André Gomes de luxo coloca Benfica no Jamor; Encarnados deram a volta à eliminatória frente a um FC Porto que não aproveitou a superioridade numérica desde os 30' (Siqueira foi expulso); Enzo e Gaitán em grande evidência; Rodrigo voltou a desequilibrar; Reyes falhou na defesa (exibição à Abdoulaye); Quaresma voltou a complicar o jogo portista e ainda foi expulso; Jesus e Luís Castro acabaram o jogo na bancada

Benfica 3-1 FC Porto (Salvio 17', Enzo g.p 59' e André Gomes 80'; Varela 52')

Clássico quente, vivo, polémico, mas cheio de emoção. O Benfica marcou presença no Jamor, depois de dar a volta à eliminatória ao derrotar o FC Porto na Luz por 3-1. Jogo intenso e com a equipa de Jorge Jesus claramente melhor. A expulsão de Siqueira mudou o jogo (Salvio já havia empatado a eliminatória), mas o espírito de sacrifício das águias, a grande qualidade posicional dos encarnados e, sobretudo, o lance mágico de André Gomes, foram elementos decisivos para que o Benfica siga novamente viagem até ao Jamor. O FC Porto demonstrou sempre muita insegurança e, fundamentalmente, alguma incompetência na forma como não conseguiu explorar a superioridade numérica.  Em termos individuais, André Gomes foi o herói da partida (golo excepcional e exibição fantástica a 6), Gaitán e Rodrigo foram novamente muito importantes, sendo que Enzo também esteve em destaque; Reyes e Quaresma com prestações negativas (o mexicano somou erros e o extremo voltou a ser vítima do seu temperamento). Herrera foi o menos mau dos portistas.

Os primeiros minutos da partida ditaram um domínio esclarecedor do Benfica. Os encarnados encontravam-se muito bem posicionalmente (empurravam os dragões para trás), sobretudo no miolo e com um Rodrigo a desequilibrar a todos os níveis. André Gomes e Enzo enchiam o meio-campo e o hispano-brasileiro estava sempre muito activo, quer a procurar a bola em zonas recuadas quer a explorar a profundidade. A equipa de Jorge Jesus estava instalada na zona defensiva do FC Porto (não deixava respirar a equipa de Castro), criou perigo numa sequência de cantos de Gaitán e chegou mesmo ao golo aos 17'. Gaitán cruza ao 2.º poste e Salvio, ao bater Alex Sandro no jogo aéreo, inaugurou o marcador empatando a eliminatória. Depois chegou o momento que mudou a partida. Siqueira derruba Quaresma na direita do ataque portista e, depois de alguns instantes em que o extremo recebeu assistência, o árbitro expulsou o lateral brasileiro. Até ao intervalo, os encarnados – com Cardozo sacrificado e Almeida na esquerda – controlou a posse de bola portista e o resultado manteve-se. Na segunda metade do encontro, o FC Porto tentou subir mais no terreno e logo chegou ao golo, num erro defensivo dos encarnados. Varela com liberdade sobre Almeida e Rodrigo e, ao furar na área, bateu Artur para o 1-1. Os encarnados aumentaram a intensidade e num penálti assinalado sobre Salvio, chegam novamente à vantagem por intermédio de Enzo. Até ao final, as águias tentaram alcançar o 3.º golo e esse tento decisivo aconteceu num momento magistral de André Gomes. Passividade dos dragões com o jovem médio a driblar Fernando com grande qualidade para bater Fabiano e colocar o Benfica no Jamor.

Destaques:

Benfica - Demonstração inequívoca do poderio das águias que vão marcar novamente presença no Jamor. Os encarnados vivem mais uma época de sonho (em 2012/13 tornou-se depois em pesadelo), com 4 troféus ao alcance (Jamor, mais 2 meias-finais e o campeonato encaminhado). Entrada verdadeiramente fantástica do conjunto de Jorge Jesus com uma dinâmica tremenda e com desequilíbrios sucessivos, sobretudo por Rodrigo. A expulsão de Siqueira mudou o jogo, mas o momento defensivo, emocional, e em termos de organização, anulou a possível resposta do FC Porto. Individualmente, André Gomes esteve brilhante (assombroso na forma como fez a leitura dos lances) e marcou um golaço pleno de qualidade técnica, Gaitán e Rodrigo estiveram novamente em grande, enquanto que Artur nem sempre deu a segurança necessária. Enzo esteve ao seu nível, Salvio voltou a marcar e Siqueira poderia ter comprometido (arriscou demasiado).

FC Porto - Pesadelo para os dragões. Os portistas tinham nesta competição uma oportunidade para salvar a temporada e agora só resta a Taça da Liga. Veremos se esta derrota na Luz não terá consequências no que resta da época portista. E este pesadelo é, sobretudo, pela forma como sucedeu esta eliminação. Tanto tempo a jogar em superioridade numérica e tanta incompetência na forma como não foi explorada essa particularidade. Equipa passiva, sem grande criatividade, nem presença na área (Ghilas deveria ter entrado muito mais cedo), mas também alguma apatia defensiva. Individualmente, Reyes esteve ao nível do Abdoulaye (falhas graves nas abordagens), Quaresma voltou a ser expulso (muito conflituoso e quezilento), sendo que Herrera foi dos melhores dos dragões (um dos poucos com atitude e garra). Varela explorou bem um erro encarnado e Fernando teve algumas dificuldades para segurar a dinâmica inicial dos encarnados.

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