MMA: Resumo do mês de Janeiro e card do UFC 169

O ano do UFC começou no dia 4 de Janeiro com o UFC Fight Night 33, que aconteceu em Singapura. O evento teve no main-event a vitória do belga Tarec Saffiedine sobre o lutador sul-coreano Hyun Gyu Lim, numa luta na divisão dos meio-médios. Esta foi a luta de estreia de Saffiedine no UFC, ele que foi o último campeão do extinto Strikeforce, depois de este ter sido comprado pela Zuffa. A luta foi praticamente um monólogo de Saffiedine a aplicar low kicks e a trabalhar a distância de modo a deixar o gigante coreano (1,88mt, 10 cm a mais que Saffiedine) afastado. O facto é que na segunda metade da luta, Saffiedine optou por derrubar e trabalhar no ground and pound, mas Kim não desistia de forma nenhuma e acabou quase a fazer uma reviravolta épica nos últimos segundos da luta. Ainda conseguiu abanar Saffiedine por duas ocasiões mas a luta terminaria com o desfecho a ser a vitória de Saffiedine por decisão unânime. Outros destaques deste evento foram a vitória por finalização de Tatsyua Kawajiri sobre Sean Soriano com um mata-leão numa luta em que como se previa dominou a seu bel-prazer. O lutador brasileiro Luiz Besouro, que havia tido destaque no TUF Brasil 2, teve uma estreia amarga no UFC ao perder por desqualificação depois de ter descarregado uma série de cotoveladas ilegais na nuca de Kiichi Kunimoto, numa atitude que até hoje muita gente, e talvez até Besouro, ainda questiona como foi possível ter. A finalizar o card principal esteve Kyung Ho Kang que finalizou Shunichi Shimizu depois de ter perdido pontos no round devido a cotoveladas ilegais.

O segundo evento do UFC neste mês de Janeiro aconteceu no dia 15 com o UFC Fight Night 34. O evento de Atlanta teve como principal luta a procura de redenção de Luke Rockhold contra o cipriota Constantinos Philippou. Recorde-se que Rockhold era o campeão dos pesos médios do Strikeforce quando estreou pelo UFC, mas a sua estreia não correu de feição pois haveria de tombar perante um dos high kicks de Vítor Belfort, que fizeram parte dos destaques do ano de 2013. Assim, Lockdown entrava nesta luta pressionado para mostrar serviço e a verdade é que, como dizem os compatriotas brasileiros, ele passou o carro em cima de Philippou, pois nem de três minutos precisou para vencer. Rockhold entrou focado em resolver cedo a luta e logo começou a usar a sua maior envergadura para manter o cipriota afastado. Depois de controlada a distância, Rockhold desferiu um violento kick na zona do fígado do adversário seguido de um gancho de direita que meteu Philippou na grade. Rockhold não perderia mais tempo e mandava Philippou para nocaute após mais dois kicks violentos. Depois desta passada de carro, Philippou na entrevista pós-luta não esqueceu a derrota para Belfort e pediu o rematch, mas agora nos Estados Unidos, mas sem antes acertar umas contas pendentes contra Michael Bisping. O restante card do evento viu a vitória por decisão de Brad Tavares sobre Lorenz Larkin numa luta fraca mas que marcou a sétima vitória de Brad nas últimas oito lutas. TJ Dillashaw venceu Mike Eaton também por decisão e numa luta que dominou de princípio a fim. John Moraga venceu Dustin Ortiz na decisão mas com o resultado a ser muito duvidoso pois foi uma luta claramente ganha por Ortiz. Cole Miller impôs a agressividade que lhe é reconhecia e finalizou com um mata-leão Sam Sicilia. O grande destaque vai para luta que recebeu o bónus da luta da noite e que foi entre o bicampeão mundial de wrestling, o cubano Yoel Romero, e Derek Bruson. Aqui a estratégia ficou de lado e porrada correu solta com os dois lutadores a trocarem golpes violentos sem dó nem piedade. No final prevaleceu o queixo de aço de Romero que aguentou um violentíssimo pontapé na cabeça no primeiro round e acabaria por terminar a questão no terceiro round depois de ter mandado um petardo ao rosto de Bruson, que o fez ir a knockdown, com Romero terminar a limpeza com uma série de cotoveladas que foram de todo dispensáveis, já que o árbitro demorou a terminar a luta.

