Fulham: Artilharia Pesada no Craven Cottage

A história do Fulham é curta. Apesar de ter quase 140 anos, os títulos do clube londrino contam-se pelos dedos das mãos, e teve como momento mais alto a chegada à final da Liga Europa em 2010 frente ao Atl. Madrid. Chegou à Premier League na temporada 2001/02, e desde então estabilizou-se entre os grandes do futebol inglês. Lutando para não descer ou algures no meio da tabela, o conjunto que tem Craven Cottage como base, apresenta-se para esta temporada com um plantel extremamente interessante e promete causar sensação em terras de Sua Majestade.

Martin Jol é o treinador. O holandês, que já havia orientado o Tottenham, é um técnico experiente e com capacidade para fazer deste Fulham uma agradável surpresa. Mas a qualidade dos Cottagers não se baseia apenas no seu treinador. Estamos perante um clube que tem crescido de forma sustentada e hoje em dia apresenta equilíbrio e qualidade, saltando à vista a sua "artilharia" ofensiva. Apesar de Dempsey e Dembélé terem abandonado o clube rumo aos Spurs, o dinheiro proveniente das suas vendas foi bem canalizado. Berbatov é o nome mais sonante do emblema inglês, depois de ter rejeitado ofertas de clubes com maior projecção (ex: Juventus). Para além de golos, espera-se que o goleador búlgaro ofereça toda a sua experiência aos restantes companheiros, sobretudo a Mladen Petrić (também ele com 31 anos) e Rodallega. Dois jogadores bem diferentes, mas ambos são sinónimos de golos. Nas faixas, a matreirice de Damien Duff e a imprevisibilidade de Bryan Ruiz são mais-valias (atenção aos jovens Kacaniklic, Kasami e Kerim Frei), assim como a disponibilidade física de Steve Sidwell no meio campo, a força de Hangeland na defesa e a veterania de Schwarzer na baliza (aos 40 anos ainda vale pontos). A juntar a estes, ainda há os experientes Riise ou M. Diarra, assim como o "português" Karagounis. Em suma, qualidade é um termo que se enquadra na perfeição para caracterizar o Fulham. A equipa londrina não é um dos grandes do futebol, nem surge numa segunda linha como Tottenham, Newcastle ou Everton. Todavia, a corrente temporada parece inverter essa tendência, não só pelos atributos do plantel, mas também pelo bom início de campeonato (8jogos; 4V; 1E; 3D) onde ocupa o 8º posto. A qualidade existe e, ao que parece, estão criadas as bases para que o clube seja uma agradável surpresa na Premier League, bem como consolide uma posição num patamar superior àquele a que está habituado.

Será o Fulham uma das surpresas da Premier League 2012/13? Até onde pode ir o conjunto londrino? Berbatov, Rodallega, Petrić, etc. São poucas as equipas que se podem gabar de uma ofensiva tão forte como os Cottagers. Será isso suficiente para ocupar um lugar europeu e de destaque no campeonato inglês?

André Mesquita

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