Rui Patrício e Marcelo Boeck - Este era um bom timing para Patrício sair, o seu ciclo em Alvalade já acabou e a transferência do guardião podia permitir segurar elementos mais difíceis de substituir, mas nada indica que seja negociado. Como tal, continuará a ser o nº1 com Boeck como uma alternativa bastante válida. Caso o internacional português seja transferido e considerando que Kapino deu uma nega ao Sporting num negócio avaliado em 2,5 milhões, Loris Karius (Mainz) era uma boa opção (na teoria vai estar tapado este ano e termina contrato em 2015).
Laterais: Cédric, Geraldes, Jefferson e Jonathan Silva - O Sporting já contratou uma alternativa para o lado direito e ao que tudo indica o argentino vem dar concorrência a Jefferson (e quem sabe se não lhe rouba o lugar). Um dos laterais mais promissores da América do Sul e que certamente vem "espicaçar" o brasileiro. Do outro lado, Geraldes não parece ter o suficiente para ser uma mais-valia num clube grande, como tal (já na época passada os leões contrataram 2 laterais direitos), caso se confirme o ingresso de Miguel Lopes no Tottenham, os leões podiam tentar incluir Ryan Fredericks no negócio (um jogador que nem na II divisão inglesa foi indiscutível mas que, também joga a extremo, tem uma velocidade e técnica que na Liga portuguesa podia fazer estragos). 
Centrais: Rojo, Dier, Tobias Figueiredo e Paulo Oliveira - Os leões deviam tentar manter Rojo, além de ser o líder da defesa, o clube leonino só têm 25% do passe, o que não permite grande encaixe, e na teoria não vai perder mercado se ficar mais um ano em Alvalade (a direcção leonina só o devia negociar quando conseguisse mais uma percentagem do passe). Mas com as entradas de Sarr, Paulo Oliveira e provavelmente Rabia, alguém vai ter de sair, e Maurício é o candidato ideal (resta saber se tem mercado). Apesar da boa época que fez em momentos de maior exigência falhou quase sempre - e a próxima época vai ter mais momentos desse -, e por outro lado Dier (ainda por cima com mais 2 anos de contrato) tem a todo o custo de ganhar o seu espaço. Por ter capacidade para ser um super-central como pelo encaixe que poderá permitir no futuro. Tobias, Sarr e Rabia (que também pode jogar a médio defensivo), "lutavam" com Paulo Oliveira pelo posto de 3º e 4º central.
MDEF: William Rosell - Nesta posição o Sporting está bem servido. Mantemos a ideia que William é bom mas não é um fenómeno (tem lacunas evidentes como a lentidão, leitura, posicionamento, e mau jogo aéreo), e como tal se os leões tivessem uma proposta na ordem dos 30 milhões não deviam hesitar, mas a seu favor joga o facto de ser um dos médios defensivos com melhor 1º toque no Mundo e a sua idade permitir-lhe corrigir os defeitos que apresenta. Rosell tem dado boas indicações e além de funcionar como alternativa pode mesmo jogar ao lado de WC num duplo pivot.
MC: Adrien, Slavchev, Esgaio - Adrien foi um dos melhores na época passada e os leões esperam que o médio mantenha o nível nesta época. Slavchev pode ser uma boa alternativa, mas veio de um campeonato pouco exigente e precisará de algum tempo de adaptação. Como já defendemos há algum tempo, pelas suas características Esgaio poderia ser um elemento muito útil a actuar no meio campo e pelo que tem mostrado na II Liga já merece fazer parte do plantel principal, podendo inclusive ser opção para as laterais e para as alas. 
MO: João Mário  e Gauld - Não será descabido se Adrien passar a ser o Evandro de Marco Silva com Rosell e William no duplo pivot. Ou seja, com João Mário, que regressou depois da boa metade de temporada em Setúbal para agarrar definitivamente um lugar na equipa leonina, e Gauld (contratação mais cara desta direcção leonina), há soluções suficientes para o meio campo ofensivo (Mané e Montero também podem ser utilizados nesta posição). Como tal, a saída de André Martins (caso tenha mercado) até equilibrava o plantel. O médio esteve manifestamente mal em 2013-14 e apesar de alguns golos nesta pré (Wilson também marcou e saiu na mesma) nunca demonstrou ser a mais-valia que os leões precisam. Vítor já foi descartado.
Extremos: Carrillo, Mané, Vitinho e Saito/Bahouli - O sucesso do Sporting passará muito pelo nível que Carrillo conseguir apresentar. É titular indiscutível à direita, mas do outro lado falta um "reforço bomba", que poderia ser Vitinho. É um craque, teria um impacto enorme no campeonato português e quer sair da Rússia (não se adaptou no CSKA e podia chegar a Alvalade por um valor semelhante do de Kostic, e na nossa opinião o brasileiro tem mais futebol que o esquerdino do Groningen). Capel deve ser vendido, Heldon e Shikabala não demonstraram nada para serem opções de maneira regular e nem parecem contar para Marco Silva. Sobra Mané, que este ano vai ter de aumentar o patamar (já não bastam algumas acções individuais), mas neste caso faltaria um extremo. Como o Sporting não tem liquidez para contratar dois craques para as alas, o ideal seria apostar num jogador de uma liga secundária. Manabu Saito, ala japonês do Yokohama Marinos que actua do lado esquerdo e que esteve no Mundial 2014, seria uma opção interessante. Em alternativa, Nabil Bahoui, que joga no AIK Solna, do campeonato sueco, tem potencial e características excelentes para a liga portuguesa (rápido, forte e desequilibrador). Convém não esquecer que Esgaio e Gauld também podem actuar pelos flancos.  
Avançados: Montero, Tanaka e Łukasz Teodorczyk - Não será fácil segurar Slimani e as boas opções no mercado (ainda para mais com as limitações financeiras dos leões) para o ataque não abundam. Um dos poucos que parece ter o necessário para ser uma mais-valia é Łukasz Teodorczyk, avançado polaco do Lech que apesar de ser diferente de Slimani, menos agressivo na área e muito menos forte no jogo aéreo (o argelino também é dos melhores do Mundo neste capítulo) tem uma técnica individual (estilo parecido ao de Lewandowski) que se enquadra mais na dinâmica ofensiva dos leões. Caso a ideia seja continuar com um "pinheiro", Kim Shin-Wook, sul-coreano do Ulsan Hyundai, era o ideal. Montero (tecnicamente um dos mais evoluídos do Sporting), tem tudo para fazer uma boa época (este ano estará menos desgastado e é um dos protegidos de Marco Silva, algo que certamente não se deve ao facto de terem o mesmo empresário), e Tanaka completam o trio. 

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