Quando o dinheiro não é tudo; Os 450 milhões que o Real investiu foram insuficientes para derrotar o Dortmund (11 de Klopp custou "apenas" 40 milhões)

A vitória do Borussia Dortmund sobre o Real Madrid por números tão expressivos pode ser considerada uma surpresa para os menos atentos, mas valoriza essencialmente não só o excelente trabalho nível técnico e táctico de Jürgen Klopp, como acaba por ser um exemplo na ditadura do dinheiro que monopoliza neste momento o futebol mundial. Se analisarmos o valor das contratações do onze alemão que alinhou no Signal Iduna Park e as compararmos com as do onze merengue, a diferença é abismal! Os 40 milhões que foram investidos pelos alemães (quase o que custou Modric...) estão bem distantes dos 450 milhões que foram gastos pelos espanhóis em contratações e espelham a diferença de mentalidades entre os dois emblemas. É facilmente visível que a política dos dois clubes é totalmente antagónica: enquanto o Real compra jogadores feitos e investe somas exorbitantes, o Dortmund aposta em jovens e potencia-os, bem diferente de os formar. Se olharmos para o 11 de Klopp, apenas Götze fez a formação completa no Borussia. Reus foi repescado, Schmelzer apenas chegou aos 17 anos e os restantes foram contratados ainda muito jovens. Mas ao contrário do que seria lógico, foi o conjunto alemão a superiorizar-se (e de maneira evidente) ao colosso espanhol. Aliás, independentemente do encontro da 1ª mão das meias finais da Liga dos Campeões, os resultados do modelo prático, eficiente do Dortmund e onde impera a visão de mercado estão à vista: títulos, bom futebol e o estatuto de única equipa que ainda não perdeu nesta edição da LC. É caso para dizer: o dinheiro não é mesmo tudo.

Vamos então aos números, começando pelas estrelas: Cristiano Ronaldo é a contratação mais cara da história do futebol, tendo custado 94 milhões de euros; Reus, que passou pela formação do clube, custou 18 milhões de euros e foi o jogador que obrigou a um investimento maior por parte do Borussia. Hummels, Gundögan e Lewandowski, juntos, custaram pouco mais de 13 milhões de euros, o mesmo que Higuain, jogador mais barato do 11 do Real. Olhando para os guarda-redes, Diego López foi contratado por 3,5 milhões, enquanto que Weidenfeller chegou ao Borussia a custo zero. Schmelzer pode ser considerado da formação, ao passo que Coentrão custou, inexplicavelmente, 30 milhões de euros; Ramos foi adquirido por 27 milhões, Piszczek veio do Hertha a custo zero. Ao nível de centrais, o valor das contratações de Subotic e Hummels é muito pouco quando comparado com os 10 milhões que custou Varane e os 30 que custou Pepe. No meio campo, Khedira (15 milhões) e Xabi (34 milhões) obrigaram a investimentos avultados, ao contrário do jovem Bender e de Kuba. Götze é a maior figura da formação do Borussia; Özil custou 15 milhões. Contando ainda com os suplentes, Kaká custou 65 milhões de euros, Di Maria 24 milhões e Benzema 40 milhões. Klopp lançou Kehl, Schieber e Grosskreutz, jogadores cujo valor da contratação não é significativo. 

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