O estranho caso (ou nem tanto) de Zakaria Labyad

Os jogadores já não têm "amor à camisola" ou ao próprio jogo? Até que ponto os salários (cada vez mais) absurdos condicionam a vontade de jogar?​

"One week they love you , next week they hate you…both weeks I got paid". Foi desta forma que Labyad, jogador que o Sporting emprestou ao Vitesse até 2015, se dirigiu aos fãs através da sua conta no Instagram.

Quando foi anunciada a sua contratação, por Godinho Lopes, em abril de 2012, todos aplaudiram. Foi ganhando pontos junto dos adeptos, com umas alfinetadas ao Benfica pelo meio e, acima de tudo, com uma bela prestação ao serviço de Marrocos nos Jogos Olímpicos. Era um jovem (19 anos) com uma margem de progressão brutal, com uma imensidão de clubes no seu encalço e a maioria da comunicação social e dos adeptos, leoninos e rivais, não tinha dúvidas em afirmar que estávamos perante um diamante em bruto que iria dar muito rendimento desportivo e encher os cofres do Sporting de dinheiro. No entanto, terminada a temporada, estas ideias caíam por terra. O jogador, por entre um ou outro golo e bons apontamentos aqui e ali, tinha demonstrado pouco. Em defesa do marroquino, a época que findava tinha sido a pior de sempre do clube. Não se podia pedir a um miúdo que se destacasse no meio de tanta mediocridade. Chega uma nova direção, um novo treinador e esperava-se nova vida para Labyad! Mas eis que BdC o afasta da equipa. "É por causa do salário. Não joga enquanto não aceitar reduzir o seu vencimento." – justificava a CS, no geral. Argumento infundado, pois Adrien não recebia propriamente pouco e continuava a jogar. Depois de 6 meses de novelas, bate-bocas e a treinar à parte ou com a equipa B, o marroquino ruma à Holanda e, hoje, 28 de maio de 2014, com a anteriormente referida publicação no Twitter, eis que justifica, em parte, o porquê de Bruno de Carvalho nunca ter contado com ele. É sabido que o líder leonino não é fácil e certamente não terá gostado de vislumbrar esta postura em Labyad, colocando-o de lado, mesmo sem o aval de Jardim, segundo constou. Resta saber o que vai ser do ex-camisola 20 dos leões se tiver de regressar a Alvalade em 2015, cenário mais provável já que a sua prestação no Vitesse pelo menos até ao momento não encantou (inclusive a sua chegada coincidiu com a perda da liderança no campeonato). A continuar com esta atitude dificilmente cairá no goto do homem forte do Sporting, o problema é que tem contrato até 2017 e como já deu para perceber não está disposto a abdicar de um cêntimo, mesmo que para isso fique parado.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Ricardo Torres

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