Hat-trick de Wolfswinkel em Braga deixa o Sporting mais perto dos lugares europeus; Bruno de Carvalho entrou com o "pé direito" e viu do banco o clube leonino derrotar os gverreiros com apenas 10 elementos (o futuro avançado do Norwich fez o 3-2 já nos descontos e chegou aos 42 golos pelos verde e brancos); Minhotos com a derrota descem ao 4º lugar

Sp. Braga 2-3 Sporting  (Elderson 25' e Carlão 35'; Wolfswinkel 8', 28' e 90'+1)

Muito Wolfswinkel, a sorte que faltou em outros encontros (efeito Bruno de Carvalho?) e uma boa 1ª parte garantiram ao Sporting 3 importantes pontos na corrida pela Liga Europa. O novo presidente leonino entrou com o "pé direito" e viu o futuro avançado do Norwich (o VM sempre destacou a sua qualidade e a falta que vai fazer aos leões) realizar uma partida de sonho (costuma ser feliz frente aos minhotos): 3 golos à "ponta-de-lança", uma bola na barra e várias acções de bom nível. Já o Braga, que foi claramente mais forte na 2ª parte (o resultado é injusto considerando o domínio minhoto) sofreu um duro revés na luta pela LC (desceu ao 4º lugar) e perdeu 3 importantes pontos numa fase decisiva (na próxima semana os gverreiros vão ao Dragão). A super-exibição de Wolfwinkel, a expulsão de Joãozinho (curiosamente os leões melhoraram quando passaram a jogar com 10), as boas prestações de Carlão, Viana e Mossoró (o médio brasileiro apenas a espaços, mas quando apareceu emprestou muita criatividade ao jogo), e as prestações menos conseguidas de Patrício (devia ter feito melhor nos 2 golos bracarenses), Rinaudo, Joãozinho, Hélder Barbosa e praticamente toda a defensiva minhota (sem categoria para um clube que quer estar na LC) foram os grandes destaques da partida.

Contra a corrente do jogo. Sporting foi mais forte no 1º tempo, chegou cedo à vantagem, pressionou alto e numa fase em que tinha o encontro dominado por duas vezes deixou-se empatar. E na 2ª parte igual o Braga muito superior, mais ataques, mais remates, mais cantos, um domínio quase total (algumas oportunidades para chegar à vantagem), mas quando nada o fazia prever e já nos descontos numa transição Wolfswinkel fez o 3-2. Um resultado que premeia a boa atitude dos leões (jogaram os últimos 20m com 10, mas nesse período aumentaram muito a qualidade ao nível da decisão, e a transição que deu o 3-2 foi a tradução dessa melhoria) e castiga a prestação/ineficácia do Braga (1º tempo a passo sem agressividade, 2ª parte de domínio mas Mossoró, Carlão, Elderson e João Pedro acabaram por desperdiçar boas situações).

Destaques

Bruno de Carvalho - Uma presença "à antiga", no banco ao lado do treinador. Nesta década, aliás neste século tem sido uma raridade. Veremos se é para manter. Mas a destacar mesmo (a equipa não melhorou/nem piorou com isso, apenas teve mais sorte) é a entrada com o pé direito: uma vitória importante numa fase decisiva que deixa os leões mais perto do objectivo mínimo.

Sp. Braga - Resultado muito negativo. Pela derrota (os leões estão perfeitamente ao alcance dos minhotos), descida ao 4º lugar (a 2 pontos do Paços) e calendário (nos 6 jogos que faltam disputar os gverreiros actuam 4 vezes fora do AXA e a próxima jornada é já no Dragão. O conjunto de Peseiro (principalmente considerando o momento do Sporting) há muito devia ter garantido um lugar entre os 3 primeiros, essa meta ainda é perfeitamente possível mas já são demasiados deslizes.

Jesualdo Ferreira  - Caso não consigam um determinado treinador no final da época torna-se vital que a nova direcção leonina mantenha JF na próxima temporada (seria uma asneira tremenda entregar esta equipa a Inácio). Já errou, teve culpas em alguns desaires, mas hoje parte do mérito da vitória do Sporting foi seu (os leões anularam o Braga na 1ª parte e no 2º tempo as alterações que fez melhoraram muito a equipa leonina, não só em termos de qualidade como demonstraram que apesar da desvantagem numérica o Sporting queria vencer). Além disso é notória a importância que tem tido na evolução de alguns aspectos, não só directamente nos jogadores mas igualmente na mentalidade.

José Peseiro - As lesões tem limitado a equipa mas não explicam tudo. Colocar Palmeira e Aderlan frente ao Sporting não podia dar resultado (teria sido preferível meter Custódio a central e Mauro no meio campo), continua a faltar velocidade no momento ofensivo (João Pedro fez falta na 1ª parte) e a maneira como reagiu à expulsão de Joãozinho foi errada (Zé Luis devia ter entrado mais cedo).

Wolfswinkel - A atitude e profissionalismo habitual com uma eficácia diferente (mesmo assim já leva 42 golos em menos de duas épocas pelos leões). Dois golos de cabeça, outro com um remate forte, em três lances em que a leitura de jogo, qualidade na movimentação e capacidade de aparecer no espaço fez a diferença. De longe a grande figura da partida (ainda podia ter feito um póquer mas a barra impediu o holandês de fazer história pelos leões), e a provar mais uma vez que a sua venda foi precipitada.

Hugo Viana/Carlão/Mossoró - O português comandou o meio campo e desde que assumiu o jogo na 2ª parte só deu Braga; o avançado brasileiro foi a grande figura do Braga com um golo de cabeça e uma assistência (além disso criou muitas dificuldades à defensiva leonina); enquanto que o médio espalhou técnica e desequilibrou em vários lances (podia ter marcado por duas vezes mas não foi feliz na finalização).

Sporting - Patrício realizou a 2ª pior exibição da época (devia ter feito melhor nos 2 golos do Braga); Cédric foi o mais competente na defesa leonina (e ainda foi decisivo com a assistência para o 3-2); Joãozinho cometeu muitas falhas defensivas e esteve desastrado ofensivamente; Rinaudo esticou a passadeira no 1-1 do Braga e foi ultrapassado diversas vezes facilmente; Dier entrou bem na partida, mas esteve menos em jogo que tem sido habitual; André Martins foi decisivo nos primeiros 35m (fez uma assistência e a sua capacidade de pressão anulou por completo a 1ª fase de construção do Braga) mas desapareceu demasiado cedo do encontro (curiosamente desde que perdeu "gás" os leões perderam "força"); Capel apesar da assistência voltou a estar muito apagado, Labyad também foi uma presença ausente; Bruma deu outra agressividade às alas, Jeffren qualidade na posse (muita técnica, pouca atitude) enquanto que Adrien acrescentou o que A. Martins não conseguiu no 2º tempo (transporte de bola, deu linhas de passe e jogou mais perto de Wolfswinkel).

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