12 mil pessoas no Chaves-Ribeirão, 10 mil no Farense-Leiria - que este apoio tenha continuidade! Clubes regionais fortes só ajudam na evolução do futebol português

Se o futebol português continuar a ter o apoio dividido por apenas 4/5 equipas está condenado. Faz falta que os clubes regionais tenham uma força maior, à semelhança do que acontece no resto da Europa (Portugal é o único país onde as pessoas só manifestam interesse por determinados emblemas), só assim as equipas podem crescer, ser competitivas e principalmente ter sustentabilidade a nível financeiro. É urgente recuperar a paixão que existia nos anos 70/80/princípios de 90 em determinadas cidades, para que o espectáculo dentro e fora de campo ganhe outra "vida". 

Este fim-de-semana promete ficar marcado por grandes enchentes por todo o país, uma vez que se decidem os campeonatos da II divisão. A Norte, mais precisamente em Trás-os-Montes, o Chaves e o Ribeirão protagonizam um duelo decisivo na luta pela subida de divisão e, claro, os seus adeptos não vão deixar de apoiar as respectivas equipas. Prevê-se casa cheia no Estádio Municipal Eng.Manuel Branco Teixeira, com capacidade para 12 mil pessoas, sendo que pelas perspectivas, 1200 pessoas vão apoiar os visitantes (apesar da proximidade, não deixa de ser um excelente número). No Sul, na capital do Algarve, o Farense recebe a União de Leiria no São Luís com 1 ponto de vantagem sobre o Mafra. Os algarvios costumam ter uma excelente média de adeptos a assistir aos jogos, uma claque organizada barulhenta e, naturalmente, vão encher o estádio à procura de festejar a subida de divisão. Mas não só nestas cidades haverá muita gente a assistir aos jogos. Em Viseu, o Académico já é campeão e vai ter a oportunidade de festejar o título perante os seus adeptos no Estádio do Fontelo. Finalmente, em Mafra, também é prevista casa cheia, uma vez que o clube local ainda tem hipóteses de subir à Liga de Honra na recepção ao Sertanense. Como é natural, estes clubes não têm estas assistências em todos os jogos e isto explica-se pelo facto de estarem a lutar pela subida de divisão. Mas não podemos esquecer que muitos dos clubes da primeira e da segunda liga têm médias de assistência muito baixas e foram poucos os que atingiram estes números.

Um bom exemplo, um sinal de esperança em relação ao panorama actual do futebol português (estádios vazios e pouca paixão, à excepção do que diz respeito aos "grandes), mas era importante que este apoio não fosse circunstancial e tenha uma continuidade. A verdade, é que observando os casos do Chaves e Farense, pela influência que tem nas respectivas regiões e massa adepta que os apoia, estão criadas as condições para essa continuidade. Veremos se haverá uma evolução e principalmente se esta "onda" irá  ser uma espécie de ponto de partida para fazer regressar aquela paixão que existia em torno de determinados clubes em décadas passadas.

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