Natação - Epílogo de 2012 e Antevisão de 2013

O ano de 2012 teve como protagonista Michael Phelps. O super nadador norte americano colocou um ponto final na sua brilhante carreira, tornando-se o atleta com o maior número de medalhas conquistadas na história das Olimpíadas (22 no total, sendo que 18 foram de ouro). Não efectuou uns Jogos Olímpicos assombrosos como os de Pequim, em 2008, mas foram 4 de ouro, e 2 de prata, as medalhas por si conquistadas. Nesta mesma competição, vários outros nadadores merecem referência, tais como Yannick Agnel (que prova nos 200 metros livres!), ou Cameron van der Burgh, Daniel Gyurta e Sun Yang (estabeleceram novos máximos mundiais e olímpicos). Do lado feminino, menção honrosa para Missy Franklin, Rebecca Soni, Dana Vollmer e Shiwen Ye, que atingiram também novos máximos mundiais (a nadadora chinesa, de apenas 16 anos, foi também notícia pelo seu desempenho no trajecto de crawl na prova dos 400 metros estilos, onde efectou um último percurso de 50 metros, num tempo abaixo do vencedor da prova masculina, Ryan Lochte). Ruta Meilutyte impressionou também o mundo, já que com com apenas 15 anos, chegou a Londres como uma desconhecida, arrecadando o ouro na prova dos 100 metros bruços, com um novo recorde europeu, estabelecido nas meias finais. Na outra competição internacional do ano, embora com uma dimensão bem menor, os Campeonatos do Mundo de piscina curta, que decorreram em Istambul, o destaque vai para Ryan Lochte, que conquistou 6 medalhas de ouro e uma de prata, com dois novos máximos mundiais (100 e 200 metros estilos).

No que diz respeito às participações da nossa selecção, esta saiu de Londres com apenas um recorde nacional, obtido por Pedro Oliveira, nos 200 metros costas. Diogo Carvalho, alcançou a melhor classificação, com o 18º lugar da geral nos 200 metros estilos, a apenas 12 centésimos das meias finais. Não deixa no entanto de ser uma presença aquém das expectativas por intermédio dos nossos atletas. Nos Mundiais de piscina curta, Portugal esteve representado por três atletas (Sara Oliveira, Alexis Santos e Diogo Carvalho), sendo que o último atingiu duas finais, terminando em sétimo nos 200 metros estilos e na oitava posição na prova dos 400 metros estilos. A melhor participação dos lusos acabou por ser alcançada nos Europeus de piscina curta, onde foram superados nove recordes nacionais absolutos, bem como alcançadas seis meias finais e finais. Diogo Carvalho pela terceira vez na carreira ficou apenas a uma posição do pódio, nos 200 metros estilos. Má preparação dos nossos atletas, a apontarem o pico de forma para provas menores no panorama internacional, ou noção que é impossível competir ao mais alto nível?  

Nas competições internas, as equipas que mais se destacaram, foram novamente o Sporting Clube de Portugal, e o Futebol Clube do Porto. Nos Nacionais de clubes, os leões alcançaram o bicampeonato na competição masculina, competição onde a equipa feminina do FC Porto conquistou o quinto título consecutivo. Merece também referência o regresso de Adriano Niz (agora a competir no Famalicão, após passagens pelo Clube Fluvial Vilacondense e Sport Lisboa e Benfica) , que apresentava 99 títulos no seu palmarés, tendo esta temporada alcançado a impressionante marca de cem títulos de campeão nacional.

2013

A competição máxima do panorama internacional no próximo ano serão os Mundiais de piscina longa, que decorrerão em Barcelona, pelo que o pico de forma será apontado para estes campeonatos, onde Ryan Lochte poderá ser a principal figura. A nível interno, Sporting Clube de Portugal e Futebol Clube do Porto, partem novamente como favoritos para a revalidação dos títulos por si alcançados esta temporada. 

Quais as figuras de 2012? Com o abandono de Michael Phelps, será Ryan Lochte o melhor nadador da actualidade? Para quando um maior salto a nível qualitativo por parte da natação portuguesa? Ou com as condições proporcionadas, continuará a ser impossível lutar contra as maiores potências mundiais?

A. Carvalho

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