Estaremos condenados a ser o país do “quase”?

Quase que ganhamos o Euro 2004, quase que ganhamos o Euro de hóquei, quase que eliminávamos a Itália no Futsal, quase que eliminávamos o Brasil no futebol de praia! Quase todos já ouvimos ou proferimos tais palavras.

Temos conseguido boas prestações nas mais diversas modalidades, mas acabamos quase sempre por ceder, na maioria das vezes no final das partidas. O exemplo mais recente ocorreu no Mundial de Futsal, depois de estar a ganhar 3-0 à Itália, Portugal deixou que a vitória fugisse. Ainda neste Verão, depois de uma exibição magnífica contra a poderosa Espanha no hóquei, em nossa casa, perdemos o título a meros segundos do fim. No Euro 2004, contra todas as perspectivas, acabamos derrotados (pela inferior) Grécia (e recentemente no Euro 2012 fomos eliminados nos penáltis). No futebol de praia, ainda que num passado mais distante, perdíamos quase todas as finais para o Brasil. Até nos JO de Londres, na até então “desconhecida” modalidade de ténis de mesa, perdemos para os coreanos depois de estarmos em vantagem!

Na maioria das vezes, entramos bem nos jogos, conseguimos estar a ganhar, mas acabamos por ser perdulários na finalização nos momentos chave, e os adversários, à medida que ganham confiança, conseguem-nos ultrapassar. Não conseguimos lidar com a pressão, pois parece haver sempre uma contrariedade que nos afasta do título! Mais, quase que podemos afirmar que é uma limitação genética nos nossos atletas, pois os exemplos ao longo do tempo não faltam. A juntar a isso, somos igualmente a nação que menos sabe lidar com as contrariedades, raramente conseguimos uma reviravolta quando estamos em desvantagem e por norma isso (quando estamos a perder) até é motivo para o desânimo nos nossos atletas se instalar rapidamente.

Seria interessante uma maior aposta na componente psicológica, na preparação desportiva, pois qualidade temos demonstrado, mas a nossa mentalidade tem-nos atraiçoado! Haverá medidas para combater este dramático cenário?

Visão do Leitor (perceba melhor aqui!): Daniel Dias

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