As 10 melhores transferências na Liga Zon-Sagres 2012-13

O final da temporada obriga a que se faça uma retrospectiva, destacando quem merece. No que diz respeito a contratações, o Visão de Mercado apresenta a lista com que, segundo os nossos critérios (qualidade-preço e impacto na equipa e no próprio campeonato), foram as melhores contratações na Liga ZON-Sagres em 2012-13. O Top 10 inclui elementos que já se tinham estreado na competição (como por exemplo Salvio e Lima), e centrou-se principalmente no impacto imediato das respectivas contratações (Ola John e Labyad podem ser figuras em 2013/2014, mas esta época não foram destaque). Depois do desafio que lançámos aos nossos leitores, (ler aqui), eis a nossa lista final:

1 - Jackson Martínez: Em termos de jogadores foi a principal figura do Porto campeão. As expectativas na sua contratação eram grandes e o facto de ter custado 8,8 milhões de euros trouxe alguma pressão inicial. No entanto, o colombiano provou ser um substituto à altura do seu compatriota Falcao, e não poderia ter colmatado melhor aquela que foi a principal lacuna dos dragões em 2011/2012 (Walter, Janko e Kléber não eram solução). Os 26 golos no campeonato (marcou de todas as maneiras possíveis) demonstram bem o impacto do ex-Jaguares, sendo que a sua potência, instinto e capacidade física, são características que fazem a diferença no nosso campeonato. Na retina desta excelente época de estreia ficam os golos de belo efeito que marcou, mas também os penáltis que não concretizou (podiam ter custado o título).
2 – Lima: Chegou para preencher a vaga deixada por Saviola, mas a sua importância na equipa foi completamente diferente daquela que estava a ser evidenciada pelo argentino. Já com experiência no nosso campeonato, o avançado brasileiro encaixou bem no esquema de Jorge Jesus (seja sozinho na frente ou formando dupla com Cardozo), foi o 5.º jogador mais utilizado do plantel, marcou 20 golos na Liga e assumiu-se como um dos rostos da equipa encarnada. A rapidez com que se impôs na Luz foi impressionante, isto porque a sua contratação – pela presença de Cardozo, Rodrigo, Kardec, Nélson Olveira, etc - não era propriamente vista como uma prioridade. Apesar de estar à beira dos 30 anos, o investimento de 4,5 milhões de euros – tendo em conta o seu rendimento imediato - acabou por ser vantajoso para as águias.
3 – Salvio: A contratação mais cara dos encarnados (13,5 milhões de euros no total) não desiludiu e voltou a pegar de estaca na equipa de Jesus, à semelhança do que tinha acontecido em 2010/2011, na altura por empréstimo. As suas características desequilibrantes de extremo puro (velocidade, técnica e verticalidade) fizeram dele um mais-valia para o emblema lisboeta (indiscutível no onze encarnado) e também para o futebol português. O seu regresso ao Benfica também não era visto como prioritário, em virtude das muitas opções de Jesus para as alas, mas a verdade é que o argentino fez uma excelente época e demonstrou, desde cedo, a tremenda influência (13 golos e 10 assistências) que tem no esquema encarnado.
4 – Éder: Grande contratação por parte dos arsenalistas. O avançado foi o escolhido para substituir Lima no ataque bracarense e o impacto na equipa de Peseiro foi notável. A sua presença física, poder de finalização e jogo aéreo encaixaram perfeitamente na estratégia minhota, e fizeram de Éder uma das melhores contratações da época (chegou a custo zero da Académica), relegando elementos como Carlão e Zé Luís para segundo plano. O Braga ressentiu-se, e de que maneira, da lesão do luso-guineense (levava 13 golos na Liga).
5 – Jefferson: Já tinha alinhado pelos canarinhos na 2.ª Liga (em 2010/2011 por empréstimo), mas foi este ano que provou todo o seu valor. Uma das revelações do campeonato, o lateral esquerdo foi pedra fundamental na temporada do Estoril e um dos principais responsáveis pelo apuramento para a Liga Europa. Exímio nas bolas paradas, Jefferson destacou-se pela profundidade que deu ao ataque (explorou os espaços deixados no flanco por parte de Licá) somou 4 golos no campeonato e, aos 24 anos depois de ter representado clubes como Fluminense e Palmeiras, está praticamente consumada a transferência para o Sporting.
6 – Paolo Hurtado: Um dos muitos elementos que saiu bastante valorizado com a época ao serviço do Paços de Ferreira. Chegou proveniente do Alianza Lima (mesma equipa que projectou Carrillo) por cerca de 400 mil euros e teve um papel fundamental no histórico ano da equipa de Paulo Fonseca. Evidenciou-se pelos desequilíbrios na faixa esquerda do ataque, mas fundamentalmente pela veia goleadora (marcou 8 golos), atirando Manuel José para o banco de suplentes. Presença regular na convocatória do Peru, Hurtado teve uma temporada de estreia muito boa, ainda que tenha perdido algum fulgor na parte final do campeonato.
7- Amido Baldé: Depois de algumas experiências falhadas no estrangeiro (Badajoz e Cercle Brugge), o possante avançado luso-guineense afirmou-se no futebol português, numa temporada fantástica para o Vit.Guimarães. Fundamental para Rui Vitória, Baldé aproveitou a revolução no plantel minhoto para cimentar a sua posição no onze inicial e as suas características fizeram a diferença. A força física e o poder no jogo aéreo impressionaram e fizeram dele uma das surpresas da prova, sendo que os 9 golos revelaram-se decisivos numa temporada que se previa difícil a nível financeiro, mas que acabou por ser tremenda do ponto de vista desportivo.
8 – Antunes: Regressou, renasceu e foi para o Málaga disputar a Champions. 19 jogos e 3 golos serviram para mostrar que ainda tem muito para dar ao futebol português, e teve a sua quota parte na excelente temporada do Paços de Ferreira. Conhecido pelo seu forte remate, destacou-se também pela sua competência nas tarefas defensivas (a sua passagem por Itália ajudou-o neste aspecto), ainda que o apoio ao ataque seja o seu ponto forte. Foi para o Málaga num negócio raro (empréstimo a um clube superior), no entanto é bastante provável que ainda possibilite um encaixe importante para os pacenses.
9 – Carlitos: O seu regresso ao Estoril – depois de experiências interessantes no Basileia e Hannover – foi uma decisão inteligente e fundamental para a época dos canarinhos. O extremo português, de 30 anos, foi bastante útil para o conjunto de Marco Silva, trazendo virtuosismo, qualidade técnica e experiência a uma equipa jovem. Aos 30 anos e com o contrato prestes a terminar, Carlitos relançou a carreira e será um dos muitos a abandonar os estorilistas, numa altura em que o clube da Linha vai ter muito trabalho para começar a preparar a prestação na Liga Europa.
10 – Evandro: Nem sempre devidamente valorizado, a verdade é que este médio brasileiro foi imprescindível na época estorilista e mais uma contratação com o carimbo da Traffic (tal como Jefferson) – detentor maioritário do clube. Realizou 30 jogos em todas as competições e formou um triângulo interessante com Gonçalo Santo e Carlos Eduardo. Destacou-se pela intensidade de jogo, equilíbrio, e também pelo critério ao fazer a ponte entre o ataque e o meio-campo. À semelhança de muitos elementos do Estoril, está a ser muito cobiçado, mas o facto de os canarinhos se terem qualificado para a Liga Europa poderá convencer o centrocampista de 26 anos a permanecer no emblema estorilista.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Ruben Silva

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