O dilema de Yaya Touré

Yaya Touré é dos médios centro mais completos do futebol mundial. O grande contributo na conquista da Premier League, na época transacta, pelos citizens confirmou ainda mais esse rótulo. Contudo, à beira dos 30 anos, o costa-marfinense vive um grande dilema na sua carreira. Posta de parte a permanência no Manchester City, o centrocampista prepara-se para enfrentar um novo desafio. Permanecer no top (Real Madrid e Chelsea podem ser opção) ou optar por fazer um bom contrato e baixar a competitividade (Rússia e Turquia parecem os ser os destinos ideais dos trintões), parece ser a grande interrogação.

Não é o médio mais mediático do mundo (Pirlo e Xavi são dos mais populares), mas é dos jogadores que qualquer técnico pretende na sua equipa. Polivalente e, sobretudo, muito trabalhador, o costa-marfinense "modificou" o seu jogo quando passou a ser orientado por Roberto Mancini. Na catalunha, quer com Frank Rijkaard quer com Guardiola, foi sempre utilizado a trinco, função onde se destacava pela capacidade física e cultura táctica. Contudo, foi ao serviço do emblema inglês que "explodiu" e mostrou todas as suas capacidades. A jogar mais adiantado, muitas vezes até atrás do avançado (na posição 10), demonstrou ser capaz de dominar todo o meio-campo. A sua permanência no clube de Manchester, no entanto, está posta em causa.

Apesar de ter contrato com os citizens até Junho de 2015, é praticamente certa a saída do centrocampista africano no próximo mercado de transferências. A questão, segundo o seu empresário, não se trata de dinheiro – até porque Touré é dos mais bem pagos do Mundo (aufere cerca de 13 milhões de euros anuais) -, mas sim de encontrar um novo desafio para o médio. É aqui que se encontra o grande dilema. Yaya Touré, que assinou pelos citizens, em 2010, a troco de 30 milhões de euros, tem duas vias de prosseguir a sua carreira: Muda-se para outro clube de topo e continua ao mais alto nível (PSG, Chelsea e Real Madrid estão interessados) ou opta por baixar a competitividade e assina um bom contrato num emblema de leste (Anzhi está atento à situação do médio). Este último cenário é muito comum entre os jogadores africanos. Ao chegarem aos 30, afastam-se da ribalta e procuram o último contrato da carreira. Vejamos os exemplos de Samuel Eto'o (trocou o Inter pelo Anzhi), Didier Drogba (assinou pelo Shanghai Shenhua e agora pelo Galatasaray), Asamoah Gyan (está no Al Ain dos Emirados) ou Seydou Keita (abandonou o Barça e rumou ao Dalian Aerbin da China), que preferiram acabar as suas carreiras em campeonatos de menor visibilidade.

Resta esperar pela decisão de Yaya Touré, sabendo que será, indubitavelmente, um dos craques que vai agitar, e de que maneira, o próximo mercado de transferências. Por onde passa o futuro do médio costa-marfinense? Como se explica a tendência dos jogadores africanos em sair tão cedo da ribalta?

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Ruben Silva

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