O último show evento deste mês aconteceu no passado Sábado com o UFC on FOX 10. Para este evento que aconteceu em Chicago, o UFC não poupou esforços e apresentou um card de alto nível, algo que já é tradição nestes eventos transmitidos em directo no FOX. A liderar as acções estava uma luta nos pesos leves entre o antigo campeão do Strikeforce Josh Thomson e o antigo campeão da categoria no WEC e UFC Ben Henderson, luta esta que poderia valer um title shot para o título da divisão. No final desta luta, pode-se dizer que esta teve tanto de qualidade como de polémica. A luta terminou com os juízes a darem a vitória por decisão para Bendo, algo que muita gente se apressou a dizer que foi um ultraje e que Thomson terá vencido 4 dos 5 rounds da luta. A questão desta luta foi que Thomson partiu o polegar da mão direita durante o segundo round, e assim todo o jogo de submissão que ele vinha a impor com sucesso contra Bendo não poderia ser terminado, pois não conseguia terminar as finalizações que tentava aplicar. Henderson fez da troca de golpes a sua defesa e terá sido por ter terminado a luta em cima de Thomson e por ter aplicado maior número de golpes contundentes que obteve a vitória dos juízes. No final, pode-se reter as palavras de Thomson na conferência de impressa após o evento: “eu só com uma mão, venci o antigo campeão do UFC”. Thomson afirmou também que poderá por um ponto final na sua carreira. Depois de ter marcado mais uma polémica vitória na sua carreira, Ben Henderson viu Dana White dizer que não deverá receber a title shot que a luta poderia garantir. A completar o restante evento, tivemos a vitória por decisão do peso-pesado Stipe Miocic sobre o brasileiro Gabriel Napão, onde mais uma vez se viu um cansado Napão depois do primeiro round e onde o boxe e a defesa de quedas de Miocic se evidenciaram. O cowboy Donald Cerrone anotou mais um nocaute violento ao seu cartel depois de mandar Adriano Martins para a vala depois de um chute alto na têmpora do brasileiro que, em vez de derrubar Cerrone, cometeu o erro de ficar em pé trocando golpes. Jeremy Stephens venceu Darren Elkins por decisão numa luta sem interesse.

Fora do âmbito do UFC, neste mês de Janeiro há que destacar a World Series of Fighting que apresentou no passado dia 18 o seu oitavo show e onde consagrou o invicto Justin Gaethje (11-0) como campeão dos pesos leves após precisar de somente 66 segundos para derrubar Rich Patishnock e onde Jessica Aguilar também não teve dificuldade para finalizar Alida Gray para se sagrar campeã do peso-palha da promotora. Destaque ainda para mais um violentíssimo nocaute do ex-UFC, Anthony “Rumble” Johnson sobre Mike Kyle. O próximo mês de Fevereiro promete ser mais uma vez recheado de acção no UFC e começa já este Sábado com um dos maiores cards do ano, o UFC 169. O UFC tem por tradição apresentar sempre um grande evento no fim-de-semana do Super Bowl e este ano não poupou esforços e apresenta um card de luxo, o seguinte: Brasil Renan Barão (c) vs. Urijah Faber pelo cinturão dos pesos-galos; José Aldo (c) vs. Ricardo Lamas pelo cinturão dos pesos-pena; Frank Mir vs. Alistair Overeem (quem perder, será demitido do UFC); John Lineker vs. Ali Bagautinov; Jamie Varner vs. Abel Trujillo

Quem se destacou mais no mês de Janeiro no UFC? Qual a melhor luta do mês? Quem irá vencer no UFC 169?

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Nuno Fernandes

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