Real Madrid conquista Supertaça de Espanha; Desperdício merengue na 1ª parte (Higuain falhou 4 oportunidades claras de golo) impediu uma goleada histórica do conjunto de Mourinho (excelente resposta do português que conquistou o seu 3º título e a 1ª vitória em casa no El Clásico); Ronaldo voltou a fazer história (igualou o recorde de Iván Zamorano depois de marcar um golaço no seu quinto clássico consecutivo); Catalães só entraram no jogo ao minuto 38 e nunca demonstraram a dinâmica que evidenciaram com Guardiola

Real Madrid 2-1 Barcelona (Higuain 11' e C.Ronaldo 19'; Messi 45')


Quatro anos depois, o Real Madrid conquistou a Supertaça de Espanha.  Após a derrota em Camp Nou por 3-2, os merengues derrotaram o Barcelona por 2-1 no Santiago Bernabéu (a primeira vitória em casa de José Mourinho) e ganharam o primeiro troféu da temporada (o 3º para o técnico português, que se torna no primeiro treinador a vencer o campeonato e a Supertaça em 4 países diferentes). Um jogo totalmente dominado pelo campeão espanhol na primeira parte (o resultado não teve outros contornos graças à ineficácia de Higuain) dá justiça a este triunfo, mas há também que salientar a reacção blaugrana na etapa complementar com menos uma unidade.

A primeira parte foi quase toda dominada pelo Real, que fez 40' de luxo. Os merengues chegaram ao golo por intermédio de Higuain (já depois de ter desperdiçado perante Valdés), que aproveitou da melhor maneira uma intercepção falhada de Mascherano. Já em vantagem na eliminatória, o conjunto de Mourinho não tirou o pé do acelerador e chegou ao 2-0 poucos minutos depois - Ronaldo toca de calcanhar por cima de Piqué e fuzila o guardião catalão. Tudo corria às mil maravilhas para a equipa da casa, que viu Adriano ser expulso por travar o craque português quando este seguia isolado. O Barcelona voltou a ganhar esperanças, após um golo de livre directo de Lionel Messi. Ao intervalo, o resultado era injusto, pois o caudal ofensivo dos merengues foi bem superior ao dos catalães (Higuain esteve perdulário). A segunda metade foi mais lenta e acima de tudo muito equilibrada (a diferença numérica não se notou e o Real demonstrou grande respeito pelo rival). O Barça até foi  mais perigoso, mas Pedro foi incapaz de bater Casillas. Higuain continuou a desperdiçar lances de golo (atirou ao poste), o que fez com que o conjunto de Vilanova nunca deixasse de acreditar que era possível marcar e conquistar a Supertaça. No entanto, não haveriam mais golos e o troféu ficaria em Madrid. 

Destaques:

Real Madrid - Uma exibição perfeita na primeira parte, do melhor que os merengues já fizeram contra este Barça. Pressão alta, agressividade nas segundas bolas e muita velocidade nas transições. Higuain esteve mal na finalização e impediu que este domínio se traduzisse em golos. No segundo tempo, apesar da vantagem numérica, o conjunto de Mourinho teve demasiado respeito pelo adversário, acusou algum desgaste físico (o técnico mexeu tardiamente) e podia ter sido surpreendido.

Barcelona - Se ao Real foi o melhor que já se viu, o contrário sucede com os catalães. Enorme incapacidade em ter bola, jogadores apáticos e erros individuais, principalmente dos centrais. Valeu Messi a acordar a equipa. Excelente reacção na segunda parte, onde com menos um jogador (estiveram melhor do que com 11) ainda causaram grandes dificuldades aos merengues.

Marcelo - O motor do Real na primeira parte. Grande jogo do brasileiro, a provar que é o melhor do mundo na sua posição. Capacidade técnica incrível, muita profundidade e qualidade na decisão.

Khedira - Foi peça muito importante nesta partida. Em termos de pressão e recuperação esteve em alto nível e ainda acrescentou bastante em termos ofensivos (brilhante jogada individual na segunda parte) na transição.

Messi/Ronaldo - Esta Supertaça não desempata nada na Bola de Ouro, pelo menos a nível individual (o português levou o título), pois ambos marcaram nos dois jogos. O jogador do Real esteve muito bem (expulsou Adriano) e teve várias iniciativas de qualidade, enquanto que o argentino foi o rosto da reacção da sua equipa, pegando na bola em zonas mais recuadas e assumindo as despesas.

Piqué/Mascherano - Têm culpas graves nesta derrota. O espanhol falhou no segundo golo com Ronaldo, enquanto que o argentino (que até realizou uma boa exibição, com vários cortes providenciais e excelente no passe) teve uma intervenção completamente disparatada no lance do primeiro golo.

Pepe - Voltou e notam-se logo diferenças na defesa do Real. Por ele não passa nada, é uma autêntica muralha, sempre bem posicionado, antecipa-se de forma perfeita e ataca muito bem os lances. É o líder.

Valdés/Casillas - O guardião catalão redimiu-se do falhanço na primeira mão e fez uma excelente exibição, negando por várias vezes o golo a Higuain. Em relação ao capitão merengue (podia ter formado melhor a barreira no livre de Messi), esteve seguro na segunda parte e evitou o golo do empate.

Higuain - É um avançado com um poder de desmarcação notável, mas hoje falhou redondamente na finalização (desperdiçou 5 lances isolado) e, a este nível, não é aceitável. 

Etiquetas: ,