Swiss Super League: Vários talentos à espera de serem "pescados" pelos emblemas portugueses

À primeira vista, o campeonato suíço pode não prender muito a atenção (apenas 10 equipas e claramente marcado por incumprimentos por parte de alguns emblemas), mas a verdade é que a competição está recheada de bons valores que se têm, ao longo destes últimos tempos, destacado nos maiores clubes europeus. Itália e Alemanha são os destinos habituais, sendo que elementos como Lichtsteiner, Inler, Derdyok, Rakitic e Shaqiri têm comprovado o grande potencial dos emblemas helvéticos, algo que tem sido visível nos últimos tempos. O Basileia, tri-campeão nacional, tem mostrado cada vez mais qualidade nas competições europeias (o ano passado vergou o Man. United na LC, e esta temporada eliminou o Tottenham da LE) e equipas como o FC Zurique e Grasshopper vêm apresentando equipas com qualidade, encabeçadas por elementos jovens e bastante promissores. Este mercado não tem sido muito explorado pelos clubes portugueses (contrariamente ao holandês e belga), mas este ano voltou a revelar alguns craques, muitos deles apetecíveis para o nosso campeonato.

Aleksandar Dragovic (Basileia): O campeonato suíço começa a ser pequeno para a grandeza deste internacional austríaco. O central, de 22 anos, foi um dos principais responsáveis da excelente campanha europeia do emblema helvético, neste que poderá ter sido o último ano ao serviço do Basileia. Muito completo ao nível defensivo (forte na marcação e robusto no jogo aéreo), revela também uma qualidade assinalável na saída de bola, assim como uma importante experiência a nível internacional (tem marcado presença nas competições europeias e soma já 20 jogos pela selecção austríaca). Com muitos pretendentes na Premier League, fica a certeza de que quem o contratar vai contar com um central de Top. Uma das melhores opções caso o Benfica venda Garay.
Mohamed Salah (Basileia): Foi considerado a revelação africana do ano passado, mas foi nesta época que explodiu definitivamente. O egípcio é o típico extremo que não tem medo de encarar os adversários no 1x1, desequilibrando com um facilidade assinalável, em virtude da sua velocidade estonteante. Joga preferencialmente pelo lado direito do ataque, com o claro objectivo de explorar o seu pé esquerdo nas investidas interiores. Com apenas 20 anos, espera-se que Salah seja não só a próxima referência da seleção egípcia (já conta com 11 golos nas 20 internacionalizações), como o 1º a afirmar-se a sério no futebol europeu. Seria um bom alvo para o FC Porto.
Philippe Koch (FC Zurique): Este lateral direito deu nas vistas no Europeu de sub-21 em 2011 (onde a Suíça foi vice-campeã), sendo titular indiscutível do FC Zurique desde os 19 anos (o seu irmão, Raphael Koch, alinha a central). Destaca-se por ser um defesa com bom sentido posicional, forte na marcação e, em virtude de ser razoavelmente alto, também cumpre no jogo aéreo. É um dos capitães da equipa, denota ainda algumas fragilidades no capítulo ofensivo, mas – atendendo à sua juventude – tem margem de progressão para se tornar num lateral bastante competente.
Izet Hajrović (Grasshoppers): Criatividade em estado puro. Apesar de não ser um extremo de raiz, o médio, de 21 anos de origem bósnia, actua na direita com o intuito de potenciar o seu excelente pé esquerdo nas investidas interiores. Exímio marcador de bolas paradas, conta já com 7 golos na Liga, e apesar de não ser propriamente rápido, disfarça essa lacuna com o facto de ser inteligente posicionalmente e rápido a executar. Foi um dos responsáveis pela conquista da Taça da Suíça, frente ao Basileia, e tem sido associado ao Schalke.
Yann Sommer (Basileia): O guarda-redes helvético é um dos mais promissores do Mundo (com Buffon, Cech e Valdés nos 30, guardiões como De Gea, Ter Stegen, Courtois e Sommer são as próximas referências). Denota uma segurança e uma tranquilidade entre os postes verdadeiramente notáveis, destacando-se ainda pela enorme capacidade em jogar com os pés (atributo muito precioso actualmente). Foge um pouco à tendência dos guarda-redes altos (tem 1,82m), e também por isso demonstra muita agilidade nos duelos 1x1. É um autêntico líder no emblema helvético, mas a sua saída para um grande europeu está para breve (cláusula de 20 milhões). Tendo em conta as suas características (de baliza e jogo de pés) era um bom substituto para Valdés no Barça.
El Neny (Basileia): Chegou, viu e venceu. O médio egípcio (seguiu as pisadas de Salah) convenceu o emblema orientado por Murat Yakin a contratá-lo definitivamente, depois de um empréstimo de 6 meses, onde foi uma das grandes revelações da Liga Suíça. Médio de características defensivas, destacou-se nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, ao serviço do Egipto, mas foi com a camisola do Basileia que demonstrou toda a sua qualidade. Formando dupla no meio-campo com Serey Die, revelou uma inteligência táctica fora do normal para a sua idade (20 anos), destacando-se ainda por aparecer bem em zonas de finalização, algo evidenciado, e de que maneira, em pleno White Hart Lane – na eliminatória frente ao Tottenham.
Josip Drmić (FC Zurique): Já tinha mostrado qualidade no ano passado, mas esta época demonstrou ser um avançado bastante interessante. Formando uma dupla temível com Chermiti (outro elemento talentoso da competição), parte muitas vezes da esquerda para zonas interiores e revela-se muito inteligente a explorar os espaços deixados pelo tunisino. Aproveitou as sucessivas lesões de Chikhaoui (um craque que podia estar num patamar muitíssimo superior) e cimentou a sua posição no onze do emblema helvético, onde marcou, até ao momento, 18 golos em todas as competições. Robusto fisicamente, o avançado suíço de origem croata (20 anos) tem ainda mobilidade e velocidade, atributos que o definem como um avançado completo.
Berat Djimsiti (FC Zurique): Este central de origem albanesa, formado nas camadas jovens do clube, aproveitou, e de que maneira, a saída de Jorge Teixeira e tornou-se num dos indiscutíveis na formação de Urs Meier. Aos 20 anos, demonstra ser um defesa bastante promissor, muito forte no jogo aéreo e na marcação, ainda que por vezes a sua agressividade possa ser prejudicial para a equipa. Tem grande margem de progressão e já é internacional sub-21 pela Suíça.
Fabian Schär (Basileia): Central com grande futuro. Forma uma dupla de sonho com Dragovic (uma das mais promissoras da Europa), revela uma qualidade acima da média, sendo já seguido por Juventus e Tottenham. Com apenas 21 anos, pegou de estaca na primeira época ao serviço dos tri-campeões nacionais, destacando-se pelo seu poder de antecipação, rapidez nas coberturas, e ainda por ser um central goleador (marcou 8 golos esta época). Forte fisicamente, fez parte da selecção suíça em Londres 2012 e tem tudo para fazer uma carreira importante no panorama europeu.
Valentin Stocker (Basileia): Um dos rostos da Liga Suíça. Com uma qualidade individual assinalável, este extremo esquerdo, de 24 anos, destaca-se pelos muitos golos que marca, mas também pela influência que tem na equipa de Murat Yakin (leva 17 assistências no campeonato). Desequilibra, marca, assiste, ajuda na construção de jogo e é competente na ajuda defensiva. Típico jogador de faixa que trabalha para a equipa e cuja utilidade é pretendida por muitos clubes. Fez um percurso notável nos escalões jovens da selecção suíça e leva já 15 partidas pela equipa principal.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Ruben Silva

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