Rugby – Epílogo de 2012 e Antevisão de 2013

2012 foi um ano um pouco mais morno que o anterior para os amantes do rugby, algo natural devido a ser o ano da ressaca do Rugby World Cup 2011, mas ainda assim, foi apenas mais morno para os menos atentos, pois vários foram os fatores de interesse para aqueles que seguem a modalidade com paixão. O novo torneio das 4 nações com a Argentina a juntar-se aos três tubarões Austrália, África do Sul e Nova Zelândia foi a grande referência internacional do ano que antecede vários jogos decisivos de apuramento para o mundial 2015 e preparação para os jogos Olímpicos de 2016, que com a inclusão do rugby de sete na competição, deixa todas as grandes nações com enorme vontade de se apurarem e conquistarem a primeira edição desta nova modalidade olímpica, competição onde os nossos lobos comandados Frederico Sousa têm natural aspiração a elevar o nome do nosso país, numa modalidade em que somos bastante respeitados.

Começando então de dentro para fora, no nosso campeonato nacional, o CDUL voltou a conquistar o título e em grande estilo, após um jejum de mais de duas décadas. Os universitários venceram na final do campeonato uma equipa de Agronomia que mais uma vez voltou a vacilar no jogo decisivo do ano e deixou assim escapar a hipótese de levar para a Tapada mais um título nacional, isto apesar de ter liderado a fase regular do campeonato durante grande parte da competição. O CDUL foi um justíssimo campeão, pois praticou um elevado nível de rugby durante toda a época e principalmente nos jogos decisivos. Esta equipa prima acima de tudo pela sua enorme velocidade e técnica, fazendo das transições ofensivas o seu ponte forte, já Agronomia, com uma defesa compacta e recheada de jovens com uma enorme alma e coração, foi vice-campeã e venceu pela quarta vez consecutiva a taça de Portugal. Menção honrosa para a Académica que com uma equipa com bastantes jogadores experientes perdeu dignamente no regresso à final de uma grande competição. No panorama internacional, o País de Gales foi o grande destaque europeu do ano, ao vencer o torneio das 6 nações após vencer os 5 jogos em disputa, algo que foi amplamente merecido após o grande mundial que realizaram no ano anterior que fez com que os galeses caíssem, na meia-final, aos pés dos franceses de forma injusta. Justiça feita em 2012 e o País de Gales venceu a competição sem espaço para dúvidas. Quanto ao reformulado torneio das 4 nações, a Nova Zelândia venceu sem grande surpresa a competição após ter dominado com relativa tranquilidade, deixando sempre a ideia que são bastante superiores, até sem ter que dar tudo por tudo em campo, e após vencer o campeonato do mundo, venceram assim esta nova competição. De referir que a Argentina lutou honrosamente contra estas grandes equipas e justificou plenamente a sua entrada na competição. No panorama das equipas nacionais, em 2012 os lobos tiveram alguns jogos e estágios de preparação para o apuramento para o campeonato do mundo. Os resultados não têm sido os melhores mas também se têm feito várias experiências e há vários jogadores novos prontos para se integrarem. Quanto aos sevens, após vencerem o Algarve rugby sevens, apuraram-se para o mundial em 2013 e reúnem agora forças, após boa participação no circuito mundial, para se prepararem para a competição e para os jogos olímpicos. Os sevens recebem agora e cada vez mais, incentivos para a tentativa de nos tornarmos numa potência mundial. Em grande destaque está o lobo Pedro Leal que recentemente foi eleito o 14º melhor jogador do mundo na modalidade de sevens. Parabéns ao Pedro por um feito que bastante honra e orgulho trás não só à modalidade mas a todo o país. Por outro lado e pela negativa, José Ricardo Sequeira, treinador e jogador com muitos anos de ligação ao mais alto nível do Rugby nacional, faleceu no passado dia 24, após doença fulminante. Para toda a sua família e amigos, os mais sinceros sentimentos e que descanse em paz.

2013
Para o próximo ano começa o apuramento para o campeonato do mundo, e Portugal aspira a conquistar mais uma vez o histórico apuramento, algo que apenas será conseguido com muito esforço e dedicação por parte dos nossos atletas, mas todos têm que ter fé que mais uma vez, os Lobos podem vir a estar nas bocas do mundo. No panorama internacional mais dois torneios para seguir atentamente, o 4 e 6 nações, com grandes jogos em perspectiva para todos os que amam a modalidade. Força Lobos!

Balanço de 2012? Prognósticos para 2013?

Visão do Leitor: Francisco Paiva

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