Braga na Fase de Grupos da Liga dos Campeões! Guarda-redes Brkić manteve a eliminatória empatada durante 120 minutos, mas a marcação de grandes penalidades trazem justiça à eliminatória!

Udinese 1 - 1 Braga (4-5 após grandes penalidades) (Armero 25'; Rúben Micael 72')

O Braga ultrapassou hoje a Udinese, terceira classificada da Liga Italiana 2011/2012, em Udine, e chega pela segunda vez na sua história à fase de grupos da Liga dos Campeões, depois de há dois anos nesta mesma eliminatória ter feito história, com uma vitória em Sevilha.

No entanto, comparações com Sevilha só mesmo no resultado final: a passagem à Liga dos Campeões. Porque ao contrário dessa eliminatória, este ano o Braga mostrou em ambos os jogos que era a favorita para a passagem. Os italianos usaram da mesma arma que há uma semana: a sua eficácia. Esta noite marcaram novamente no primeiro remate à baliza que fizeram, quando o Braga já tinha desperdiçado duas boas ocasiões de golo. A equipa portuguesa via-se em desvantagem, e partiu em busca do resultado, sem nada a perder. Com mais bola, mais ataques e mais remates, os gverreiros chegavam ao intervalo com algum sabor amargo, no entanto Beto foi importante para segurar a desvantagem de apenas um golo, já que a equipa transalpina, quase sempre fechada no seu meio campo, ia lançando contra-ataques venenosos. 

A segunda parte mostrou um Braga dominador e balançeado no ataque, motivado pela entrada de Rúben Micael, que ainda entrou a tempo de ser um dos melhores da partida, tendo marcado pouco depois o golo do empate num lance de insistência de Mossoró dentro da área. Entretanto, Brkić ia defendendo todos os lances de golo do Braga, quer fossem dentro ou fora da área, segurando remates de Lima, Hugo Viana, Mossoró e Alan. O prolongamento trouxe uma imagem semelhante à segunda parte de Udine e Braga, com um ascendente da equipa portuguesa, controlando o meio campo e jogando instalado no terreno adversário, no entanto a vitória só surgiu nas grandes penalidades. Beto defendeu uma grande penalidade "à Panenka" marcado por Maicosuel, enquanto que o Braga marcou todos os penaltis, sendo o decisivo marcado por Rúben Micael.

Destaques

Braga - Chega pela segunda vez à fase de grupos da Liga dos Campeões, pelo que Portugal terá três equipas na mais importante prova europeia de clubes, e faz novamente um grande encaixe financeiro. A passagem é merecida, pelo futebol que a equipa demonstrou ao longo das duas partidas. A gestão da equipa feita por Peseiro roçou a perfeição (relembramos que na partida do último sábado o treinador fez descansar 7 jogadores titulares), e a frescura física foi determinante para o pressing feito pelo Braga à Udinese. No entanto, há ainda lacunas a trabalhar, pelo que a equipa sofre mais uma vez um golo de cabeça na sua área (aproveitando a baixa estatura de Salino), e as falhas na finalização foram hoje um dos motivos pelo adiar desta vitória, pois a equipa falhou inúmeras ocasiões de golo.

Udinese - A equipa italiana fez um jogo semelhante ao que efectuou em Braga. Apostou mais na primeira parte, a tentar chegar à área sempre que possível, e a retrair-se na segunda parte, defendendo o resultado, talvez por ter em ambos os jogos chegado cedo à vantagem. No entanto isto só foi possível dada a exibição de Brkić, o melhor jogador da turma de Francesco Guidolin. A aposta nos contra-ataques podia ter matado o jogo, apanhando por algumas vezes os gverreiros em contra-pé. Di Natale e Armero (num lance caricato) desperdiçaram as melhores ocasiões.

Rúben Micael - Entrou na segunda parte por Rúben Amorim, e transfigurou a equipa. Trouxe velocidade, improviso e dinâmica à zona do meio-campo, e com Mossoró ao lado foram um quebra-cabeças para os italianos. Marcou o golo do empate, e no final, decidiu com um penalti certeiro.

Mossoró/Viana/Custódio - Formaram com R. Micael um meio campo dominante. O brasileiro continua o seu bom momento de forma, e cria o golo bracarense num lance de insistência dentro da área. Os portugueses foram as peças chave nos processos defensivos. Viana menos eficaz no capítulo do passe, esteve bem na melhor fase do Braga, enquanto que Custódio recuperou imensas bolas, lançando novamente o ataque com critério.

Salino/Ismaily - Os dois alas fizeram hoje um bom jogo. Ismaily destacou-se na primeira parte, quando os caminhos para a baliza adversária estavam mais tapados. Foi desaparecendo no jogo. Salino teve pulmão e velocidade durante 120 minutos, nunca se coibindo de atacar, e ainda mostrou pernas para fazer sprints em contra-ataques da Udinese.

Beto - Se é verdade que o Braga muito atacou, não é menos verdade que o guarda-redes foi muito importante nesta passagem, por ter segurado o resultado nos lances de contra-ataque em que a Udinese chegou com perigo à área. Pelo menos três difíceis defesas (uma delas nada ortodoxa) mantiveram o empate até ao final, e a defesa por instinto no penalti "à Panenka" foi decisiva para a eliminatória.

P. Vinícius/Douglão - Estiveram hoje intransponíveis no eixo da defesa. Anularam Di Natale (a única ocasião de golo do internacional italiano foi pela direita fugindo a Ismaily). Imperiais no jogo aéreo.

Lima/Alan/R. Amorim - Lima  e Alan dispuseram de boas oportunidades para marcar. Trabalharam muito, mas não têm tido a preponderância na equipa que tiveram em épocas passadas. Lima acusou no final o desgaste de 120 minutos de jogo. O português foi dos elementos mais discretos do Braga, jogando novamente como extremo-esquerdo, posição que parece não ser a ideal para ele.

Breves - John Degenkolb voltou a ser o mais rápido no sprint final e conquistou a 4ª etapa da Vuelta.  Destaque para o 5º lugar de Manuel Cardoso e para o facto de Tiago Machado ter perdido mais 2´40 para a frente (André Cardoso e Hernâni Broco chegaram com o pelotão). Resultados da Liga dos Campeões: Ironi Kyriat Shmona 1-1 BATE Borisov (Lencse 67´; Pawlaw 90´4); Anderlecht 2-0 AEL Limassol (Mbokani 81´e Yakovenko 89´); Maribor 0-1 Din. Zagreb (Tonel 12´); Panathinaikos 0-0 Málaga - O Sp. Braga vai integrar o pote 2 do sorteio da Liga dos Campeões, tal como o Benfica. O FC Porto fica no pote 1. Boas perspectivas para as equipas nacionais?

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