Vit. Guimarães empata em Alvalade e interrompe ciclo positivo do Sporting; Leões fizeram uma boa 1ª parte, mas no 2º tempo voltaram a evidenciar as enormes limitações em termos ofensivos (equipa leonina praticamente não cria oportunidades de golo, Capel atrasa e decide mal 90% das jogadas, e a falta de confiança e capacidade física afecta claramente o discernimento dos jogadores)

Sporting 1-1 Vit. Guimarães (Wolfswinkel 55´; Xandão 52' p.b.)

O Sporting evidenciou as razões de apresentar um dos piores ataques da Liga e não foi além de um empate na recepção ao Vit. Guimarães. Jesualdo perdeu assim os primeiros pontos desde que assumiu o comando técnico do clube leonino, já os vimaranenses (com um trio de ataque "made in Alcochete") deram continuidade ao bom campeonato que estão a realizar e mesmo com várias contrariedades (a todos os níveis) voltaram a demonstrar que tem potencial. Rinaudo encheu o campo, Wolfswinkel teve muita "arte" no golo do empate, Baldé foi uma dor de cabeça para a defensiva leonina, Ricardo acrescentou qualidade às acções dos vimaranenses, mas a chave do encontro acabou por ser Carrillo. Enquanto teve forças (na 1ª parte), os leões criaram inúmeras situações ofensivas (mas só uma e a sair dos próprios pés do peruano com uma remate à barra depois de uma arrancada impressionante, a ser uma verdadeira oportunidade de golo), no 2º tempo "La Culebra" apagou-se fisicamente, começou a aparecer Capel e a capacidade de criar algo ofensivamente por parte do clube leonino acabou (o espanhol não deu sequência a nenhuma jogada, agarrou-se em demasia à bola, não respeitou as movimentações dos médios e laterais e tudo isso a juntar à evidente falta de confiança e capacidade física do elenco leonino - notório nos últimos 25 minutos - matou por completo um Sporting, que pelo que fez no 1º tempo até merecia outro resultado).

No que diz respeito ao encontro. O Sporting entrou com tudo, teve dinâmica, velocidade na circulação e recuperação da bola, alguma intensidade, mas depois no último terço faltou sempre algo (muitos cruzamentos, cantos) e apenas uma verdadeira oportunidade de golo no 1º tempo (Carrillo depois de uma arrancada impressionante atirou à barra). Por sua vez, o Vitória que pareceu algo intimidado com a agressividade positiva dos leões, apenas respondeu ao poderio leonino com um remate perigoso de Ricardo em cima do intervalo. Mas na 2ª parte tudo mudou. Os vimaranenses entraram melhor, mais confiantes e chegaram mesmo à vantagem devido um auto-golo de Xandão. O Sporting conseguiu reagir e empatou praticamente a seguir, com uma espécie de calcanhar de Wolfswinkel. Insatisfeito com o empate, Jesualdo mexeu na equipa, mas as substituições nada acrescentaram ao jogo dos leões. A equipa leonina tinha deixado tudo no 1º tempo, e à excepção de dois lances já nos descontos (um cabeceamento ao lado de Wolfswinkel e um remate de Jeffren) nunca demonstrou capacidade para desequilibrar, criar oportunidades e principalmente inverter o resultado.

Destaques

Jesualdo - O Sporting é mais dinâmico e agressivo (no bom sentido), está mais seguro defensivamente, e até apresenta outro volume ofensivo, o problema é que esse caudal quase sempre resulta em nada. As bolas paradas não causam perigo, os extremos decidem quase sempre mal, os médios não apoiam Wolfswinkel, e os leões acabam as partidas praticamente sem criar oportunidades claras de golo (hoje Douglas não foi testado a sério), o que para uma equipa "grande" (ainda para mais a jogar em casa frente a uma adversário claramente debilitado) é inadmissível. Mas isto tem sido o espelho do clube leonino em 2012-13, e também por isso o Sporting é um dos piores ataques da prova (menos 20 golos marcados que Braga e Porto, e menos 26 que o Benfica). JF tem muito trabalho pela frente, mas com a falta de maturidade competitiva de todo o elenco e o baixo q.i. futebolístico da maior parte dos jogadores, a tarefa está logo à partida recheada de obstáculos.

Vit. Guimarães - Mais uma exibição personalizada e positiva (principalmente tendo em conta as limitações). Douglas quando foi chamado a intervir disse presente; Freire e Paulo Oliveira (principalmente na 2ª parte) estiveram seguros defensivamente; e o trio de ataque permitiu (Ricardo, Marco Matias e Baldé, curiosamente passaram os 3 pela formação do Sporting) sempre ter alguma bola no meio campo adversário e "respirar". Baldé (um projecto de Éder pela maneira como desgasta as defesas com a sua capacidade física) foi decisivo na estratégia do Vitória, Marco Matias esteve no golo vimaranense, e Ricardo nos lances mais perigosos.

Joãozinho - Estreia positiva. Deu muita profundidade na 1ª parte e esteve seguro defensivamente. Na 2ª parte, foi perdendo (à semelhança do resto da equipa) alguma clarividência nas suas acções.

Boulahrouz/Xandão - O Sporting tem 4 dias para vender o holandês. Hoje até foi um dos melhores na 1ª parte (altura em que saiu por lesão), mas só um clube muito rico pode ter no plantel um elemento que se lesiona em cada 3 jogos (já sem contar com os penaltis que cometeu e as vezes que foi expulso esta época); No que diz respeito ao brasileiro (que apesar do auto-golo esteve seguro na defesa), a sua utilização é surpreendente. Está em Alvalade por empréstimo, não deve ficar no final da época e como tal, não se percebe esta necessidade de valorizar um activo que nada vai dar aos leões financeiramente (e sim, nesta fase isso é que deve ser mais importante para o clube leonino, pois desportivamente a época está perdida).

Rinaudo/Miguel Lopes - As duas melhores unidades do Sporting. O argentino encheu o campo, esteve forte na recuperação da bola e até foi um dos que definiu melhor ao nível do passe; já o lateral deu muita profundidade no seu corredor (o problema é que as suas acções nunca foram respeitadas por Capel) e ainda fez a assistência.

Adrien/Labyad - Ao contrário das partidas anteriores, acrescentaram pouco ao meio campo leonino.

Wolfswinkel/Carrillo - O holandês voltou a demonstrar que o Sporting depende dele e marcou com arte; já o peruano (um talento muito acima da média) enquanto teve forças, desequilibrou, podia até ter marcado, ajudou defensivamente e foi um dos melhores, quando se apagou os leões desapareceram.

Capel - 1ª parte razoável, a combinar bem com Joãozinho mas a fazer uma dezena de cruzamentos sem direcção. No 2º tempo bloqueou por completo o processo ofensivo do Sporting. O espanhol é tudo aquilo que não deve ser um jogador de futebol: não tem visão de jogo, cruza mal, decide ainda pior, atrasa 90% das jogadas, não respeita o movimento do lateral e até parece mais interessado em ganhar faltas do que esticar o jogo dos leões. Devido às suas limitações deve ter pouco mercado, mas caso tenha algum, é sem dúvida um elemento que o Sporting devia vender até 31 de Janeiro.

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