Alma Lusitana; Ainda os Jogos Olímpicos e a participação Portuguesa…

O enorme feito de Gonçalo Carvalho Conchinhas e do Lusitano Rubi.

Apesar de Portugal ser desde a antiguidade um dos berços da equitação, a modalidade do Ensino de Competição, também conhecido por Dressage, não tem muitos seguidores em Portugal. No entanto, o profissionalismo de quem está envolvido neste mundo conseguiu trazer um dos produtos de excelência, que é o Cavalo Lusitano, aos maiores palcos a nível mundial. Em tempos de crise, este seria o impulso que muitos criadores de cavalos necessitavam, com vista a promover o Lusitano internacionalmente como cavalo de desporto alem do toureio. Para o conjunto 100% Português ter chegado a este nível necessitaram de 11 anos em conjunto de trabalho e dificuldades, de êxitos e decepções, mas acima de tudo de atitude vencedora e capacidade de acreditar. O que este conjunto passou daria para escrever um livro, que teve, como vimos, final feliz, não foi ficção! A Historia de Rubi em Londres foi surpreendente, as passagens de todas as fases foram grandes vitórias e eventos únicos, a presença na final representa um marco na história do cavalo lusitano, não esquecendo ainda que uma das características que marca esta modalidade é a sua subjectividade, pois caso o conjunto tivesse a bandeira Alemã certamente a pontuação seria diferente e podíamos ter discutido medalhas, mas cada etapa a seu tempo e só continuando a trabalhar poderemos afirmar-nos e ensinar ao mundo como perceber o nosso cavalo - a sua mecânica e os seus pontos fortes. O êxito Olímpico foi um prémio para todos os que trabalharam neste sentido, com forte destaque para o Gonçalo e para a Proprietária do Rubi (Christine Jacoberge), que garantiu sempre que o conjunto não se separasse. Mas não podemos esquecer todos os outros cavaleiros que não estiveram presentes mas que ajudaram ao longo dos anos à implementação do Lusitano neste mundo como os Olímpicos: Miguel Ralão Duarte, Daniel Pinto, Carlos Pinto e todos os outros que a nível nacional e internacional têm promovido o Lusitano. Para um cavaleiro profissional, escolher montar Lusitanos é escolher o caminho mais difícil, mas também aqui se vê quem realmente sente o que é ser Português e acredita no êxito dos desafios e da inovação do que é nosso. A raça portuguesa  não é pior nem melhor, apenas fisicamente diferente das raças Nórdicas, dotada de capacidades totalmente diferentes. Esta modalidade moderna foi desenhada por “Alemães” para “Alemães”, assim adaptada às suas capacidades, logo o que nós fazemos, e muito bem, será maximizar a nossa polivalência, equivalente a mostrar que o Citröen de Loeb bata o Mercedes de Hamilton. Neste caso…bateu!!

Francisco Corrêa Henriques

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