Obrigado Paulo Bento!

Nota prévia: O VM não concordou com a renovação de Paulo Bento antes do início da competição, contudo, o treinador português fez por merecer continuar à frente da equipa das quinas na qualificação para o Mundial 2014. Também não concordamos com os moldes da convocatória para o Europeu, mas sempre frisamos que foi graças a Bento que Portugal marcou presença na Ucrânia-Polónia, já que com Queiroz (tinha deixado uma selecção praticamente fora da corrida e de rastos em termos anímicos) isso seria impossível.

Portugal não era candidato ao título, a maioria dos portugueses, analistas (casas de apostas incluído) nem acreditavam que a selecção nacional conseguisse ultrapassar a fase de grupos, mas Paulo Bento conseguiu criar um grupo coeso, incutiu confiança e fez com que os portugueses acreditassem que podíamos ser campeões europeus (além disso, desde de 2008 que se começou a perder aquela "onda" em torno da selecção que tinha sido alimentada em 2004, mas que nesta fase parece ter sido recuperada por PB). Esse mérito ninguém lhe tira e todos devíamos ficar gratos por isso. Se juntarmos a isso a matéria-prima que dispunha (um elenco, à excepção de Nani, Pepe e Ronaldo num patamar acima dos outros, Veloso, Bruno Alves, Moutinho, Patricio e Coentrão noutro, repleto de elementos na sua maioria medianos, e que com bola era de longe a pior selecção dos últimos 16 anos, sem nenhum Deco, Figo, Paulo Sousa, Rui Costa que acrescentasse algo mais na construção), a maneira como mentalmente trabalhou os jogadores (foi claro que o grupo estava unido e que soube lidar da melhor maneira com o estatuto de outsider), ultrapassou o grupo da "morte" e apenas perdeu contra a campeã do Mundo e da Europa nas grandes penalidades (a Espanha há vários anos que não sentia tantas dificuldades em impor o seu estilo de jogo) foi de facto notável. É certo que se pode discutir as escolhas para marcar as grandes penalidades, a leitura de jogo ao nível das substituições, até mesmo o pouco trabalho verificado nas situações de bola parada (marcamos um golo de canto, mas contra a Espanha ficou evidente, com 4 jogadores diferentes a marcarem pontapé de cantos e todos sem sentido, que isso foi mal trabalhado) mas quando 95% dos portugueses nada esperavam, PB conseguir tanto com tão pouco, isso não pode ser esquecido.

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