Braga elimina o Benfica nas grandes penalidades e está na final da Taça da Liga; Gverreiros foram superiores e justificaram o apuramento; Jesus rodou a equipa e sofreu o 1º desaire interno em 2012-13

Sp. Braga 0-0 Benfica (3-2 nas g.p.)

O Braga chegou pela 1ª vez à final da Taça da Liga depois de ter eliminado o Benfica, tetra vencedor do troféu, nas grandes penalidades. Os gverreiros foram superiores (principalmente na 1ª parte), desde o 1º minuto (até pelo 11 inicial) demonstraram que este encontro tinha uma importância extra e apesar de ter sido apenas nas g.p. (Quim foi o herói dos minhotos) justificaram o triunfo. Já as águias, com um misto de titulares e menos utilizados (Jesus deixou Matic, Salvio e Lima em Lisboa e apostou em elementos como Roderick e Urreta), raramente conseguiram impor o seu futebol, e apesar de Rodrigo ter desperdiçado as duas melhores oportunidades do encontro, nunca fizeram por alcançar outro resultado (algumas transições, mas zero domínio e não fosse a excelente exibição de Artur o encontro até podia ter ficado resolvido durante os 90m). Peseiro e Salvador tem assim a oportunidade de finalmente marcar o seu nome na história do futebol português com a conquista de um título (ambos há muito o desejam), já JJ perde pela 1ª vez para esta competição desde que é técnico dos encarnados e sofre igualmente o 1º desaire interno esta época (e por culpa própria, com o 11 inicial que apresentou, as substituições que fez e a decisão em relação aos marcadores das grandes penalidades, dificilmente podia ter ocorrido outro resultado).

No que diz respeito à partida, o Benfica entrou melhor, logo a abrir numa transição rápida Rodrigo atirou à barra, mas depois só deu Braga. Os minhotos passaram a dominar a partida, foram mais intensos, estiveram por cima dos encarnados, foram acumulando boas situações ofensivas (Mossoró por duas vezes e Custódio principalmente), e ao intervalo o nulo era injusto para os gverreiros. O início do 2º tempo foi uma fotocópia do da 1ª parte, com Rodrigo de cabeça a desperdiçar uma excelente oportunidade. O conjunto de Peseiro respondeu, mas nunca conseguiu superar Artur (a grande figura do encontro). Com o passar dos minutos, e apesar do maior brilho que Aimar deu ao futebol encarnado, o jogo foi perdendo qualidade (muitos passes errados). Já nas grandes penalidades, depois de Artur defender um remate de Alan quem brilhou foi Quim, com defesas aos penaltis de Luisão e Gaitán (Roderick nem acertou na baliza), colocando assim o Braga na final. Em suma, uma vitória justa da equipa que teve mais posse, mais remates (mais do triplo) e mais vontade.

Destaques

Jorge Jesus - Não se pode condenar a ideia de impor alguma rotatividade (esta sempre foi a prova menos importante), e até se aceita. Já não se compreende é a enorme passividade demonstrada pelos encarnados, a equipa foi pouco intensa, esteve sempre na expectativa e a presença de 3/4 elementos menos utilizados não pode ser desculpa. Por outro lado a aposta em Roderick (mau demais), as substituições que efectuou (Martins e Urreta deviam ter saído mais cedo, e desde o banco nunca houve uma demonstração de ambição...podia ter dado mais minutos a Ola John e até ter colocado Maxi, subindo André Almeida para o meio campo), e a decisão que teve em relação aos marcadores das grandes penalidades (foi estranho ver Luisão e Roderick em vez de Aimar por exemplo), foram erros evidentes e que resultaram (embora não tenha sido durante os 90m) no 1º desaire interno esta época.

José Peseiro - Criticado pelos próprios adeptos, sempre maltratado pelos seus sucessivos deslizes (até pelo próprio VM), a verdade é que, quando pouco o fazia prever (e apesar de não apagar as derrotas na Taça e LC), ainda pode fazer esta época um brilharete, conseguindo o 3º lugar e principalmente dando a Salvador o troféu interno que há muito deseja. Hoje, os minhotos foram superiores, anularam como poucas equipas tem feito o Benfica e justificaram em pleno a vitória, mérito de JC e da maneira como encarou o encontro (Mossoró na esquerda foi uma opção inteligente).

Artur/Quim - Foram as grandes figuras do encontro. O minhoto travou Rodrigo na melhor oportunidade oportunidade do Benfica e depois foi o herói do Braga nas grandes penalidades; já o brasileiro com várias defesas de bom nível foi adiando o golo dos gverreiros.

Melgarejo - O paraguaio parece querer contrariar a lógica. No princípio da época, menos adaptado a esta nova função, fez super-exibições e sempre a demonstrar uma enorme competência (não só ofensivamente mas, principalmente em termos defensivos). Agora, talvez fruto de algum excesso de confiança, tem somado erros e falhas de concentração. Hoje foram vários os lapsos, tanto de posicionamento como de abordagem.

Amorim/Mossoró - Boas exibições. O português emprestou sempre um grande critério às acções dos minhotos, já o brasileiro foi sempre o elemento mais perigoso do Braga enquanto esteve em campo.

Roderick/Urreta - Duas nulidades. O médio defensivo (já não é a 1ª vez este ano que JJ faz esta adaptação) esteve completamente perdido em campo. Falhou em termos tácticos, nada acrescentou na 1ª fase de construção e foi sempre facilmente ultrapassado (Jesus já fez alguns milagres, mas este português é um caso perdido); por sua vez, e ao contrário do que aconteceu nos últimos jogos, o uruguaio nada acrescentou no corredor direito.

Hugo Viana - Uma das melhores partidas nos últimos tempos. Sempre a dar uma linha de passe, deu-se ao jogo, teve alguns apontamentos técnicos interessantes e ajudou o Braga a dominar o meio campo.

Carlos Martins/Rodrigo - Estranhamos no princípio da época as razões que levaram o Benfica a renovar o contrato do médio até 2016. É que nada o justifica. Constantemente lesionado, não consegue dar um rendimento aceitável durante os 90m, e hoje (como tem acontecido ultimamente) com muitos passes errados (enganou bem os responsáveis encarnados com a pré-época que fez); por sua vez, o espanhol justificou porque tem jogado pouco. Continua a ser na nossa opinião o jogador do Benfica com mais valor de mercado (diferente de ser o melhor), mas está num mau momento. É menos intenso, e em termos de movimentações mais fraco que Lima, e hoje foi extremamente perdulário na finalização. Veremos como esta má fase o vai afectar (ele que depois daquele jogo contra o Zenit nunca mais foi o mesmo), é que o seu excesso de individualismo agora com esta necessidade de se mostrar para voltar a ganhar um lugar, tem tendência a prejudicá-lo.

Etiquetas: , ,