Selecção Nacional: Que futuro?

Desde o Mundial 98 que Portugal não falha uma grande competição. A nossa selecção tem-nos habituado a marcar presença nas fases finais dos principais torneios, acumulando bons resultados que agora todos nós queremos ver repetidos. Depois de sermos finalistas do Euro 2004, onde criámos um "estádio" com 10 milhões de adeptos, depois da excelente campanha no Mundial 2006, encontramo-nos agora numa situação complicada em termos de apuramento para o Mundial do Brasil. 

O cenário é dramático (até o 2º lugar pode não chegar), mas curiosamente mais do que o treinador discute-se a "matéria-prima" e o futuro. Sabemos que jogadores portugueses de qualidade não abundam, sabemos também que as convocatórias têm deixado muitos adeptos (nos quais me incluo) desgostosos e apreensivos (é injusto para elementos como Manuel Fernandes ou Hugo Viana ficarem de fora), mas será assim tão sombrio o futuro da nossa Seleção? A maioria dos convocados está no pico da carreira (não temos nenhum jogador no 11 com menos de 25 anos e quase todos estão a entrar na casa dos 30), pelo que é necessário uma renovação que permita continuar a marcar presença nas principais competições, deixando-nos orgulhosos. 

Falemos do futuro…

A actual geração sub-21 é muito fraca, como se tem verificado pelos últimos resultados, e mesmo o elenco que há 2 anos esteve na final do Mundial sub-20 é algo limitado (80% dos jogadores dificilmente vão ser mais-valias para a selecção principal). A grande esperança dos portugueses é mesmo a geração de 93/94. Talento e quantidade. 22 Anos depois da "Geração de Ouro" do futebol português teremos outra grande geração de jogadores presentes num Mundial Sub-20 (já no próximo Verão na Turquia): Tiago Ilori, João Cancelo, Tiago Ferreira, Esgaio, André Gomes, João Mário, Tozé, Bruma, Ivan Cavaleiro, Agostinho Cá, Ricardo, Edgar Iê, entre outros, podem fazer um brilharete nesta competição. No entanto, o que importa destacar é que, independentemente do que façam nesta prova (não são favoritos), a maioria tem qualidade para no futuro marcar presença na equipa principal. Não só pelo potencial que apresentam, mas igualmente pelo leque de opções (o grupo ao contrário do que acontecia com outras fornadas não está restrito a 2 ou 3 extremos). Cancelo tem tudo para se afirmar na lateral direita no futebol português; Iê, Ilori e Tiago Ferreira são centrais com qualidade; Agostinho Cá, André Gomes e João Mário são médios até com um perfil que faz falta à selecção AA, e extremos como Ricardo e Bruma tem tudo para vingar. Não ignorando igualmente o que podem acrescentar Esgaio, Tozé, Elton Monteiro, Ivan, Aladje, Tobias Figueiredo, Fábio Cardoso, entre outros. Muitos têm beneficiado com a criação das equipas B, não só porque lhes permite ter minutos, mas também porque lhes dá a hipótese de marcar presença na equipa principal dos respectivos clubes, esperemos é que, para bem do futebol português, à semelhança do que aconteceu com a geração de 1991, esta aposta não seja fugaz e que tenham espaço de maneira efectiva - só assim se podem afirmar. O futebol português não só agradece, como o futuro da selecção será certamente mais risonho.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): André Pinheiro

Etiquetas: