MMA - Resumo de 2013, Antevisão de 2014

Anderson Silva perde frente a Chris Weidman
Agora que 2013 terminou, está na hora de rever o que de mais importante se passou na UFC, e o que 2014 nos reserva. O ano fica claramente marcado pela queda de um mito, na figura do até agora indestrutível Anderson Silva. O brasileiro permanecia invencível na UFC, até que Chris Weidman o derrotou via KO em Julho. A organização cedo se apressou a marcar a desforra, mas esta teve um final imprevisto e cruel para Silva, que partiu o pé ao ver um pontapé bloqueado. Agora, com 38 anos e uma longa recuperação pela frente, sobram dúvidas sobre o seu futuro, sendo que a reforma é um dos cenários. Mas embora a UFC tenha perdido um dos seus ícones, a classe de Middleweight tem tudo para ser uma das mais excitantes do ano, sendo que Weidman tem à perna um batalhão de brasileiros. A começar por Vitor Belfort, que arrasou em 2013, batendo por KO Bisping, Rockhold e Dan Henderson (foi a primeira vez que "Hendo" perdeu deste modo na sua carreira), e que mesmo sob a polémica dos tratamentos baseados em testosterona, será o próximo candidato ao cinturão. Na fila seguem-se Ronaldo Souza, que obteve três claras vitórias no ano, uma das quais perante o cotado Yushi Okami, e ainda o ex-campeão de LH, Lyoto Machida. O "Dragon" decidiu descer de escalão após ser-lhe vedado o caminho para o título (depois de alguns desentendimentos com a Direcção), e imediatamente se tornou candidato após presentear Mark Munoz com um pontapé na cabeça que o colocou fora de jogo no momento. Mas Silva não foi a única estrela cadente, pois o icónico Georges Saint-Pierre teve também ele uma época diferente do habitual. O canadiano, invicto desde 2007, defendeu o título perante Johny Hendricks com sucesso, mas não só levou uma sova monumental, como a decisão final a seu favor foi muito contestada. Para completar, GSP anunciou uma retirada, por motivos pessoais, que pode ou não ser temporária. Com o cinturão vago, Hendricks terá nova oportunidade, enfrentando desta vez Robbie Lawler, que ganhou o privilégio depois de bater Rory McDonald. No que diz respeito aos mais pesados, foi o ano de completa afirmação de Cain Velasquez. O lutador de ascendência mexicana voltou a massacrar o brasileiro Junior dos Santos, e estabeleceu-se como o incontestável nº1. O problema, para lá de uma lesão que o manterá afastado uns meses, é que não parece haver alguém que possa competir com ele (Dos Santos é claramente o nº2, mas não mostrou nos dois combates ter o antídoto para a velocidade e agressividade do campeão). Outra figura na divisão foi Travis Browne, que despachou Gabriel Gonzaga, Alistair Overeem e Josh Barnett (todas as vitórias por KO, e que foram consideradas o KO da noite) rumo ao topo do ranking. Em 2014 irá enfrentar o brasileiro Frabicio Werdum, sendo que certo que desse combate sairá o próximo adversário de Velasquez. Ainda em 2013, destaque para o combate entre Antonio Silva e Mark Hunt, literalmente um banho de sangue, e para a "desistência" do cotado Daniel Cormier, que competirá, para já, na categoria de peso abaixo. E por falar em LH, 2013 deu-nos um combate de excelência, em que finalmente Jon Jones mostrou ser humano. O sueco Gustafsson levou a luta para uma apertada decisão, e ambos os lutadores terminaram a noite no hospital. É possível que os dois se reencontrem já este ano, assim ultrapassem com sucesso os próximos desafios, o que no caso do campeão, não será pera doce, já que terá pela frente Glover Teixeira, que mais uma vez teve um ano perfeito em termos de vitórias. O título de Lightweight mudou de mãos, depois de Anthony Pettis submeter Benson Henderson. O agora campeão não é conhecido pela sua durabilidade (está lesionado), pelo que os muitos candidatos devem passar os próximos tempos a degladiarem-se entre si de modo a colocarem-se no cimo da hiearquia. Gilbert Melendez e o russo Nurmagomedov têm encontro marcado em Fevereiro, e depois há ainda TJ Grant e Josh Thompson. Mas o mais perigoso oponente pode vir na figura de Jose Aldo, que pode muito bem subir de peso. O brasileiro voltou a dominar a sua classe, e não parece ter adversário à altura, tal como Demetrious Johnson na classe Flyweight. Dominador foi também Renan Barão, na divisão Bantamweight, com duas bem sucedidas defesas do título. Urijah Faber voltou ao topo, vencendo todos os quatro combates em que participou, e será certamente o senhor que se segue, isto após Barao defrontar num combate de unificação, em Fevereiro, o regressado Dominick Cruz, afastado do octágono há mais de dois anos. Por último, nas senhoras também nada de novo, com Ronda Rousey a torcer o braço de quem se atravessa no seu caminho. Sarah McMann é a próxima candidata a levar uma chave.

Quem foram as figuras de 2013? Qual a consequência das possíveis retiradas de Silva e St-Pierre, dois símbolos das MMA e da própria UFC? Conseguirá a organização criar novos ídolos, ou homens como Jones e Velasquez nunca terão aquela aura inerente a atletas que foram pioneiros neste desporto? Quais os principais candidatos a perderem o título em 2014?

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Nuno Ranito

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