Bebé e Eliseu vão ser os sucessores de Josué e Licá

Reforços à vista para Paulo Bento? Depois do que se falou acerca da renovação da Selecção Nacional, e da falta de matéria-prima à disposição do seleccionador, eis que o defeso traz boas notícias. Se a lógica das chamadas se mantiver, Eliseu e Bebé são adições ao grupo que irá atacar o Euro 2016. Lembrando tempos passados, vem à memória o caso já aqui discutido de Licá e Josué, dois jogadores que haviam dado nas vistas na época 2012/13, mas que nunca mereceram atenção do seleccionador. Mudada a vestimenta, que é como quem diz, com camisola azul e branca, o seu estatuto mudou imediatamente de invisíveis para opções viáveis. Isto explica-se, ou melhor, "explica-se", com a subida no grau de exigência competitivo a que os jogadores ficaram sujeitos. Por outras palavras, jogadores que se limitem a actuar na Liga Portuguesa, mesmo em clubes no top 5, como eram Paços e Estoril, não possuem capacidade para integrar a Selecção. Ora os dois reforços do Benfica citados encaixam no perfil. É verdade que Eliseu foi, a espaços, chamado a usar a camisola das quinas. Porém, perdeu espaço, e foi completamente ignorado no que respeita às contas do Brasil. Já Bebé, melhor marcador português na Liga em 2013/14, nem sequer mereceu uma única chamada que fosse. Naturalmente, estes jogadores não experimentarão uma brutal evolução de hoje até Setembro, de modo a que passem a tal fasquia competitiva que Bento exige para os seus homens de confiança. No entanto, e se a tal lógica se mantiver, não custa a acreditar que ambos já tenham entrado no radar do seleccionador, e não seria surpresa se fossem opções já no arranque do apuramento. Como surpresa não será se Eliseu se apresentar como natural alternativa a Coentrão, pois tem experiência internacional e capacidade ofensiva, bem como a favorita polivalência, e Bebé traga para a mesa outro tipo de características, tais como a explosão e poder de remate, não existentes no grupo até então. Ou outro tipo de clichés que permitam justificar o injustificável. Esta filosofia, que na realidade não é recente, de menosprezar os jogadores extra-grandes (com excepção do Braga, que mesmo em épocas desastrosas mantém a sua quota) e apenas os considerar quando vestem certas camisolas (antigamente, era ir para o estrangeiro que significava um livre-trânsito para a Selecção, quaisquer que fossem as circunstâncias) prova um de dois pontos (ou se calhar ambos): ou o nosso futebol continua a estar sob a ditadura dos grandes, ou a maior parte das nossas equipas, e seus jogadores, é de uma mediocridade feroz. De qualquer modo, é quase certo que daqui a umas semanas retomaremos este tópico.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Nuno Ranito

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